Holocausto (em
grego: ὁλόκαυστος, holókaustos: ὅλος, "todo" e καυστον,
"queimado"),também conhecido como Shoá (em hebraico: השואה, HaShoá,
"a catástrofe"; em iídiche: חורבן, Churben ou Hurban, do hebraico
para "destruição")
27 de janeiro de
1945 o Exército soviético ocupa o campo de concentração de AUSCHWITZ, onde
morreram mais de 2 milhões de pessoas, e libertou 7 600 sobreviventes.
Foi o genocídio
ou assassinato em massa de cerca de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra
Mundial, no maior genocídio do século XX, através de um programa sistemático de
extermínio étnico patrocinado pelo Estado nazista, liderado por Adolf Hitler e
pelo Partido Nazista e que ocorreu em todo o Terceiro Reich e nos territórios
ocupados pelos alemães durante a guerra. Dos nove milhões de judeus que
residiam na Europa antes do Holocausto, cerca de dois terços foram mortos; mais
de um milhão de crianças, dois milhões de mulheres e três milhões de homens
judeus morreram durante o período.
Apesar de ainda
haver discussão sobre o uso e abrangência do termo "Holocausto", o
genocídio nazista contra os judeus foi parte de um conjunto mais amplo de atos
de opressão e de assassinatos em massa agregados cometidos pelo governo nazista
contra vários grupos étnicos, políticos e sociais na Europa. Entre as
principais vítimas não-judias do genocídio estão ciganos, poloneses,
comunistas, homossexuais, prisioneiros de guerra soviéticos, Testemunhas de
Jeová e deficientes físicos e mentais. Segundo estimativas recentes baseadas em
números obtidos desde a queda da União Soviética em 1989, um total de cerca de
11 milhões de civis (principalmente eslavos) e prisioneiros de guerra foram
intencionalmente mortos pelo regime nazista.
Uma rede de mais
de 40 mil instalações na Alemanha e nos territórios ocupados pelos nazistas foi
utilizada para concentrar, manter, explorar e matar judeus e outras vítimas. A
perseguição e o genocídio foram realizados em etapas. Várias leis para excluir
os judeus da sociedade civil — com maior destaque para as Leis de Nuremberg de
1935 — foram decretadas na Alemanha antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial
na Europa. Campos de concentração foram criados e os presos enviados para lá
eram submetidos a trabalho escravo até morrerem de exaustão ou por alguma
doença. Quando a Alemanha ocupou novos territórios na Europa Oriental, unidades
paramilitares especializadas chamadas Einsatzgruppen assassinaram mais de um
milhão de judeus e adversários políticos durante fuzilamentos em massa. Os
alemães confinaram judeus e ciganos em guetos superlotados, até serem
transportados, através de trens de carga, para campos de extermínio, onde, se
sobrevivessem à viagem, a maioria era sistematicamente morta em câmaras de gás.
Cada ramo da burocracia alemã estava envolvido na logística que levou ao
extermínio, o que faz com que alguns classifiquem o Terceiro Reich como um
"um Estado genocida".
O Holocausto era sustentado por uma pseudo-ciência
Uma
pseudo-ciência que chegou a ser lecionada em universidades está diretamente
ligada às práticas desumanas aplicadas durante o Holocausto: a Eugenia. Seu
principal objetivo era desenvolver maneiras de manipular e otimizar a evolução
humana de acordo com os princípios darwinistas aplicados à humanidade
(darwinismo social). Na prática se tornou terreno para legitimar o racismo e
defender práticas extremamente polêmicas, como a esterilização e extermínio de
grupos genéticos inteiros. Por questões que envolvem ética e a prova da
inexistência de diferentes raças humanas, a eugenia já não é mais considerada
uma ciência, entretanto ainda nos dias de hoje é possível observar a aplicação
e defesa de seus princípios principalmente em países europeus.
O Holocausto começou antes da Segunda Guerra Mundial
Desde o começo
da década de 1930, quando os nazistas chegaram ao poder, começaram a surgir
diversas leis de cunho racista que visavam limitar os direitos dos judeus, as
novas regras proibiam desde a realização de casamentos entre judeus e arianos
até mesmo a frequentar locais públicos (inclusive hospitais). Pode parecer
estranho imaginar que a comunidade internacional conviveu com isso por anos,
mas esta é a realidade. Enquanto os judeus mais ricos simplesmente fugiram para
outros países, os mais pobres ficaram até o cerco se fechar.
