O título de califa era dado aos antigos sucessores de Maomé, que possuíam autoridade política legitimada pela religião islâmica. O Estado Islâmico, desde então, vem sendo largamente abordado pela mídia ocidental, sobretudo por conta de suas ações extremas contra a população civil da Síria e do Iraque, como estupros, massacre de cristãos e de xiitas e, também, por conta da decapitação de dois jornalistas, entre os meses de agosto e setembro de 2014.
A
história do grupo terrorista Estado Islâmico está relacionada com o processo de
crise política que se desencadeou no Iraque após a guerra iniciada em 2003.
Como sabemos, a Guerra do
Iraque se deu dois anos após os atentados
terroristas de 11 de setembro de 2001, chefiados por membros da
organização Al-Qaeda, então liderada por Osama Bin Laden. A Al-Qaeda possuía
grande espaço de atuação no território iraquiano e em parte da Síria. O grupo
Estado Islâmico nasceu como uma derivação da Al-Qaeda, fundamentado nos mesmos
princípios desta organização, que remontam à ideologia pan-islâmica de Sayyid
Qutb, antigo líder da Irmandade
Muçulmana. Contudo, as ações do EI ficaram
gradativamente mais radicais, até mesmo para os padrões da Al-Qaeda, o que
provocou a separação entre as duas organizações terroristas.
Os
objetivos do Estado Islâmico é expandir o seu califado por todo o Oriente
Médio, que se pautaria pela Sharia, a Lei
Islâmica interpretada a partir do Alcorão, e estabelecer conexões na Europa e
outras regiões do mundo, com o propósito de realizar atentados que lhes possam
conferir autoridade através do terror. A concepção de Jihad, ou Guerra Santa para o
Islã, que o EIpossui é a mesma de outras
organizações terroristas, como a Al-Qaeda ou o Hamas: expandir o modelo
teocrático radical islâmico de governo pelo mundo, por meio dos métodos
terroristas.
É curiosa a
grande adesão de simpatizantes não islâmicos e, frequentemente, de origem
europeia às causas do EI.
Muitos jovens do Ocidente se oferecem para integrar o grupo e servir ao seu
propósito jhadista. Esse tipo de
comportamento preocupa vários chefes de estado da Europa, sobretudo pela
possibilidade de infiltração que tais jovens, treinados como terroristas,
possam realizar em solo europeu.
As principais cidades
iraquianas que estão atualmente sob o domínio do EI são: Mossul, Tal Afar, Kirkuk e Tikrit.
Um grande contingente populacional migrou dessas cidades para cidades ou vilas
vizinhas, fugindo da expansão brutal do Estado Islâmico. Entretanto, não se
sabe até quando estas cidades vizinhas continuarão livres da ação do “califado”
islâmico do EI.
Em agosto de 2014, os Estados Unidos da América fizeram cerca de 120 ataques
aéreos contra instalações do Estado Islâmico no Iraque. Os EUA também preveem
ataque ao EI em solo sírio, formando mais uma frente, com o auxílio de
combatentes iraquianos e do exército da Síria.
O Estado Islâmico (EI) segue avançando em terras sírias e iraquianas |