Primeiramente,
os pré-socráticos, também chamados naturalistas ou filósofos da natureza -
entendendo-se este termo não em seu sentido corriqueiro, mas como realidade
primeira, originária e fundamental¹, ou o que é primário, fundamental e
persistente, em oposição ao que é secundário, derivado e transitório²), tinham
como escopo especulativo o problema cosmológico, ou cosmo-ontológico, e
buscavam o princípio (ou arché) das coisas.
Posteriormente,
com a questão do princípio fundamental único entrando em crise, surge a
sofística, e o foco muda do cosmo para o homem e o problema moral.
Os
principais filósofos pré-socráticos (e suas escolas) foram:
·
Escola
Jônica: Tales de Mileto, Anaximenes de Mileto, Anaximandro de Mileto e
Heráclito de Éfeso;
·
Escola
Itálica: Pitágoras de Samos, Filolau de Crotona e Árquitas de Tarento;
·
Escola
Eleática: Xenófanes, Parmênides de Eleia, Zenão de Eleia e Melisso de Samos.
·
Escola
da Pluralidade: Empédocles de Agrigento, Anaxágoras de Clazômena, Leucipo de
Abdera e Demócrito de Abdera.
·
Escola
eclética: Diógenes de Apolônia, Arquelau de Atenas.
Doxografias, a obra de
Diels-Kranz e os fragmentos
Na
atualidade não é conservada nenhuma obra completa de filósofos pré-socráticos.
Platão e Aristóteles tinham acesso a várias delas e talvez alguma chegou à
Biblioteca de Alexandria. Na Escola de Alexandria circulavam compilações
conhecidas posteriormente como "doxografias", do grego δόξα (doxa) =
opinião + γραϕή (grafé) = escrito, ou "conversações" (gr.: ἀρέσκοντα,
lat.: placita). Em particular, era atribuída a Teofrasto uma doxografia com o
nome Opiniões dos físicos, (grego: Φυσικῶν δοχῶν), que seria uma compilação e
comentários de fragmentos de pré-socráticos. Hermann Diels realizou uma edição
dessas fontes com o nome Doxographi Graeci (tr. "Doxografia Grega").
Diels
continuou o seu trabalho no final do século XIX com uma compilação de testemunhos
e fragmentos dos pré-socráticos espalhados por diversas obras antigas,
publicando esse material com o nome Die Fragmente der Vorsokratiker (tr. Os
fragmentos dos pré-socráticos)[3] que se transformou na obra de referência
sobre o tema. Posteriormente, Walther Kranz organizou novas edições dessa obra,
que passou a ser conhecida como Diels-Kranz. No meio acadêmico é comum utilizar
a citação padronizada de Diels-Kranz para os pré-socráticos.
Escola Jônica
Tales de Mileto (624--548 a.C.)
Atribui-se
a Tales a afirmação de que "todas as coisas estão cheias de deuses",
o que talvez pode ser associado à ideia de que o imã tem vida, porque move o
ferro. Essa afirmação representa não um retorno a concepções míticas, mas
simplesmente a ideia de que o universo é dotado de animação, de que a matéria é
viva (hilozoísmo). Além disso, elaborou uma teoria para explicar as inundações
no Nilo, e atribui-se a Tales a solução de diversos problemas geométricos
(exemplo: teorema de Tales). Tales viajou por várias regiões, inclusive o
Egito, onde, segundo consta, calculou a altura de uma pirâmide a partir da
proporção entre sua própria altura e o comprimento de sua sombra. Esse cálculo
exprime o que, na geometria, até hoje se conhece como teorema de Tales.
Tales
foi um dos filósofos que acreditava que as coisas têm por trás de si um princípio
físico, material, chamado arché. Para Tales, o arché seria a água. Tales
observou que o calor necessita de água, que o morto resseca, que a natureza é
úmida, que os germens são úmidos, que os alimentos contêm seiva, e concluiu que
o princípio de tudo era a água. Com essa afirmação deduz-se que a existência
singular não possui autonomia alguma, apenas algo acidental, uma modificação. A
existência singular é passageira, modifica-se. A água é um momento no todo em
geral, um elemento.