Muitos prisioneiros foram usados como cobaias para
experimentos médicos
O uso de cobaias
humanas hoje em dia é algo extremamente delicado e sua discussão sobre questões
éticas acaba impondo limites às realizações de determinados testes. No contexto
do holocausto alguns médicos nazistas realizaram experiências mortíferas que
envolviam homens, mulheres e até mesmo bebês. O principal responsável por essas
experiências foi Josef Mengele, conhecido como O Anjo da Morte, médico chefe do
temido campo de extermínio Auschwitz-Birkenau. Fontes indicam o uso de milhares
de prisioneiros em experiências quase sempre fatais, e quando a vítima
sobrevivia, era executada para uma análise de seu cadáver. Entre as
experiências realizadas podemos citar: exposição à radiação, congelamento,
consumo exclusivo de água do mar e até mesmo dissecação de vivos para observar
a evolução de doenças e infecções.
A política de perseguição evoluiu gradualmente para
um sistema de extermínio em proporções industriais
Como já foi dito
anteriormente, a perseguição começou de fato com a imposição de leis
limitadoras cada vez mais incômodas. Os judeus foram afastados de todos os
cargos públicos, suas crianças foram expulsas das escolas e se criaram
instituições para expulsá-los do território alemão. Com o início da Segunda
Guerra os cuidados para maquiar o anti-semitismo para a comunidade
internacional cessaram, judeus agora eram obrigados a andar com uma estrela de
identificação, gradualmente foram forçados a habitar regiões segregadas (os chamados
guetos) onde faltava tudo, desde moradias suficientes até alimentação e ofertas
de trabalho. Quando o conflito mostrou maiores dificuldades para a vitória
nazista, entrava em cena a chamada Solução Final: prisioneiros eram levados
para campos de extermínio, verdadeiras "fábricas de morte" movidas a
envenenamento com um gás pesticida chamado Zyklon B.
A propaganda sobre o Holocausto foi muito explorada
na Segunda Guerra Mundial
Ao longo do
conflito os rumores sobre o que os nazistas faziam com seus inimigos foram
explorados ao máximo. Por anos essas informações eram vistas com muita
desconfiança. Do lado nazista a mensagem que se passava era que os prisioneiros
estavam em lugares agradáveis e o ódio antissemita só aumentava uma vez que a
evolução da guerra deixou claro que a derrota seria inevitável. Do lado dos
aliados se explorou o Holocausto como forma de convocar países em um esforço
contra as atrocidades do eixo. O excesso de simbolismo usado pelo Terceiro
Reich facilitava a propaganda: imensas bandeiras, suásticas, runas e a
liderança caricata de Adolf Hitler despertavam emoções intensas que variavam
entre amor e ódio.
Apesar das denúncias e forte propaganda, a
libertação dos prisioneiros não era prioridade dos Aliados
Uma contradição
amarga a ser lembrada é que os Aliados não direcionaram o esforço de guerra
para a liberação dos judeus. Ao invés disso, se observou uma corrida pela
aniquilação do Estado Nazista. Isso remete às divergências nos interesses
políticos das duas partes que formaram as Potências Aliadas, o único elemento
que ligava a União Soviética ao ocidente era o inimigo em comum (Hitler), no
mais, eles eram adversários. Sendo o rápido avanço soviético no front oriental
uma forte ameaça da dominação comunista no continente europeu.
Nem todos os aliados de Hitler colaboraram com o
Holocausto
Entre civis,
diplomatas e até mesmo governantes, vale lembrar que nem todos aqueles que
estavam alinhados com os interesses do Eixo ofereceram cumplicidade no
Holocausto. Diferentemente de países como a Itália Fascista e a França
Colaboracionista, que aplicaram leis antissemitas e deportaram seus cidadãos
para campos de extermínio, houve casos de gente que ofereceu resistência e até
se arriscou para salvar alguns judeus. A título de exemplo, diplomatas de
diversos países como Portugal e Espanha abrigaram judeus e outras minorias em
suas embaixadas. No caso da Espanha foi notável a maior resistência em entregar
judeus, mas descobertas recentes evidenciaram que o ditador fascista Francisco
Franco (ao contrário do que ele disse à comunidade internacional) entregou
cerca de 6 mil judeus para Hitler.
A população alemã em geral não sabia exatamente o
que se passava nos campos de concentração
A demonização da
ideologia nazista é um tema extremamente delicado quando lembramos que Hitler
chegou ao poder de forma democrática e boa parte da população da Alemanha
aprovava calorosamente o regime. De fato o racismo era algo presente naquela
nação, mas isso não significa muita coisa: se você observar com cautela os
principais jornais circulantes na Inglaterra e Estados Unidos naquele período,
vai perceber que o racismo e a segregação também existia nesses países. Apesar
de haver casos de violência explícita contra judeus por parte de civis alemães,
as atrocidades cometidas nos campos de concentração eram mantidas em sigilo
pelo alto comando nazista.
Os dois lados da guerra tentaram distorcer o
Holocausto
Quando se fala
em Holocausto é comum remeter às grandes produções cinematográficas a respeito.
