A
expressão Guerra dos Cem Anos,
surgida em meados do século XIV, identifica uma série de conflitos armados,
registrados de forma intermitente, durante o século XIV e o século XV (de 1337
a 1453, concordando com as datas convencionais), envolvendo a França e a
Inglaterra.
Embora a guerra tenha durado 116 anos o tempo foi arredondado para
100. A longa duração desse conflito explica-se pelo grande poderio dos ingleses
de um lado e a obstinada resistência francesa do outro. Ela foi a primeira
grande guerra europeia que provocou profundas transformações na vida econômica,
social e política da Europa Ocidental. A França foi apoiada pela Escócia,
Boêmia, Castela e Papado de Avinhão. A Inglaterra teve por aliados os flamengos,
alemães e portugueses. A questão dinástica que desencadeou a chamada Guerra dos
Cem Anos ultrapassou o caráter feudal das rivalidades político-militares da
Idade Média e marcou o teor dos futuros confrontos entre as grandes monarquias
europeias.
O Reino da França
No
início do século XIV, o reino da França, drenado por grandes bacias fluviais e
desfrutando de um clima favorável para a agricultura, estava florescendo, com
seus 17 milhões de habitantes, a primeira potência em termos demográficos da
Europa. A sociedade agrícola baseia-se em um sistema feudal e religioso muito
hierarquizado. A produção agrícola é capaz de alimentar a população (não havia
mais fome desde o século XII) e necessita da nobreza para defender a terra.
O
clero desempenha um importante papel social na organização da sociedade. Os
clérigos são alfabetizados e têm habilidades na aritmética e gestão das
instituições; os religiosos administram organizações de caridade e escolas onde
somando-se com os feriados religiosos, o número de feriados chega a 140 por
ano.
Os atritos
Historiograficamente
é registrada entre 1334 a 1452. As suas causas remotas prendem-se à época em
que o duque da Normandia, Guilherme, o Conquistador, apoderou-se da Inglaterra
em (1066). Desde Guilherme, os monarcas ingleses controlavam extensos domínios
senhoriais em território francês, ameaçando o processo de centralização
monárquica da França que se esboçava desde o século XII. Durante os séculos XII
e XIII, os soberanos franceses tentaram, com crescente sucesso, restabelecer a
sua autoridade sobre esses feudos.
Rei inglês Eduardo III |
No
século XII, o rei Henrique II da Inglaterra se casou com Leonor da Aquitânia e,
segundo as tradições feudais, tornou-se vassalo do rei da França nos ducados da
Aquitânia (Antiga Guiena, Guyenna ou Guyenne) e Gasconha. Desde então, as
relações entre os reis da Inglaterra e França foram marcadas por conflitos
políticos e militares. Isso culminou na questão da soberania sobre a Gasconha.
Pelo Tratado de Paris (1259), Henrique III de Inglaterra abandonara as suas
pretensões sobre Normandia, Maine, Anjou, Touraine e Poitou, conservando apenas
a Gasconha. Os constantes conflitos vinham pelo fato do rei inglês, que era
duque da Gasconha, ressentir-se de ter de pagar pela região aos reis franceses
e de os vassalos gascões frequentemente apelarem ao soberano da França contra
as decisões tomadas pelas autoridades inglesas na região.
As
influências francesa e inglesa em Flandres (atual Bélgica e Países Baixos) eram
também opostas, pois os condes desse território eram vassalos da França e, por
outro lado, a burguesia estava ligada economicamente à Inglaterra. Além do
intenso comércio estabelecido na região, Flandres era importante centro
produtor de tecidos, que consumia grande parte da lã produzida pela Inglaterra.
Essa camada urbana vinculada à produção de tecidos e ao comércio posicionava-se
a favor dos interesses ingleses e portanto, contra a ingerência política
francesa na região. Resolveram, flamengos e ingleses, estabelecer uma aliança,
que irritou profundamente o rei da França, também interessado na região. Com
muita sabedoria, eles obedeceram à nova lei pública na Europa, portanto estavam
numa crise de guerras Europeias .
