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quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

O Holocausto

Holocausto (em grego: ὁλόκαυστος, holókaustos: ὅλος, "todo" e καυστον, "queimado"),também conhecido como Shoá (em hebraico: השואה, HaShoá, "a catástrofe"; em iídiche: חורבן, Churben ou Hurban, do hebraico para "destruição")
27 de janeiro de 1945 o Exército soviético ocupa o campo de concentração de AUSCHWITZ, onde morreram mais de 2 milhões de pessoas, e libertou 7 600 sobreviventes.
Foi o genocídio ou assassinato em massa de cerca de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial, no maior genocídio do século XX, através de um programa sistemático de extermínio étnico patrocinado pelo Estado nazista, liderado por Adolf Hitler e pelo Partido Nazista e que ocorreu em todo o Terceiro Reich e nos territórios ocupados pelos alemães durante a guerra. Dos nove milhões de judeus que residiam na Europa antes do Holocausto, cerca de dois terços foram mortos; mais de um milhão de crianças, dois milhões de mulheres e três milhões de homens judeus morreram durante o período.
Apesar de ainda haver discussão sobre o uso e abrangência do termo "Holocausto", o genocídio nazista contra os judeus foi parte de um conjunto mais amplo de atos de opressão e de assassinatos em massa agregados cometidos pelo governo nazista contra vários grupos étnicos, políticos e sociais na Europa. Entre as principais vítimas não-judias do genocídio estão ciganos, poloneses, comunistas, homossexuais, prisioneiros de guerra soviéticos, Testemunhas de Jeová e deficientes físicos e mentais. Segundo estimativas recentes baseadas em números obtidos desde a queda da União Soviética em 1989, um total de cerca de 11 milhões de civis (principalmente eslavos) e prisioneiros de guerra foram intencionalmente mortos pelo regime nazista.
Uma rede de mais de 40 mil instalações na Alemanha e nos territórios ocupados pelos nazistas foi utilizada para concentrar, manter, explorar e matar judeus e outras vítimas. A perseguição e o genocídio foram realizados em etapas. Várias leis para excluir os judeus da sociedade civil — com maior destaque para as Leis de Nuremberg de 1935 — foram decretadas na Alemanha antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial na Europa. Campos de concentração foram criados e os presos enviados para lá eram submetidos a trabalho escravo até morrerem de exaustão ou por alguma doença. Quando a Alemanha ocupou novos territórios na Europa Oriental, unidades paramilitares especializadas chamadas Einsatzgruppen assassinaram mais de um milhão de judeus e adversários políticos durante fuzilamentos em massa. Os alemães confinaram judeus e ciganos em guetos superlotados, até serem transportados, através de trens de carga, para campos de extermínio, onde, se sobrevivessem à viagem, a maioria era sistematicamente morta em câmaras de gás. Cada ramo da burocracia alemã estava envolvido na logística que levou ao extermínio, o que faz com que alguns classifiquem o Terceiro Reich como um "um Estado genocida".





O Holocausto era sustentado por uma pseudo-ciência

Uma pseudo-ciência que chegou a ser lecionada em universidades está diretamente ligada às práticas desumanas aplicadas durante o Holocausto: a Eugenia. Seu principal objetivo era desenvolver maneiras de manipular e otimizar a evolução humana de acordo com os princípios darwinistas aplicados à humanidade (darwinismo social). Na prática se tornou terreno para legitimar o racismo e defender práticas extremamente polêmicas, como a esterilização e extermínio de grupos genéticos inteiros. Por questões que envolvem ética e a prova da inexistência de diferentes raças humanas, a eugenia já não é mais considerada uma ciência, entretanto ainda nos dias de hoje é possível observar a aplicação e defesa de seus princípios principalmente em países europeus.

O Holocausto começou antes da Segunda Guerra Mundial

Desde o começo da década de 1930, quando os nazistas chegaram ao poder, começaram a surgir diversas leis de cunho racista que visavam limitar os direitos dos judeus, as novas regras proibiam desde a realização de casamentos entre judeus e arianos até mesmo a frequentar locais públicos (inclusive hospitais). Pode parecer estranho imaginar que a comunidade internacional conviveu com isso por anos, mas esta é a realidade. Enquanto os judeus mais ricos simplesmente fugiram para outros países, os mais pobres ficaram até o cerco se fechar.



Muitos prisioneiros foram usados como cobaias para experimentos médicos

O uso de cobaias humanas hoje em dia é algo extremamente delicado e sua discussão sobre questões éticas acaba impondo limites às realizações de determinados testes. No contexto do holocausto alguns médicos nazistas realizaram experiências mortíferas que envolviam homens, mulheres e até mesmo bebês. O principal responsável por essas experiências foi Josef Mengele, conhecido como O Anjo da Morte, médico chefe do temido campo de extermínio Auschwitz-Birkenau. Fontes indicam o uso de milhares de prisioneiros em experiências quase sempre fatais, e quando a vítima sobrevivia, era executada para uma análise de seu cadáver. Entre as experiências realizadas podemos citar: exposição à radiação, congelamento, consumo exclusivo de água do mar e até mesmo dissecação de vivos para observar a evolução de doenças e infecções.