Principais
fragmentos:
“...a
Água é o princípio de todas as coisas...”.
“...
todas as coisas estão cheias de deuses...”.
“...
a pedra magnética possui um poder porque move o ferro..."
Tales
é apontado como um dos sete sábios da Grécia Antiga. Além disso, foi o fundador
da Escola Jônica. Considerava a água como sendo a origem de todas as coisas, e
seus seguidores, embora discordassem quanto à “substância primordial” (que
constituía a essência do universo), concordavam com ele no que dizia a respeito
da existência de um “princípio único" para essa natureza primordial. Entre
os principais discípulos de Tales de Mileto merecem destaque: Anaxímenes que
dizia ser o "ar" a substância primária; e Anaximandro, para quem os
mundos eram infinitos em sua perpétua inter-relação.
Anaximandro de Mileto (611-547
a.C.)
Anaximandro
viveu em Mileto no século VI a.C.. Foi discípulo e sucessor de Tales.
Anaximandro achava que nosso mundo seria apenas um entre uma infinidade de
mundos que evoluiriam e se dissolveriam em algo que ele chamou de ilimitado ou
infinito. Não é fácil explicar o que ele queria dizer com isso, mas parece
claro que Anaximandro não estava pensando em uma substância conhecida, tal como
Tales concebeu. Talvez queria dizer que a substância que gera todas as coisas
deveria ser algo diferente das coisas criadas. Uma vez que todas as coisas
criadas são limitadas, aquilo que vem antes ou depois delas teria de ser
ilimitado.
É
evidente que esse elemento básico não poderia ser algo tão comum como a água.
Anaximandro
recusa-se a ver a origem do real em um elemento particular; todas as coisas são
limitadas, e o limitado não pode ser, sem injustiça, a origem das coisas. Do
ilimitado surgem inúmeros mundos, e estabelece-se a multiplicidade; a gênese
das coisas a partir do ilimitado é explicada através da separação dos
contrários em consequência do movimento eterno. Para Anaximandro o princípio
das coisas - o arché - não era algo visível; era uma substância etérea,
infinita. Chamou a essa substância de apeíron (indeterminado, infinito). O
apeíron seria uma “massa geradora” dos seres, contendo em si todos os elementos
contrários.
Anaximandro
tinha um argumento contra Tales: o ar é frio, a água é úmida, e o fogo é
quente, e essas coisas são antagônicas entre si, portanto o elemento primordial
não poderia ser um dos elementos visíveis, teria que ser um elemento neutro,
que está presente em tudo, mas está invisível.
Esse
filósofo foi o iniciador da astronomia grega. Foi o primeiro a formular o
conceito de uma lei universal presidindo o processo cósmico totalmente.
De
acordo com ele para que o vir-a-ser não cesse, o ser originário tem de ser
indeterminado. Estando, assim, acima do vir-a-ser e garantindo, por isso, a
eternidade e o curso do vir-a-ser.
O
seu fragmento refere-se a uma unidade primordial, da qual nascem todas as
coisas e à qual retornam todas as coisas.
Principais
fragmentos:
“...
o ilimitado é eterno...”
“...
o ilimitado é imortal e indissolúvel...”
Anaxímenes de Mileto (588-524
a.C.)
O
terceiro filósofo de Mileto foi Anaxímenes. Ele pensava que a origem de todas
as coisas teria de ser o ar ou o vapor. Anaxímenes conhecia, claro, a teoria da
água de Tales. Mas de onde vem a água? Anaxímenes acreditava que a água seria
ar condensado. Acreditava também que o fogo seria ar rarefeito. De acordo com
Anaxímenes, por conseguinte, o ar("pneuma") constituiria a origem da
terra, da água e do fogo.