O
estopim dos conflitos se deu com o problema sucessório resultante da morte do
terceiro e último filho de Filipe IV, o Belo, Carlos IV, em 1328. Entre os
possíveis sucessores estavam: o rei inglês Eduardo III, da dinastia
Plantageneta, sobrinho do falecido monarca pelo lado materno, detentor dos
títulos de duque da Aquitânia e conde de Ponthieu (na região do canal da
Mancha); e o nobre francês Filipe, conde de Valois, sobrinho de Filipe IV, o
Belo, pertencente a um ramo secundário da família real. As pretensões dos dois
foram examinadas por uma assembleia francesa que, apoiando-se na lei sálica,
segundo a qual o trono não poderia ser ocupado por um sucessor vindo de
linhagem materna, inclinou-se para o candidato nacional, aclamando o sobrinho,
Filipe de Valois, com o título de Filipe VI. O rei inglês não discutiu a
decisão, reconhecendo Filipe VI em Amiens em 1329.
Filipe VI, Rei da França |
O
Conde de Nevers, regente de Flandres desde 1322, prestou juramento de
obediência ao seu suserano Filipe VI, decisão que poderia paralisar a economia
flamenga.
Eduardo
III, após a intervenção de Filipe VI em Flandres apoiando o conde contra os
amotinados flamengos, suspende as exportações de lãs. A burguesia flamenga
forma um partido a favor do rei de Inglaterra, incitando-o a proclamar-se rei
de França. Assim, Eduardo III, instigado por Jacques Artervelde - rico mercador
que já havia liderado uma rebelião na cidade flamenga de Gante - e temendo
perder o ducado francês de Ducado da Aquitânia - mantido como feudo de Filipe
VI -, repudiou o juramento de Amiens e alegou a superioridade de seus títulos à
sucessão.
Rei Eduardo III, Rei da Inglaterra |
Os
franceses acusavam os ingleses de desenvolverem uma política expansionista,
percebida pelos interesses na Aquitânia e em Flandres. Já os ingleses insistiam
em seus legítimos direitos políticos e territoriais na França. Embora tenham
ocorrido crises anteriores, em geral, a data de 24 de maio de 1337 é
considerada como o início da guerra: nesse dia, após uma série de discussões,
Filipe VI, cônscio da grave ameaça que representava para os seus domínios a
existência de um ducado leal à coroa inglesa, apoderou-se de Aquitânia. Eduardo
respondeu imediatamente: não reconheceu mais "Filipe, que dizia ser rei da
França", e ordenou o desembarque de um exército em Flandres. Iniciava-se a
Guerra dos Cem Anos. A situação se deteriorou diante do auxílio francês à
independência da Escócia nas guerras que Eduardo III e o seu pai haviam
iniciado contra os reis escoceses para ocupar o trono desse país.
Principais batalhas
Entre
os episódios mais importantes do conflito citam-se:
·
A
Batalha de Sluys (1340);
·
A
Batalha de Crécy (1346);
·
A
Batalha de Calais (1347);
·
A
Batalha de Poitiers (1356);
·
A
Batalha de Cocherel (1364);
·
A
Batalha de Azincourt (1415);
·
O
Cerco a Orléans (1429);
·
A
Batalha de Jargeau(1429);
·
A
Batalha de Meung-sur-Loire (1429);
·
A
Batalha de Patay (1429);
·
A
Batalha de Formigny (1450);
·
A
Batalha de Castillon (1453).
Primeiro período (1337 - 1364)
Filipe
VI exerceu intenso assédio ao litoral inglês durante meses, até ser derrotado
em 1340. As hostilidades começaram seriamente com a batalha naval de Sluys,
além do rio Escalda, em 1340, onde a frota inglesa foi vitoriosa. Eduardo III
tentou conquistar a França, vencendo grande parte dos combates em
Crécyen-Pomthieu (1346), Calais (1347). As duas vitórias inglesas garantiram a
Eduardo III importantes posições no norte da França, mantendo o canal da Mancha
sob seu controle. Para tanto o rei da Inglaterra contou com o apoio financeiro
de grandes mercadores de Flandres e do duque da Bretanha, que voltou-se contra
o monarca francês. O avanço e a conquista inglesa só não foram maiores porque
após a batalha de Crécy, ocorreu a chamada "Peste Negra", que dizimou
praticamente um terço da população europeia. A peste foi responsável por
interromper a guerra.
