A Dinastia de Tudor figura como a mais brilhante da
história da realeza dos britânicos. Composta de seis soberanos consecutivos,
pelo menos três deles estão entre as figuras mais famosas em história monárquica
da Inglaterra e da Grã-Bretanha.
Tudo começou quando Ricardo III, ultimo rei Stuart, foi derrotado e morto por Henrique de Tudor, de origem galesa, na Batalha de BosworthField, Leicestershire (1485), que marcou o epílogo da Guerra das Rosas e, assim, abriu caminho para o início da Dinastia de Tudor, coroando-se como Henrique VII, seu filho como Henrique VIII e os três netos como Edward VI, Maria I e Isabel I, que governaram durante 118 anos. Durante este período, a Inglaterra desenvolveu-se como um dos mais significativos poderes coloniais europeus, expandindo seu domínio pela América e assumindo o controle da Irlanda. Teve um papel proeminente no Renascimento cultural da Europa, com nomes como William Shakespeare, Edmund Spenser e o CardealWolsey. Também foi um período de enorme turbulência religiosa, com a criação do anglicanismo e duas mudanças de religião oficial, o que resultou no martírio de muitas vítimas inocentes tanto do lado do Protestantismo como entre os Católicos romanos. Por exemplo, o rei Henrique VIII rompeu com Roma (1534), suprimiu os monastérios e concedeu permissão para os padres se casarem.
Tudo começou quando Ricardo III, ultimo rei Stuart, foi derrotado e morto por Henrique de Tudor, de origem galesa, na Batalha de BosworthField, Leicestershire (1485), que marcou o epílogo da Guerra das Rosas e, assim, abriu caminho para o início da Dinastia de Tudor, coroando-se como Henrique VII, seu filho como Henrique VIII e os três netos como Edward VI, Maria I e Isabel I, que governaram durante 118 anos. Durante este período, a Inglaterra desenvolveu-se como um dos mais significativos poderes coloniais europeus, expandindo seu domínio pela América e assumindo o controle da Irlanda. Teve um papel proeminente no Renascimento cultural da Europa, com nomes como William Shakespeare, Edmund Spenser e o CardealWolsey. Também foi um período de enorme turbulência religiosa, com a criação do anglicanismo e duas mudanças de religião oficial, o que resultou no martírio de muitas vítimas inocentes tanto do lado do Protestantismo como entre os Católicos romanos. Por exemplo, o rei Henrique VIII rompeu com Roma (1534), suprimiu os monastérios e concedeu permissão para os padres se casarem.
Henry Tudor, o rei Henry VII da Inglaterra (1457 -
1509)
Rei da Inglaterra (1485-1509) nascido no Castelo de
Pembroke, Pembrokeshire, no País de Gales, que teve o mérito de terminar as
Guerras das Rosas entre as casas de Lancastre (vermelha) e York (branca) e,
conseqüentemente, fundado a Dinastia de Tudor e tornando-se o primeiro Rei de
Inglaterra da Casa de Tudor. Era filho póstumo de Edmundo Tudor, Conde de
Richmond, de quem herdou o título (1457-1485), e de Margarida Beaufort, trineta
de Eduardo III de Inglaterra. De descendência dos Lancastres, cresceu no exílio
na Bretanha, e durante o reinado do popular Eduardo IV, com a sua morte repentina
(1483) o Duque de Gloucester assumiu o trono como Ricardo III, o gerou forte
oposição e ele tornou-se no líder da oposição ao novo rei. Dois anos depois, o
seu exército derrotou e levou a morte Ricardo III na Batalha de Bosworth Field.
A sua aclamação como rei sem oposição, a sua subida ao poder e o seu casamento
(1486) com Isabel de York, a herdeira da família inimiga, colocaram um fim na
Guerra das Rosas. Estabilizado no poder, cuidou de manter nobreza sob controle
o que garantiu grande parte do sucesso do seu reinado. Dedicou-se à
reconstrução do reino, devastado pela guerra civil, desistindo de arriscados
confrontos ou aventuras externas. Reestruturação os impostos e sua técnicas de
cobrança, aumentou a carga fiscal da nobreza, e investiu na construção de uma
frota comercial para desenvolver o comércio marítimo. Procurou restaurar as
relações diplomáticas com França, e Escócia.e estabelecer laços reais com a
Espanha dos Reis Católicos. Morreu em em Richmond, Surrey, Inglaterra, e está
sepultado na Abadia de Westminster, em Londres. Seus mais importantes filhos
com Isabel de York foram: Margarida Tudor (1489-1541), que casou com Jaime IV,
Rei da Escócia e, depois, com Archibald Douglas, Conde de Angus e com Henrique
Stuart, Lord Methven; Henrique VIII, Rei de Inglaterra (1491-1547) e Maria
Tudor (1496-1533), que casou com Luis XII, Rei de França e, depois, com Charles
Brandon, Duque de Suffolk.
