No dia 23 de maio de 1932, no Brasil, são mortos os estudantes paulistas Miragaia, Martins, Dráusio e Camargo, que compõe a sigla "MMDC", utilizada como bandeira pelos paulistas na Revolução Constitucionalista.
Os estudantes foram mortos por tropas federais. Seus nomes completos eram: Mário Martins de Almeida, Euclides Miragaia, Dráusio Marcondes de Sousa e Antônio Camargo de Andrade.
Antes
da ascensão de Getúlio Vargas ao poder, o país era governado pela política do
“café-com-leite”, onde a presidência era alternada entre as elites
cafeicultoras paulistas e mineiras.
Getúlio
Vargas alçou a presidência com a Revolução de 1930, através de um golpe de
Estado que tirou Washington Luís do poder. Washington Luís havia nomeado o
paulistano Júlio Prestes para ser seu sucessor e convocou as eleições em março
daquele ano, onde teve seu candidato com grande margem vitoriosa, atingindo até
91% dos votos válidos do eleitorado paulista.
Todavia,
os mineiros estavam insatisfeitos com a nomeação de Júlio Prestes e apoiaram o
candidato gaúcho Getúlio Vargas, formando uma frente oposicionista que ficou
conhecida como Aliança Libertadora. Eles acreditavam que os paulistanos gozavam
de privilégios na política do “café-com-leite” e tratavam com descaso a
produção agricultora e industrial de outros estados.
De
fato, São Paulo estava se tornando uma cidade amplamente industrializada. As
principais empresas de manufatura e a instituição que representava a
administração cafeicultora eram sediadas na capital paulistana.
A
Revolução de 1930 tirou a autonomia dos governos estatais e pôs fim à República
Velha, que tinha uma política mais voltada para o setor agropecuário devido à
grande produção de café.
Os
paulistanos ficaram indignados com a decisão de Getúlio Vargas em nomear um
interventor que não era de São Paulo para governar o estado; tal ato
significava a quebra da Constituição republicana de 1891. Para bater de frente,
os civis paulistanos organizaram um movimento armado que culminou na Revolução
Constitucionalista de 1932.
O
estopim do conflito se deu quando quatro jovens, dentre muitos outros que
lutavam pela constituição, morreram em batalha. Os jovens de destaque eram:
Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo, conhecidos como mártires da resistência
que formaram a sigla MMDC.
Os
paulistas buscaram o apoio de outros estados para tirar Getúlio Vargas do
poder. Conseguiram a adesão de Mato Grosso e parte do Rio de Janeiro. Formaram
um levante no dia 9 de julho de 1932, data simbólica do movimento, com uma
multidão de civis, entre homens e mulheres estudantes, políticos, jornalistas,
industriais e oposicionistas. Porém, não conseguiram o apoio efetivo de outros
estados porque os governistas bloquearam o porto de Santos e as fronteiras de
São Paulo. Ou seja, os paulistas lutaram praticamente sozinhos contra o
Exército federal.
Aderiram
aos oposicionistas de Vargas alguns militares, entre eles os generais Euclides
de Figueiredo, Isidoro de Dias Lopes e Bertoldo Klinger. Eles organizaram uma
marcha até a sede do governo federal para negociar a saída de Getúlio Vargas da
presidência. Entretanto, o Exército governista era mais numeroso e impediu que
os planos dos constituintes fosse adiante.
Sem
apoio de outros estados e sem força para bater de frente com o Exército
varguista, os insurgentes paulistas se renderam em outubro de 1932. Apesar da
derrota dos paulistas, a Revolução Constitucionalista é um marco histórico
porque impediu que o país fosse governado de forma inconstitucional. Sua maior
contribuição foi a pressão para que um novo texto da Constituição fosse
formulado dois anos mais tarde, o que permitiu que as mulheres votassem nas
eleições, além de dar o direito do cidadão escolher secretamente seu candidato
nas urnas.