A política de perseguição evoluiu gradualmente para um sistema de extermínio em proporções industriais

Como já foi dito anteriormente, a perseguição começou de fato com a imposição de leis limitadoras cada vez mais incômodas. Os judeus foram afastados de todos os cargos públicos, suas crianças foram expulsas das escolas e se criaram instituições para expulsá-los do território alemão. Com o início da Segunda Guerra os cuidados para maquiar o anti-semitismo para a comunidade internacional cessaram, judeus agora eram obrigados a andar com uma estrela de identificação, gradualmente foram forçados a habitar regiões segregadas (os chamados guetos) onde faltava tudo, desde moradias suficientes até alimentação e ofertas de trabalho. Quando o conflito mostrou maiores dificuldades para a vitória nazista, entrava em cena a chamada Solução Final: prisioneiros eram levados para campos de extermínio, verdadeiras "fábricas de morte" movidas a envenenamento com um gás pesticida chamado Zyklon B.

A propaganda sobre o Holocausto foi muito explorada na Segunda Guerra Mundial

Ao longo do conflito os rumores sobre o que os nazistas faziam com seus inimigos foram explorados ao máximo. Por anos essas informações eram vistas com muita desconfiança. Do lado nazista a mensagem que se passava era que os prisioneiros estavam em lugares agradáveis e o ódio antissemita só aumentava uma vez que a evolução da guerra deixou claro que a derrota seria inevitável. Do lado dos aliados se explorou o Holocausto como forma de convocar países em um esforço contra as atrocidades do eixo. O excesso de simbolismo usado pelo Terceiro Reich facilitava a propaganda: imensas bandeiras, suásticas, runas e a liderança caricata de Adolf Hitler despertavam emoções intensas que variavam entre amor e ódio.

Apesar das denúncias e forte propaganda, a libertação dos prisioneiros não era prioridade dos Aliados

Uma contradição amarga a ser lembrada é que os Aliados não direcionaram o esforço de guerra para a liberação dos judeus. Ao invés disso, se observou uma corrida pela aniquilação do Estado Nazista. Isso remete às divergências nos interesses políticos das duas partes que formaram as Potências Aliadas, o único elemento que ligava a União Soviética ao ocidente era o inimigo em comum (Hitler), no mais, eles eram adversários. Sendo o rápido avanço soviético no front oriental uma forte ameaça da dominação comunista no continente europeu.

Nem todos os aliados de Hitler colaboraram com o Holocausto

Entre civis, diplomatas e até mesmo governantes, vale lembrar que nem todos aqueles que estavam alinhados com os interesses do Eixo ofereceram cumplicidade no Holocausto. Diferentemente de países como a Itália Fascista e a França Colaboracionista, que aplicaram leis antissemitas e deportaram seus cidadãos para campos de extermínio, houve casos de gente que ofereceu resistência e até se arriscou para salvar alguns judeus. A título de exemplo, diplomatas de diversos países como Portugal e Espanha abrigaram judeus e outras minorias em suas embaixadas. No caso da Espanha foi notável a maior resistência em entregar judeus, mas descobertas recentes evidenciaram que o ditador fascista Francisco Franco (ao contrário do que ele disse à comunidade internacional) entregou cerca de 6 mil judeus para Hitler.


A população alemã em geral não sabia exatamente o que se passava nos campos de concentração

A demonização da ideologia nazista é um tema extremamente delicado quando lembramos que Hitler chegou ao poder de forma democrática e boa parte da população da Alemanha aprovava calorosamente o regime. De fato o racismo era algo presente naquela nação, mas isso não significa muita coisa: se você observar com cautela os principais jornais circulantes na Inglaterra e Estados Unidos naquele período, vai perceber que o racismo e a segregação também existia nesses países. Apesar de haver casos de violência explícita contra judeus por parte de civis alemães, as atrocidades cometidas nos campos de concentração eram mantidas em sigilo pelo alto comando nazista.

Os dois lados da guerra tentaram distorcer o Holocausto

Quando se fala em Holocausto é comum remeter às grandes produções cinematográficas a respeito. Isso é grave, precisamos contextualizar o evento e o momento de sua revelação ao mundo: com o fim da Segunda Guerra Mundial a descoberta dos campos de concentração aqueceu o desejo de estabelecer uma pátria para os judeus, assim, se procurou potencializar o episódio com diversos artifícios. Muitas fotografias tiveram um cenário forjado, soldados recolheram e empilharam corpos, prisioneiros doentes foram selecionados a dedo para compor imagens chocantes.