Conclusão:
Os
três filósofos milésios acreditavam na existência de uma substância básica
única, que seria a origem de todas as coisas. No entanto, isso deixava sem
solução o problema da mudança. Como poderia uma substância se transformar
repentinamente em outra coisa? A partir de cerca de 500 a.C., quem se
interessou por essa questão foi um grupo de filósofos da colônia grega de
Eleia, no sul da Itália, por isso conhecidos como eleatas.
Parmênides de Eleia
O
mais importante dos filósofos eleatas foi Parmênides (c. 530-460 a.C.). “Nada
nasce do nada e nada do que existe se transforma em nada”. Com isso quis dizer
que “tudo o que existe sempre existiu”.
Sobre
as transformações que se pode observar na natureza: ”Achava que não seriam
mudanças reais”. De acordo com ele, nenhum objeto poderia se transformar em
algo diferente do que era.
Início
do racionalismo
Percebia,
com os sentidos, que as coisas mudam. Mas sua razão lhe dizia que é logicamente
impossível que uma coisa se tornasse diferente e, apesar disso, permanecesse de
algum modo a mesma. Quando se viu forçado a escolher entre confiar nos sentidos
ou na razão, escolheu a razão. Essa inabalável crença na razão humana recebeu o
nome de racionalismo. Um racionalista é alguém que acredita que a razão humana
é a fonte primária de nosso conhecimento do mundo.
Heráclito de Éfeso
Um
contemporâneo de Parmênides foi Heráclito (c. 540-476 a.C.), que era de Éfeso,
na Ásia Menor. Heráclito propunha que a matéria básica do Universo seria o
fogo. Pensava também que a mudança constante, ou o fluxo, seria a
característica mais elementar da Natureza. Podemos talvez dizer que Heráclito
acreditava mais do que Parmênides naquilo que percebia. "Tudo flui",
disse Heráclito. "Tudo está em fluxo e movimento constante, nada
permanece". Por conseguinte, “não entramos duas vezes no mesmo rio. Quando
entro no rio pela segunda vez, nem eu nem o rio somos os mesmos".
Problema:
Parmênides e Heráclito defendiam dois pontos principais diametralmente opostos.
Parmênides
dizia:
a)
nada muda,
b)
não se deve confiar em nossas percepções sensoriais.
Heráclito,
por outro lado, dizia:
a)
tudo muda (“todas as coisas fluem”), e
b)
podemos confiar em nossas percepções sensoriais.
Quem
estava certo? Coube ao siciliano Empédocles (c. 490-430 a.C.) indicar a saída
do labirinto.
Como
estudioso da physis, Heráclito acreditava que o fogo era a origem das coisas
naturais.
Empédocles
Ele
achava que os dois estavam certos:
1.
A água não poderia, evidentemente, transformar um peixe em uma borboleta. Com
efeito, a água não pode mudar. Água pura irá continuar sendo água pura. Por
isso, Parmênides estava certo ao sustentar que “nada muda”.
2.
Mas, ao mesmo tempo, Heráclito também estava certo em achar que devemos confiar
em nossos sentidos. Devemos acreditar naquilo o que precisava ser rejeitado era
a ideia de uma substância básica única. Nem a água nem o ar sozinhos podem se
transformar em uma roseira ou uma borboleta. Não é possível que a fonte da
Natureza seja um único “elemento”. Empédocles acreditava que a Natureza
consistiria em quatro elementos, ou “raízes”, como os denominou. Essas quatro
raízes seriam a terra, o ar, o fogo e a água.
A
- Como ou por que acontecem as transformações que observamos na natureza?
1.
todas as coisas seriam misturas de terra, ar, fogo e água, mas em proporções
variadas. Assim as diferentes coisas que existem seriam os processos naturais
gerados pela aproximação e à separação desses quatro elementos.
2.
