A pré-história corresponde ao período da
história que antecede a invenção da escrita, desde o começo dos tempos
históricos registrados até aproximadamente em 3 500 a.C. É estudada pela
antropologia, arqueologia e paleontologia.
Também
pode ser contextualizada para um determinado povo ou nação como o período da
história desse povo ou nação sobre o qual não há documentos escritos. Assim, no
Egito, a pré-história terminou aproximadamente em 3 500 a.C., embora algumas
culturas da Idade da Pedra tenham coexistido com as civilizações após essa data
e algumas tribos ágrafas ainda existam em locais remotos.
A
transição para a "história propriamente dita" se dá por um período
chamado proto-história, que é
descrito em documentos ligeiramente posteriores ou em documentos externos. O
termo pré-história mostra, portanto, a importância da escrita para a
civilização ocidental.
Uma
vez que não há documentos deste momento da evolução humana, seu estudo depende
do trabalho de arqueólogos, antropólogos, paleontologia e genética ou de outras
áreas científicas, que analisam restos humanos, sinais de suas presenças e
utensílios preservados para tentar traçar, pelo menos parcialmente, sua
cultura, costumes e credos.
Em
1823, foi descoberto o primeiro fóssil de um ser humano moderno, em 1829 de um
homem-de-neandertal, em 1848 e 1856 mais fósseis de neandertais. Em 1859, Charles Darwin publicou a A Origem das
Espécies. Em 1863 os neandertais são classificados. Em 1865, Gregor Mendel publica os resultados das
suas experiências genéticas e não genéticas.
Há
certas dúvidas sobre quais foram exatamente os nossos antepassados mais
remotos. Os seres humanos modernos só surgiram há 150 mil anos. Os humanos são
primatas e pertencem ao grupo dos grandes símios, sendo originais da África.
Depois
dos últimos ancestrais em comum com o orangotango há 15 ou 14 milhões de anos
(época dos antepassados de todos os grandes símios atuais), com o gorila há
10-8 milhões de anos, e como o chimpanzé, há 7-5 milhões de anos. É nessa época
que o continente africano sofre uma série de mudanças. Naquela época toda a
zona equatorial estava coberta por uma selva tropical, a África de há 8 milhões
de anos era mais úmida que a atual, mas depois aconteceram várias mudanças
climáticas até que há 7 milhões de anos a floresta tropical começou a diminuir.
Entre
7 a 6 milhões de anos atrás, surgiram na África duas espécies que pertenceram
aos primórdios da evolução hominídea: foram o Sahelanthropus tchadensis com um
misto de caraterísticas humanas e símias, e o Orrorin tugenensis já bípede mas
do qual não se sabe o tamanho do cérebro, que no Sahelanthropus era de 320–380
cm cúbicos. Os hominídeos da época foram encontrados na Etiópia e Tanzânia, ou
seja na África Oriental. Seguiram-se a esses primeiros hominídeos os
Ardipithecus, tendo os Ardipithecus ramidus existindo há 5,5 até 4 milhões de
anos, e mais tarde (há 4,1 milhões de anos até há 1,3 milhões) viveram os
Australopithecus, descendentes dos ardipithecus.
Australopithecus
Os
australopitecos tinham cérebros maiores, pernas mais longas, braços menores, e
traços faciais mais parecidos com os nossos. Os Australopithecus viviam em
grupos constituídos por várias dezenas de indivíduos, que viviam em constante
deslocamento. Os grupos dispersavam-se quando a seca chegava e a comida
escasseava. Os Australopithecus tinham provavelmente o conceito de casais, mas
não o de família.
O gênero Homo
Há
2,5 milhões de anos surge o gênero Homo, Homo habilis na África oriental, que
começam a usar ferramentas de pedra totalmente feitas por eles (característica
do Paleolítico) e a carne passa a ser mais importante na sua dieta. Eram
caçadores, mas também eram necrófagos e herbívoros e tinham um cérebro maior
(590–650 cm cúbicos) e braços compridos.
Havia
outras espécies como o Homo rudolfensis que tinha um cérebro maior e era bípede
e existiu durante a mesma época que o Homo habilis. Há dois milhões de anos
surgiu o Homo erectus de constituição forte, com um cérebro muito maior
(810–1250 cm cúbicos), rosto largo e foi o primeiro hominídeo a mover-se para
fora de África, indo para norte e para este há 1,8 milhões de anos, existindo
também na Ásia e Europa, até há 500 mil anos. É o primeiro a usar o fogo. Há
300 mil anos já tinha estratégias elaboradas de caça a mamíferos corpulentos. A
era glacial começou há 1,5 milhões de anos e o nível do mar desceu 90 metros.
Partida de África
Migrações humanas em todo o globo Os números indicam os milênios antes da nossa era. |
Há
uns 50 000 anos, os seres humanos lançaram-se à conquista do planeta em
diferentes rumos desde África. Um rumo alcançou a Austrália. A outra chegou a
Ásia Central, para logo se dividir em dois, uma a Europa, e a outra caminhou
até cruzar o estreito de Bering e chegou à América do Norte. As últimas áreas a
ser colonizadas foram as ilhas da Polinésia, durante o primeiro milênio d.C..