Vários
anos depois, quando se retomaram os combates, Eduardo III havia conquistado o
apoio do rei de Navarra, Carlos II, e a inestimável ajuda militar de seu filho
Eduardo, o príncipe de Gales, conhecido como o príncipe negro (por conta da cor
de sua armadura). Esse período foi caracterizado por sucessivas vitórias
inglesas, contando com o apoio de muitos nobres locais, mais preocupados em
preservar seus domínios do que com a lealdade devida ao rei da França,
possibilitando o domínio de cerca de um terço do território francês nas regiões
norte e oeste. O Príncipe Negro conseguiu tomar como prisioneiro o sucessor de
Filipe, João II, o Bom na Batalha de Poitiers (1356), e posteriormente, exigiu
resgate por sua libertação. Uma insurreição popular (Jacquerie) complicou as
coisas: revoltados com a miséria, os camponeses se lançavam contra os senhores
feudais, enquanto a burguesia de Paris, indignada pelas calamidades da guerra e
liderada por Étienne Marcel, clamava por mudanças políticas. O filho de João, o
Bom, o futuro Carlos V, atendeu as questões internas e negociou a paz com
Eduardo III. Em 1360, o Tratado de Brétigny, ratificados em Calais, deu a
Eduardo um considerável número de territórios na França (Calais e todo o
sudoeste francês) em troca do abandono de suas reivindicações ao trono francês.
Segundo período (1364 - 1380)
A
morte de João II (1364), que permanecera em mãos dos ingleses, marcou o
recrudescimento das hostilidades, pois seu filho Carlos (1364-1380), que o
sucedeu no trono francês com o nome de Carlos V, negou-se a respeitar os
tratados firmados em 1360. Dessa vez os franceses atacaram com êxito o inimigo
pois a França desfrutava de uma melhor posição.
Sob
Carlos V, os franceses, graças a unificação de seus exércitos, recuperaram boa
parte do território meridional do Reino da França. Neste período destacou-se o
condestável francês Bertrand Du Guesclin, cavaleiro valente e notável militar
que organizou as famosas "campanhas brancas" (sistema de guerrilhas).
A luta se estendeu a Castela, com a França apoiando o candidato à coroa, Dom
Henrique, contra Dom Pedro aliado da Inglaterra. As vitórias do monarca
francês, fruto da reorganização militar, fortaleceram a ideia de centralização
política, possibilitou submeter a maior parte da nobreza, aumentar a
arrecadação tributária e organizar o Estado com elementos oriundos da burguesia
em cargos de confiança.
Em
1377, com escassos meses de distância entre um e outro, faleciam o príncipe de
Gales e Eduardo III. O sucessor do trono inglês era o neto do monarca falecido,
Ricardo II, de apenas dez anos de idade. A morte do monarca da França Carlos V,
em 1380, esfriou o ânimo dos franceses.
Terceiro período (1380 - 1422)
Nas
últimas décadas do século XIV e as décadas iniciais do século seguinte foram
marcadas pelas disputas internas nos dois países, arrefecendo momentaneamente a
guerra externa.
No
caso da Inglaterra, o reinado de Ricardo II, investido do poder assim que
alcançou a maioridade (1389), viu as hostilidades praticamente cessarem. Porém,
ocorreram rebeliões camponesas lideradas por Wat Tyler, contra a servidão, e
posteriormente as disputas envolveram parte da nobreza, que lutou contra o rei,
e culminou com a ascensão de Henrique de Lencastre ao trono, em 1399, com o
título de Henrique IV.
Na
França, as lutas internas foram mais complexas e envolveram os interesses da
região da Borgonha, antigo feudo poderoso, que lutou constantemente por seus
interesses particulares. Em 1380, quando os ingleses nada mais ocupavam senão
Calais e a Aquitânia, morreu Carlos V na França, abrindo caminho para a
ascensão do herdeiro Carlos VI, o Insensato, de doze anos. Houve uma série de
disputas pelo poder, que culminou com a cisão da nobreza francesa em dois
partidos: os armagnacs, partidários da família de Orléans, e os borguinhões,
partidários dos duques de Borgonha. Em considerando Carlos VI como incapaz, os
Borguinhões pretenderam tomar o poder e, após várias derrotas, aliaram-se aos
ingleses. Ao lado da família real ficaram o irmão do rei, Luis de Orléans e
Bernardo de Armagnac. Nesta guerra civil, destacaram-se João Sem Medo da
Borgonha e o Delfim Carlos.