Quando uma flor ou um animal morrem, disse Empédocles, os quatro elementos
voltam a se separar. Podemos registrar essas mudanças a olho nu. Mas a terra e
o ar, o fogo e a água permaneceriam eternos, “intocados” por todos os
componentes dos quais fazem parte. Dessa maneira, não é correto dizer que todas
as coisas mudam.
3.
Basicamente, nada mudaria. O que ocorre é que os quatro elementos se
combinariam e se separariam - para se combinarem de novo, em um ciclo. B - O
que faria esses elementos se combinarem de tal modo que fizessem surgir uma
nova vida? E o que faria a “mistura”, digamos, de uma flor se dissolver de
novo? Empédocles pensava que haveria duas forças diferentes atuando na
Natureza. Ele as chamou de amor e discórdia. Amor uniria as coisas, a discórdia
as separaria.
Curiosamente,
os quatro elementos correspondem, um a um, aos quatro estados da natureza:
terra (sólido), água (líquido), ar (gasoso) e fogo (plasma).
Demócrito e a Teoria Atômica
Para
Demócrito, as transformações que se podem observar na natureza não significavam
que algo realmente se transformava. Ele acreditava que todas as coisas eram
formadas por uma infinidade de "pedrinhas minúsculas, invisíveis, cada uma
delas sendo eterna, imutável e indivisível". A estas unidades mínimas deu o
nome de ÁTOMOS. Átomo significa indivisível, cada coisa que existe é formada
por uma infinidade dessas unidades indivisíveis. "Isto porque se os átomos
também fossem passíveis de desintegração e pudessem ser divididas em unidades
ainda menores, a natureza acabaria por diluir-se totalmente". Exemplo: se
um corpo – de uma árvore ou animal, morre e se decompõe, seus átomos se
espalham e podem ser reaproveitados para dar origem a outros corpos.
Xenófanes de Colofon
Originário
da Jônia, viveu no sul da Itália. Precursor do pensamento dos Eleatas. Para ele
a Physis era a terra. Escreveu em estilo poético. Defendeu a ideia de um Deus
único. Tinha influência Pitagórica.
Xenófanes,
de Colofon -(século IV a. C) atribui-se a ele a fundação da escola de Eleia.
Levou vida errante, passando parte dela na Sicília, tendo fugido de sua terra
natal por causa da invasão dos medas. Alguns duvidam de sua ligação com Eleia.
Em seus fragmentos defendeu um deus único, supremo, que não tinha a forma de
homem. Realçou isso afirmando que os homens atribuem aos deuses características
semelhantes a eles mesmos, que mudam de acordo com o povo. Se os animais
tivessem mãos para realizarem obras, colocariam nos deuses suas
características. Restaram de suas obras alguns fragmentos, sendo que uns
satíricos. Foi contra a grande influência de Hesíodo e Homero (historiador e
escritor gregos). Zombou dos atletas, preferindo a sua sabedoria aos feitos
atléticos, que não enchiam celeiros. O deus segundo Xenófanes está implantado
em todas as coisas, o todo é um, e é supra-sensível, imutável, sem começo, meio
ou fim. Teve como discípulo Parmênides.
Segundo
Hegel os gregos tinham apenas o mundo sensível diante de si, e não encontravam
satisfação nisso. Assim jogavam tudo fora como sendo não verdadeiro, e chegavam
ao pensamento puro. O infinito, Deus, é um só, pois se fosse dois haveria a
finitude. Hegel identifica a dialética* em Xenófanes, uma consciência da
essência, pura, e outra de opinião, uma sobrepondo a outra, indo contra a
mitologia grega.
Escolas Italianas
Pitágoras de Samos
Representada
pela mestre de Pitágoras, Temistocléia e seus seguidores: Teano, Damo, Arquitas
de Tarento, Arignote, Equécrates, Melissa, Myia, Fíntis de Esparta, Filolau de
Crotona. A maioria dos discípulos desenvolvia conhecimentos em matemática.