Isso é grave, precisamos contextualizar o evento e o momento de sua revelação
ao mundo: com o fim da Segunda Guerra Mundial a descoberta dos campos de
concentração aqueceu o desejo de estabelecer uma pátria para os judeus, assim,
se procurou potencializar o episódio com diversos artifícios. Muitas
fotografias tiveram um cenário forjado, soldados recolheram e empilharam
corpos, prisioneiros doentes foram selecionados a dedo para compor imagens
chocantes.
Entendida a
posição Aliada, deve-se observar com ainda mais atenção a postura dos chamados
revisionistas. Entre estudiosos e completos leigos, eles utilizam fontes
duvidosas para questionar uma das atrocidades mais bem documentadas da
história. Eles são impulsionados por pensamentos simpáticos ao nazismo ou ódio
religioso relacionado aos conflitos com a formação do Estado de Israel e a
população palestina. O xiita Mahmoud Ahmadinejad, atual presidente do Irã, em
uma declaração pública chamou o Holocausto de "mito", posicionamento
comum entre os islâmicos mais radicais. A revisão da história, quando feita com
seriedade, é um papel muito importante para desconstruir certas ilusões. A
necessidade de reanalisar o Holocausto não seria de tamanha polêmica se dezenas
de países não considerassem crime a sua prática, atitude gravíssima, uma vez
que não existe tema histórico de veracidade incontestável.
Nome
do campo
|
País
(atual)
|
Tipo
de campo
|
Tempo
de Operação
|
Número
estimado de prisioneiros
|
Número
estimado de mortes
|
Sub-campos
|
||
Trabalho
|
min. 600
|
nenhum
|
||||||
Extermínio e trabalho.
|
400.000
|
1.100.000
- 1.500.000
|
||||||
Concentração
|
800
|
250
|
||||||
Extermínio.
|
600.000
|
|||||||
Coleta.
|
70.000
|
2
|
||||||
Trânsito.
|
11.116
|
|||||||
Concentração.
|
?
|
?
|
?
|
?
|
||||
Prisão e trabalho.
|
min.
3532
|
min. 391
|
nenhum.
|
|||||
Trabalho.
|
470; 8500
|
|||||||
Trabalho.
|
250.000
|
56.000
|
||||||
Extermínio.
|
340.000
|
|||||||
Trabalho.
|
200.000
|
min. 30.000
|
||||||
Prisão.
|
min. 200
|
|||||||
Flossenbürg
(ver: Flossenbürg} |
Trabalho.
|
min. 100.000
|
30.000
|
|||||
Prisão.
|
19.788
|
8
|
||||||
Trabalho.
|
125.000
|
40.000
|
||||||
Prisão e trânsito.
|
1943-verão de 1944
|
|||||||
Agrupamento.
|
14.000
|
min. 302
|
||||||
Extermínio.
|
700.000
|
|||||||
Trabalho.
|
30.000
|
min.14.500
|
||||||
Gueto e internação.
|
||||||||
Trabalho.
|
2.400
|
|||||||
Buchenwald camp
|
5.000
|
2.000
|
||||||
Internação
|
||||||||
Lwów
(L'viv) |
Gueto, trânsito, trabalho e extermínio.
|
mais de
40.000
|
nenhum.
|
|||||
Majdanek
(KZ Lublin) |
Extermínio.
|
78.000
|
||||||
Trabalho e trânsito.
|
5,000
|
|||||||
Extermínio.
|
200.000-500.000
|
|||||||
Trabalho.
|
195.000
|
min. 95.000
|
||||||
Trabalho.
|
60.000
|
min. 20.000
|
||||||
Trabalho.
|
40.000
|
25.000
|
||||||
Trabalho.
|
106,000
|
55,000
|
||||||
Prisão e trabalho.
|
3.900
|
1.285
|
||||||
Oranienburg
|
Agrupamento.
|
3.000
|
min. 16
|
|||||
Agrupamento.
|
||||||||
Trabalho.
|
min. 150,000
|
min. 9,000
|
||||||
Trabalho.
|
150.000
|
(min. 90.000)
|
||||||
Riga-Kaiserwald
(Mežaparks) |
Trabalho.
|
20,000?
|
||||||
Detenção da polícia.
|
5000
|
|||||||
Trabalho.
|
min. 200.000
|
(100.000)
|
||||||
Extermínio.
|
200.000
|
|||||||
Labour camp
|
110.000
|
65.000
|
||||||
Trabalho.
|
1000?
|
460
|
||||||
Trânsito e gueto.
|
140.000
|
35.000
|
||||||
Extermínio.
|
min. 800.000
|
|||||||
Concentração.
|
?
|
?
|
22
|
|||||
Extermínio e trabalho.
|
Acima de
40.000
|
Acima de
200.000
|
||||||
Agrupamento.
|
102.000
|