Henrique VIII da Inglaterra (1491 - 1547)
Rei inglês (1509-1547) nascido em Greenwich, próximo
de Londres, conhecido por ter provocado a ruptura da Inglaterra com a Igreja
Católica, criando a Igreja Anglicana ou Episcopal, com o rei da Inglaterra como
seu chefe supremo e o arcebispo de Canterbury como seu líder espiritual. Filho
de Henrique VII da Inglaterra, tornou-se herdeiro do trono da Inglaterra
(1502), após a morte do irmão mais velho (1502), Artur, foi coroado (1509) e
casou-se a seguir com Catarina de Aragão, a viúva de seu irmão e filha de
Fernando e Isabel da Espanha, os reis católicos. Poliglota, esportista e
estudioso de teologia, opôs-se a doutrina de Lutero, o que lhe valeu o título
de defensor da fé, concedido pelo papa Leão X. Na primeira etapa de seu
reinado, a atenção do governo, dirigido pelo arcebispo de York e cardeal Thomas
Wolsey, centralizou-se na política exterior. Por causa do casamento, manteve a
aliança com a Espanha e enfrentou os franceses, aos quais venceu em Guinegatte
(1513), porém, após a batalha de Pávia (1525), reaproximou-se da França para
evitar a hegemonia espanhola. A busca de uma descendência masculina, pois
Catarina só lhe havia dado uma filha, Maria, mais tarde, Maria I Tudor, levou-o
a solicitar ao papa Clemente VII, a anulação do casamento (1527). Como Catarina
era tia do imperador Carlos V e I da
Espanha, e o pontífice, que havia sido pressionado por este, após o saque de
Roma (1527), negou o divórcio ao monarca inglês. Com uma postura contrária à
Reforma luterana e com o apoio do Parlamento e do povo, descontente com os
privilégios e poderes eclesiásticos, rompeu com o papa, fundou e nomeou-se
chefe da Igreja na Inglaterra (1532). O Parlamento aprovou o Estatuto de
Supremacia, que o transformou oficialmente chefe supremo da Igreja da
Inglaterra ou Anglicana. Obteve, então,
a anulação de seu casamento (1533) e oficializou sua união com a amante
Ana Bolena. Substituiu seu homem forte Wolsey por Thomas Cromwell e impôs um
poder autoritário, inclusive com a execução de seus opositores como de seu
antigo amigo Thomas More, um dos mais brilhantes humanistas da época, por este
se negar a reconhecer a supremacia religiosa do monarca. Ordenou o confisco dos
bens eclesiásticos, acabou o feudalismo,
exerceu maior controle sobre o Parlamento e anexou à Inglaterra os territórios
da Irlanda e do País de Gales. Transformou a Inglaterra em grande potência
naval e derrotou os escoceses em Solway Moss (1542), embora não tenha
conseguido submeter o reino da Escócia a sua coroa. Com Ana Bolena teve uma
filha, a futura Elizabeth I, que por não lhe proporcionar um herdeiro varão foi
decapitada (1537) sob a duvidosa acusação de adultério. Casou-se mais quatro
vezes: com Jane Seymour, que morreu ao dar à luz um filho, seu futuro sucessor,
Eduardo VI; com Ana de Clèves, de quem logo se divorciou; com Catherine Howard,
que também acabou decapitada; e com Catherine Parr. A dama da corte Catarina
Parr, uma jovem viúva, graciosa, meiga, digna, afeiçoada aos filhos do rei,
atraiu-lhe a atenção. Seus últimos anos do reinado transcorreram adoçados pela
influência da boa e sábia Catarina. Mas uma infecção, que desde anos o fazia
sofrer, estendeu-se ao corpo todo e o rei faleceu (1547), em Londres.
OBSERVAÇÃO: As igrejas Católica e Anglicana são
semelhantes quanto à profissão de fé, a liturgia e os sacramentos, mas a igreja
episcopal não reconhece a autoridade do papa e admite mulheres como sacerdotes.
A primeira mulher consagrada (1989) e a exercer o ministério episcopal foi a
reverenda Barbara Harris, da diocese de Massachusetts (EUA). A Reforma
Anglicana ainda sofreu uma reação católica, com o reinado de Maria Tudor
(1553-1558). Seu casamento com Felipe II da Espanha transformou a reforma
religiosa numa questão nacional. Porém sob Elisabeth I, foi renovada a
soberania da Coroa sobre a igreja e ratificada a liturgia anglicana, tendo por
base a confissão calvinista reformada (1559).