A
retenção inglesa de Calais e Bordeaux, no entanto, impediu a paz permanente. Na
França, a evidente incapacidade mental do rei, Carlos VI, desencadeou acirradas
disputas pelo trono entre seus irmãos. A eclosão da guerra civil na França
(luta entre Armagnacs, partidários dos Orléans, e os Borguinhões, partidários
do duque de Borgonha), além da loucura do rei Carlos VI, animou o novo rei
inglês, Henrique V, a insistir em suas reivindicações no tocante ao trono
francês (invocando a lei sálica). Henrique V, primo de Ricardo II, assumira a
coroa em 1413.
A
guerra civil e a loucura do rei Carlos VI permitiram novas conquistas dos
ingleses. Em 1415, Henrique V desembarcou na Normandia, invadindo e tomando
Harfleur. Neste mesmo ano, travou-se a batalha de Agincourt (ou Azincourt), num
terreno em que a chuva transformara num atoleiro. A orgulhosa cavalaria
francesa foi massacrada e milhares de nobres franceses pereceram. Seguiu-se a
ocupação de Paris (1415), da Normandia (1419) e de outras regiões no norte da
França, obrigando a assinatura da paz, com a cumplicidade de Isabel da Baviera.
O Tratado de Troyes (1420), que garantia a Inglaterra todo o norte do país
(inclusive Paris) e, o mais grave, forçou Carlos VI a deserdar do trono seu
filho, o Delfim Carlos VII. Henrique V casou-se com a princesa Catarina, filha
de Carlos VI, ficando com o direito de herdar o trono.
Depois
do assassinato de João Sem Medo, duque de Borgonha e um dos contendores na
guerra civil da França, Henrique V aliara-se ao filho do duque, Filipe, o Bom.
A união teve sucesso e até 1422 o rei inglês e o novo duque de Borgonha
controlaram todo o território francês ao norte do Loire, incluindo Paris e a
Aquitânia.
Naquele
ano, morreram tanto Carlos VI quanto Henrique V, o que faz com que as duas
coroas (a da França e da Inglaterra) fossem herdados por Henrique VI, que ainda
era uma criança recém nascida. Dois barões ingleses encarregaram-se da
regência: o Duque de Badford se ocupou da França e o Duque de Gloucester passou
a administrar a Inglaterra. Carlos VII, o Delfim, assumiu a realeza em Bourges.
Assim, a França encontrava-se dividida em dois reinos: nos territórios do
norte, governava o rei inglês, apoiado pelos borguinhões; nos poucos
territórios do sul, reinava o francês Carlos VII, com o apoio dos armagnacs.
Quarto Período (1422 - 1453)
O
Delfim, porém, instalara-se no vale do Loire e dali passou a liderar a
resistência francesa aos invasores. É nesse momento que aparece em cena uma
camponesa mística e visionária de Domrémy: Joana d'Arc, que conseguiu desarmar
uma conspiração para matar o soberano. Os regentes do ineficaz Henrique VI
foram perdendo o controle dos territórios conquistados para as forças francesas,
sob a liderança de Joana d'Arc.
Com
a França em perigo Joana d'Arc organizara um exército completamente diferente
dos exércitos feudais. Guerra era assunto para nobres e homens em geral. Seu
exército era liderado por uma mulher camponesa. Os exércitos feudais lutavam
por seu senhor e seu feudo. O de Joana d'Arc era um exército nacional, que
lutava pela França e por seu rei. Os franceses, agora, sentiam-se integrantes
de um país. A ideia de nação estava lançada.
Joana
d'Arc conseguiu do Delfim um exército de aproximadamente cinco mil homens e
libertou a praça forte de Orléans (1429). Essa vitória fez Filipe, o Bom,
abandonar seus aliados ingleses e aceitar a autoridade de Carlos VII. Depois
conquistou Reims, no norte do país, onde Carlos VII foi coroado segundo as
antigas tradições. Carlos VII, aproveitando as discórdias da Guerra das Duas
Rosas na Inglaterra, empreendeu eficaz reestruturação militar que culminará com
a conquista da Aquitânia em 1453.