Neandertais
Os
neandertais eram robustos, com um cérebro grande, e viviam na Europa e oeste da
Ásia. Sobreviveram até 24 mil anos atrás e coexistiram com os modernos Homo
sapiens sapiens[15] , e podiam mesmo acasalar com eles, se bem que a sua
descendência acabava por ter problemas de fertilidade.
Origem dos homens modernos
Homem de Cro-Magnon |
A
origem do Homo sapiens atual é bastante discutida, mas a maioria dos cientistas
apoia a teoria da Eva mitocondrial, apoiada por testes genéticos, em vez da
teoria evolução multirregional que defende que os seres humanos modernos
evoluíram em todo o mundo ao mesmo tempo a partir das espécies Homo lá
existentes e que se reproduziram entre si durante as várias migrações que
supostamente fizeram. Os primeiros fósseis totalmente humanos foram encontrados
na Etiópia, e estima-se que viveram há 160 mil anos.
A
teoria da Eva mitocondrial considera que houve uma segunda vaga de espécimes
Homo, desta vez homens modernos, há cerca de duzentos mil anos atrás, e que
todos os seres humanos descendem de um grupo muito reduzido de mulheres desta
época.
Há
75 mil anos a população humana deixou de crescer, muito provavelmente devido à
catástrofe de Toba, uma explosão vulcânica, que, segundo alguns cientistas, ate
fez a população descer para 10 mil.
Capacidade de comunicação
A
origem da fala humana tem sido muito controversa. Mas apesar do Homo habilis e
Homo erectus já terem alguma, houve uma evolução há possivelmente 250 mil anos
atrás, mas o grande salto em frente só ocorreu há 40 mil anos, quando os seres
humanos modernos desenvolveram uma linguagem semelhante à nossa.
Arte pré-histórica
Vênus de Laussel |
Há
cerca de 35 mil anos a.C. surgiu a arte paleolítica na Europa. Há 25 mil anos
a.C., surgiram as figurinhas de Vénus. Há 21 mil anos as pinturas rupestres em
Altamira e Lascaux, mais pequenas esculturas. A Vénus de Willendorf
considera-se um símbolo da fertilidade, tem 11 cm de altura e é de há 24 mil -
22 mil anos a.C..
Apesar
de convencionar-se a consolidação da religião no período Neolítico, a
arqueologia registra que no Paleolítico houve uma religião primitiva baseada no
culto a uma Deusa mãe, ao feminino e a associação desta ao poder de dar a vida.
Foram descobertas, no abrigo de rochas Cro-Magnon em Les Eyzies, conchas
cauris, descritas como "o portal por onde uma criança vem ao mundo" e
cobertas por um pigmento de cor ocre vermelho, que simbolizava o sangue, e que
estavam intimamente ligados ao ritual de adoração às estatuetas femininas;
escavações apresentaram que estas estatuetas, as chamadas vênus neolíticas eram
encontradas muitas vezes numa posição central, em oposição aos símbolos
masculinos localizados em posições periféricas ou ladeando as estatuetas
femininas. Assim como a pintura , as esculturas paleolíticas tinham caráter
utilitário e ritualístico.
Foram
encontrados objetos de pequeno porte e até mesmo instrumentos musicais , como
flautas e tambores feitos de ossos. As esculturas mais antigas tinham função
ritualística, formas femininas e acredita-se que fossem uma evocação à
fertilidade. Elas ficaram conhecidas como Vênus Esteatopígicas e são esculturas
pequenas que apresentam características comuns nas formas e nos volumes: Formas
arredondadas , seios volumosos , cabeça sem face, cabeça coberta como uma
espécie de vasta cabeleira.
Mesolítico
Mesolítico
(10.000 a.C a 5.000 a.C) é o termo empregue para denominar o período da
pré-história que serve de transição entre o Paleolítico e o Neolítico, e
presente (ou pelo menos, com duração razoável) apenas em algumas regiões do
mundo onde não houve transição direta entre esses dois períodos. Significa
Idade Média da Pedra (do grego μεσος, mesos =médio; e λίθος, líthos =pedra) por
contraposição ao Paleolítico (Idade Antiga da Pedra) e ao Neolítico (Idade Nova
da Pedra), identificando-se com as últimas sociedades de caçadores-coletores.
Invenção da agricultura
Há
10 mil anos a.C., praticamente não havia agricultura, mas em 6 mil anos os
conjuntos de humanos com capacidade para criar animais e cultivar plantas passariam
a ser produtores. A agricultura foi inventada em várias partes do mundo,
comumente em épocas diferentes, independentemente das outras áreas. Primeiro
foi no Médio Oriente, mais precisamente no Crescente Fértil, em 10 mil a.C.,
onde se espalhou para várias zonas do mundo, como o Norte de África (excluindo
o Egito) e os Balcãs há 6 mil a.C.
Idade dos metais
Há
oito mil anos inventou-se a fundição do cobre. A metalurgia surgiu na Anatólia
e na Mesopotâmia (Turquia e Iraque atuais) em aproximadamente 5000 a.C., e até
4000 a.C. espalhou-se até ao planalto do Irão, Cáucaso e delta do Nilo, até
3000 a.C. dirigiu-se até ao sul da Europa, da Polônia e da Alemanha, França,
ilhas Britânicas, e depois até 2000 a.C. à Dinamarca, resto da Polônia, parte
dos países Bálticos e Bielorrússia.