Eduardo VI Tudor (1537 - 1553)
Rei da Inglaterra e Irlanda (1547-1553) nascido no
Palácio de Hampton Court, em Londres, que assumiu o trono na Inglaterra no ano
seguinte a morte de Lutero e demonstrou forte tendência calvinista, considerado
o primeiro monarca Protestante de Inglaterra e foi no seu reinado que se
conformou a independência da Igreja Anglicana do Vaticano. Único filho legítimo
do rei de Inglaterra Henrque VIII e da terceira esposa do rei, Jane Seymour,
que não se recuperou mais do parto e morreu 12 dias depois do nascimento do
filho. Duque da Cornualha como primogênito do rei, foi uma criança frágil e
doente e provavelmente sofria de sífilis congênita, adquirida de seu pai. Porém
sua saúde não impediu a sua educação e revelou-se um excelente aluno. Aos sete
anos era fluente em Latim e mais tarde aprendeu francês e grego, que traduzia
com facilidade aos treze anos. Com a morte do pai (1547), subiu ao trono
assistido por um conselho de regência chefiado por seu tio Eduardo Seymour,
Duque de Somerset, que se tornou no verdadeiro senhor de Inglaterra. Porém uma
revolta popular (1549) pela impopularidade do Duque de Somerset e a declaração
de guerra da França, depôs o Duque de Somerset, que foi substituído por John
Dudley, Conde de Warwick, depois Duque de Northumberland. Foi editada uma
edição da Bíblia com anotações anti-católicas, os bispos fiéis a Roma foram
substituídos por reformistas e começaram as perseguições e as execuções na
fogueira. Lançou um livro de pregações que pretendia forçar a uniformidade
religiosa em torno da fé reformada na Inglaterra (1549). Aos 16 anos a saúde do
rei começou a piorar e morreu em Londres (1553), provavelmente de tuberculose e
foi sepultado na Abadia de Westminster. Após sua morte, sua irmã mais velha,
Maria I (1516-1558), que tentou o retorno do catolicismo à Inglaterra.
Jane Grey, Rainha Joana I da Inglaterra, Lady Dudley
(1537 - 1554)
Rainha da Inglaterra (1553) por nove dias nascida em
Bradgate, Leicestershire, proclamada rainha de Inglaterra e da Irlanda a 10 de
Julho, após a morte de Eduardo VI. De uma família aristocrata, filha do marquês
de Dorset e de Lady Frances Brandon, era bisneta de Henry VII, e durante a
infância passou por uma educação esmerada, de acordo com a tradição para as
mulheres dos Tudor, aprendendo a falar e escrevia grego, latim, francês,
hebraico e italiano. Seu pai recebeu o título de duque de Suffolk (1551) e ela
passou a freqüentar a corte. O seu preceptor foi John Aymler da Universidade de
Cambridge, o mesmo responsável por parte da educação da então princesa Isabel,
futura famosa rainha, com quem inclusive passou algum tempo, na casa de
Catarina Parr, a última rainha de Henrique VIII de Inglaterra. Protestante,
casou-se em maio (1553) com o filho do Duque de Northumberland, o Lord
Guildford Dudley. Quando o rei Eduardo VI de Inglaterra, estava para morrer e
não tinha descendentes, o Duque de Northumberland, alegando posições
religiosas, persuadiu o rei moribundo declarar a Lady Dudley como sua herdeira,
deserdando suas meias-irmãs. Assim, ela foi proclamada a rainha no dia 10 de
julho, embora a população apoiasse a meia-irmã do rei, a católica Maria Tudor.
Com o apoio popular, Maria conseguiu proclamar-se nova rainha no dia 19 de
julho. Convencida a abdicar imediatamente sem resistência, sua vida foi poupada
por enquanto, mas o Duque de Northumberland foi executado por traição. A rainha
deposta foi feita prisioneira juntamente com o marido e, posteriormente foram
condenados por alta traição e decapitados no ano seguinte (12/02/1554), em
Londres. Tinha então apenas 16 anos e meio e foi enterrada em Torre de Londres,
na Capela de St. Peter in Vincula, ao lado das rainhas Ana Bolena e Katherine
Howard. Assim nasceu e morreu A Rainha dos Nove Dias.