Joana D'Arc |
Em
1430, aprisionada pelos borguinhões, Joana D'Arc foi entregue aos ingleses, em
Compiègne. Foi julgada herética por um tribunal eclesiástico e queimada na
fogueira, em 1431, em Rouen (ou Ruão).
O
impulso, entretanto, estava dado. Os franceses, incentivados pelo martírio de
Joana d'Arc, bateram os ingleses em Formigny (1450), tendo conquistado a
Normandia e grande parte da Gasconha. O fim da guerra é marcado pela batalha de
Castillon, em 1453, quando foi capturada a cidade de Bordeaux, o último reduto
inglês. Isto significou, efetivamente, o fim da guerra, e desde então os
ingleses mantiveram apenas Calais, que conservaram até 1558. Eles foram
forçados a voltar sua atenção aos assuntos internos, principalmente às guerras
das Rosas e desistiram de todas as reivindicações sobre a França. Nenhum
tratado foi assinado de forma a assinalar o fim das hostilidades. A rivalidade
anglo-francesa, no entanto, ainda perduraria por muito tempo.
Consequências
Os
conflitos deixaram um saldo de milhares de mortos em ambos os lados, e uma
devastação sem precedentes nos territórios e na produção agrícola francesa.
No
plano político e social, a Guerra dos Cem Anos contribuiu para a dinastia de
Valois, apoiada pela burguesia, fortaleceu o poder real francês, abrindo
caminho para o chamado absolutismo, por vários motivos:
·
Liquidou
com as pretensões inglesas sobre territórios na França;
·
Os
feudos do rei inglês, na França, passaram para o domínio da coroa francesa;
·
O
longo período de guerras enfraqueceu bastante a nobreza francesa, porque, à
medida que os nobres morriam, seus feudos iam passando para o domínio do rei,
debilitando o sistema feudal.
·
Construção
de uma identidade nacional entre os franceses;
·
Tornou
possível a criação de algumas instituições de governo centralizadas.
·
A
cavalaria entrou em decadência.
·
Atrasou
a expansão marítimo-comercial norte-francesa o que lhe custaria a perda de
grande parte do mundo para os países ibéricos, razão pela qual a França foi o
único dos grandes países expansionistas a ter impacto e influência demográfica
desprezível nas Américas, em contraste com países como Portugal. A ao contrário
da França, a Inglaterra e posteriormente a Holanda conseguiram recuperar o
tempo perdido, inclusive superando os países ibéricos no hemisfério leste e
maior parte da América Setentrional.
No
plano das relações internacionais da Europa no período, o conflito se liga
ainda a outros episódios como a Guerra Civil de Castela, os confrontos na
Sicília entre a França e o reino de Aragão e mesmo o chamado Papado de Avinhão.
Poderá,
enfim, dizer-se que a Guerra dos Cem Anos marca o final da Idade Média e
anuncia a Idade Moderna.
Reis
durante a guerra
nascimento
- começo de reinado - morte
Reis da França
|
Reis da Inglaterra
|
Luís IX (1214 - 1226 - 1270)
|
Henrique III de Inglaterra (1207 - 1216 - 1272)
|
Filipe III de França (1245 - 1271 - 1285)
|
Eduardo I de Inglaterra (1239 - 1272 - 1307)
|
Filipe IV de França (1268 - 1285 - 1314)
|
Eduardo II de Inglaterra (1284 - 1307 - 1327)
|
Luís X de França (1289 - 1314 - 1316)
|
Eduardo III de Inglaterra (1312 - 1327 - 1377)
|
João I de França (1316 - 1316 - 1316)
5 dias
|
Ricardo II de Inglaterra (1367 - 1377 - 1399) Neto
|
Filipe V de França (1291 - 1316 - 1322) Tio
|
Henrique IV de Inglaterra (1367 - 1399 - 1413) Neto de Eduardo
III
|
Carlos IV de França (1295 - 1322 - 1328) Irmão
|
Henrique V de Inglaterra (1387 - 1413 - 1422)
|
Filipe VI de França (1293 - 1328 - 1350) Neto de Filipe III
|
Henrique VI de Inglaterra (1421 - 1422 - 1461)
|
João II de França (1319 - 1350 - 1364)
|
|
Carlos V de França (1337 - 1364 - 1380)
|
|
Carlos VI de França (1368 - 1380 - 1422)
|
|
Carlos VII de França (1403 - 1422 - 1461)
|