Defendia
uma doutrina com ênfase na metafísica e na filosofia dos números e da música
como essência de tudo que existe e também da própria Divindade. O ponto central
da doutrina religiosa é a crença na transmigração das almas ou metempsicose.
Pitágoras,
o fundador da Escola Pitagórica, nasceu em Samos pelos anos 571-70 a.C. Em
532-31 foi para a Itália, na Magna Grécia, e fundou em Crotona, colônia grega,
uma associação metafísico-científico-ético-política, que foi o centro de
irradiação da escola e encontrou partidários entre os gregos da Itália
meridional e da Sicília. Pitágoras aspirava - e também conseguiu - a fazer com
que a educação ética da escola se ampliasse e se tornasse reforma política;
isto, porém, levantou oposições contra ele e foi constrangido a deixar Crotona,
mudando-se para Metaponto, aí morrendo provavelmente em 497-96 a.C. Um dos
principais herdeiros foi o filósofo grego Platão.
Escola Eleática
Representada
principalmente por:
Alcmeão
de Crotona Filho de Peiritoos, é um dos principais discípulos de Pitágoras. Foi
jovem quando seu mestre já era avançado em anos. Seu interesse principal dirigia-se
á Medicina, de que resultou a sua doutrina sobre o problema dos sentidos e da
percepção. Alcmeão disse que só os deuses tem um conhecimento certo, aos homens
só presumir é permitido.
Parmênides
de Eleia O acme de sua existência foi por volta de 500 a.C. Foi ele o primeiro
a demonstrar a esfericidade da Terra e sua posição no centro do mundo. Segundo
ele, existem dois elementos: o fogo e a terra. O primeiro elemento é criador, o
segundo é matéria. Os homens nasceram da terra. Trazem em si o calor e o frio,
que entram na composição de todas as coisas. O espírito e a alma são para ele
uma única e a mesma coisa. Ha dois tipos de filosofia, uma se refere a verdade
e a outra a opinião.
Zenão
Melisso
Segunda Fase do pensamento
pré-socrático
Escola atomista
Leucipo
e Demócrito de Abdera são os maiores expoentes.
Anaxágoras de Clazômena
Doutrina das Homeomerias.
Anaxágoras
de Clazômenas (Clazômenas, c. 500 a.C. - Lâmbsaco, 428 a.C.), filósofo grego do
período pré-socrático. Nascido em Clazômenas, na Jônia, fundou a primeira
escola filosófica de Atenas, contribuindo para a expansão do pensamento
filosófico e científico que era desenvolvido nas cidades gregas da Ásia. Era
protegido de Péricles que também era seu discípulo. Em 431 a.C. foi acusado de
impiedade e partiu para Lâmpsaco, uma colônia de Mileto, também na Jônia, e lá
fundou uma nova escola.
Escreveu
um tratado aparentemente pequeno intitulado "Sobre a natureza", em
que tentava conciliar a existência do múltiplo frente à crítica de Parmênides
de Eleia e sua escola. Afirmava que o universo se constitui pela ação do Nous
(νοῦς), conceito que geralmente é traduzido por espírito, mente ou
inteligência. Segundo o filósofo, o Nous atua sobre uma mistura inicial formada
de sementes que contém uma porção de cada coisa. Assim, o Nous, que é
ilimitado, autônomo e não misturado com nada mais, age sobre estas sementes ordenando-as
e constituindo o mundo sensível. Os fragmentos preservados versam sobre:
cosmologia, biologia e percepção. Esta noção de causa inteligente, que
estabelece uma finalidade na evolução universal, irá repercutir em filósofos
posteriores, como Platão e Aristóteles.
Anaxágoras
aparece ao lado de Pitágoras no quadro da "Escola de Atenas" do
pintor Rafael, segurando a tableta com o número triangular 1+2+3+4, a sagrada
tetraktys dos Pitagóricos.