Mary Tudor, a Maria I, a rainha Sanguinária (1516 -
1558)
Rainha da Inglaterra e da Irlanda (1553-1558)
nascida em Greenwich, a primeira rainha que governou de fato a Inglaterra
(1553-1558) e com direito adquirido e que ficou conhecida por sua perseguição
aos protestantes na tentativa frustrada de restabelecer Catolicismo romano como
religião oficial na Inglaterra. Filha de Henrique VIII e de Catarina de Aragão,
era a meia-irmã mais velha do rei Eduardo VI de Inglaterra, que não tinha
filhos, e assim sendo, a opção mais direta para sucedê-lo. Foi proclamada
princesa de Gales (1525) e foi educada como católica pela mãe Catarina e, por
causa dessa formação, era radicalmente contra a aplicação anglicanismo ou
quaisquer outras religiões como oficiais. Com o casamento do pai com Ana
Bolena, foi declarada bastarda e privada do título de princesa, porém ela
jamais admitiu sua ilegitimidade dinástica e não acatou a recomendação de
entrar para um convento. Após o repúdio do pai a Ana Bolena, ofereceu-lhe o
perdão, com a condição de que ela o reconhecesse como chefe da igreja da
Inglaterra. Acatando a exigência obteve o direito de sucessão depois dos filhos
varões do pai. Mesmo assim, temendo este retrocesso, o rei agonizante foi
convencido por alguns conselheiros nomear outro herdeiro, no caso a protestante
Joana Grey. Quando Eduardo VI sucedeu ao pai (1547) introduziu novas reformas
na liturgia eclesiástica, como a substituição do latim pelo inglês, o que ela
não aceitou e sofreu novas perseguições. Com a morte de Eduardo VI (1553). De
uma descendência muito popular as princesas deserdadas não concordaram com a
coroação e dominou a rebelião dos nobres ingleses. Então, com o apoio da
população, a princesa mais velha destronou a rainha Jane, nove dias depois da
coroação e foi proclamada a nova rainha no dia 10 de julho. Presos na Torre de
Londres, Jane e o marido foram condenados e decapitados no ano seguinte (1554)
depois de sufocar com violência uma revolta contra a rainha, organizada por Sir
Thomas Wyatt. O seu governo caracterizou-se desgraçadamente por sua vã
tentativa de fazer voltar o catolicismo romano como religião do país, inclusive
com o emprego da violência. Perseguiu cruelmente os protestantes e por causa da
religião casou-se com o sobrinho, o rei católico Filipe II da Espanha, o que
provocou o ódio no povo inglês. Na guerra contra a França, a Inglaterra perdeu
Calais, seu último baluarte no continente. Envelhecida, enferma e frustrada por
falsas esperanças de maternidade, morreu em Londres no mesmo ano em que morria
Carlos V da Espanha. Foi sucedida por sua meia-irmã Elizabeth (1533-1603),
filha de Henrique VIII com Bolena, que procurou restaurar o anglicanismo criado
por seu pai.
Elizabeth I, a Rainha Isabel da Inglaterra (1533 -
1603)
Famosa rainha da Inglaterra e da Escócia (1558-1603)
nascida em Greenwich, em cujo reinado a Inglaterra conheceu o auge econômico e
tornou-se a maior potência política, comercial e cultural da Europa. Filha de
Henrique VIII e Ana Bolena, na infância estudou línguas, música e dança. Em sua
juventude, viu-se envolvida por intrigas palacianas e foi acusada de participar
da conspiração de Lord Seymour, durante o reinado de seu meio-irmão Eduardo VI,
e da de Sir Thomas Wyat, no reinado de sua meia-irmã católica Maria Tudor. Em
17 de novembro de 1558 torna-se rainha da Inglaterra, aos 25 anos. Sob
seu reinado, o país se tornaria o mais poderoso do
mundo.Com a morte de Maria e devidamente reconhecida como herdeira, cercada de
bons conselheiros, entre os quais William Cecil, mais tarde Lord Burghley.
Combateu Felipe II da Espanha, que representava impedimento à expansão inglesa.
Com os Estatutos de Supremacia e Uniformidade (1559) restaurou oficialmente o
anglicanismo e liberou definitivamente o protestantismo na Inglaterra, porém
nos anos 70 desenvolveu perseguições contra os católicos e protestantes
calvinistas. Após uma longa luta pelo poder (1561-1586), aprisionou e mandou
decapitar Mary Stuart, rainha católica da Escócia, sua prima e rival (1587).
Desenvolveu o comércio e a indústria, propiciando um renascimento das artes e
um relaxamento dos costumes. No seu reinado surgiram muitos poetas e
dramaturgos, como William Shakespeare, Christopher Marlowe e Edmund Spencer.
Apesar de suas notórias ligações com vários nobres, entre eles Robert Dudley,
conde de Leicester, a rainha nunca casou. Nessa época, a Inglaterra passou a
ser conhecida como merry old England, ou seja, alegre e velha Inglaterra. O
final de seu reinado caracterizou-se por intranqüilidade política e crescente
descontentamento em relação à autoridade monárquica. Além disso, a difusão do
calvinismo punha em perigo a unidade político-religiosa conseguida até então
pela rainha. Embora a situação do povo continuasse ruim, não faltando
tentativas de rebelião e atentados à vida da rainha, conseguiu controlar a
ordem social a força. Pouco antes de morrer, no dia 24 de março, no Richmond
Palace, Surrey, reconheceu o filho de Maria Stuart, Jaime VI da Escócia, como
herdeiro do trono inglês.