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Arábia Saudita |
Nesta disputa, o Irã e a Arábia Saudita
investiram nos confrontos existentes na área. No âmbito religioso, a República
Islâmica do Irã é de maioria xiita e a Arábia Saudita é sunita, embora entre
seus súditos exista uma minoria xiita. Na questão geopolítica, diversos
conflitos no Oriente Médio opõem os rivais: no conflito palestino, o Irã apoia
o grupo radical islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, enquanto a Arábia
Saudita apoia o al-Fatah (partido da Autoridade Nacional Palestina, governante
da Cisjordânia), que é aliado das potências ocidentais; no Líbano, os partidos
sunitas recebem ajuda dos sauditas, enquanto o Hezbollah, organização político
militar xiita, é apoiado por Teerã; no Bahrein, os xiitas, mais de 70% da
população, são oprimidos pela monarquia sunita do país, que recebe o auxílio
das tropas sauditas.
Neste conflito de poder entre o Irã e a
Arábia Saudita, o Iêmen tornou-se um campo de batalha e, até o momento, pelo
menos 115 crianças morreram desde o início da campanha aérea lançada pela
Arábia Saudita contra os rebeldes xiitas, segundo o anúncio realizado pelo
Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). De acordo com o jornal The
Wall Street Journal, “militantes houthis que controlam a capital do Iêmen
tentam construir laços com o Irã, Rússia e China, para contrabalançar o apoio
que o ocidente e os sauditas dão ao presidente deposto”. Desta forma, a guerra
civil no Iêmen tem fortalecido o grupo xiita dos Houthis, que busca apoio do
Irã para acabar com a influência saudita na região, e contra o qual os sauditas
atuam fortemente.
Desde as revoltas ocorridas na Primavera
Árabe, em 2011, as mudanças na região do Oriente Médio continuam aumentando. No
cenário atual, o Irã, xiita, se tornou referência em uma região dominada pela
Arábia Saudita, sunita, que sempre contou com o apoio de potências como os EUA
e Israel. No entanto, especialistas internacionais entendem que a República
Islâmica do Irã tem apresentado um comportamento diplomático diferente, na
medida em que, após chegar a um acordo com o “P5 + 1” sobre a questão nuclear,
o país vem tentando mostrar com atos a tese de que apresenta uma política
historicamente pacifista, tanto que, de acordo com Javad Zarif, o ministro das
Relações Exteriores, o Irã “não invadiu nenhum país nos últimos 250 anos”. Este
argumento, no entanto, é questionado por analistas e historiadores.