Entendida a posição Aliada, deve-se observar com ainda mais atenção a postura dos chamados revisionistas. Entre estudiosos e completos leigos, eles utilizam fontes duvidosas para questionar uma das atrocidades mais bem documentadas da história. Eles são impulsionados por pensamentos simpáticos ao nazismo ou ódio religioso relacionado aos conflitos com a formação do Estado de Israel e a população palestina. O xiita Mahmoud Ahmadinejad, atual presidente do Irã, em uma declaração pública chamou o Holocausto de "mito", posicionamento comum entre os islâmicos mais radicais. A revisão da história, quando feita com seriedade, é um papel muito importante para desconstruir certas ilusões. A necessidade de reanalisar o Holocausto não seria de tamanha polêmica se dezenas de países não considerassem crime a sua prática, atitude gravíssima, uma vez que não existe tema histórico de veracidade incontestável.


Lista dos campos de concentração nazistas. Também são indicados os guetos e campos de extermínio.

Nome do campo
País (atual)
Tipo de campo
Tempo de Operação
Número estimado de prisioneiros
Número estimado de mortes
Sub-campos
Trabalho
min. 600
nenhum
Extermínio e trabalho.
abril 1940 - janeiro 1945
400.000
1.100.000 - 1.500.000
Concentração
março 1944 - ?
800
250
Extermínio.
março 1942 - junho 1943

600.000
Coleta.
abril 1943 - abril 1945

70.000
2
Trânsito.
julho 1944 - abril 1945
11.116

Concentração.
 ?
 ?
 ?
?
Prisão e trabalho.
20 de setembro1940 - setembro 1944
min. 3532
min. 391
nenhum.
Trabalho.
junho 1933 - março 1934, 1940 - 1945
470; 8500

Trabalho.
julho 1937 - abril 1945
250.000
56.000
Extermínio.
dezembro 1941 - abril 1943;
abril 1944 - janeiro 1945

340.000
Trabalho.
março 1933 - abril 1945
200.000
min. 30.000
Prisão.
dezembro 1941 - maio1945
min. 200
Trabalho.
maio 1938 - abril 1945
min. 100.000
30.000
Prisão.
December 14 de junho,1941 - maio 1945
19.788
8
Trabalho.
agosto 1940 - fevereiro 1945
125.000
40.000
Herzogenbusch ('s-Hertogenbosch)
(ver: 
Vught)
Prisão e trânsito.
1943-verão de 1944
Agrupamento.
julho 1940 - março 1945
14.000
min. 302
Extermínio.
agosto 1941 - abril 1945

700.000
Trabalho.
junho 1943 - abril 1945
30.000
min.14.500
Gueto e internação.
Trabalho.
verão 1943 - 28 de setembro1944
2.400
Buchenwald camp
abril 1944 - abril 1945
5.000
2.000
Internação
1939 - 1944


Lwów
(L'viv)
Gueto, trânsito, trabalho e extermínio.
setembro 1941 - novembro 1943

mais de 40.000
nenhum.
Majdanek
(KZ Lublin)
Extermínio.
julho 1941 - julho 1944

78.000
Trabalho e trânsito.
inverno 1943 - 8 de maio,1945
5,000

Extermínio.
julho 1941 - junho 1944

200.000-500.000
Trabalho.
agosto 1938 - maio 1945
195.000
min. 95.000
Trabalho.
setembro 1943 - abril 1945
60.000
min. 20.000
Trabalho.
maio 1941 - setembro 1944
40.000
25.000
Trabalho.
106,000
55,000
Prisão e trabalho.
setembro 1941 - início 1943
3.900
1.285
Oranienburg
Agrupamento.
março 1933 - julho 1934
3.000
min. 16
Agrupamento.
março 1933 - julho 1934


Trabalho.
dezembro 1942 - janeiro 1945
min. 150,000
min. 9,000
Trabalho.
maio 1939 - abril 1945
150.000
(min. 90.000)
Riga-Kaiserwald
(Mežaparks)
Trabalho.
20,000?
16, incl. Eleja-Meitenes
Detenção da polícia.
setembro 1943 - 29 de abril1945
5000
Trabalho.
julho 1936 - april 1945
min. 200.000
(100.000)
Extermínio.
maio 1942 - outubro 1943

200.000
Labour camp
setembro 1939 - maio 1945
110.000
65.000
Trabalho.
março 1943 - junho, 1944
1000?
460
Trânsito e gueto.
novembro 1941 - maio 1945
140.000
35.000
Extermínio.
julho 1942 - novembro 1943

min. 800.000
Concentração.
 ?
 ?
22
Extermínio e trabalho.
1942 - 1944
Acima de 40.000
Acima de 200.000
Agrupamento.
October 1939 - abril 1945
102.000