Joana d'Arc (em francês: Jeanne d'Arc, ca. 1412 – 30 de maio de 1431), cognominada "A Donzela de Orléans" (em francês: La Pucelle d'Orléans) e também conhecida como Joana d'Arc, a ruiva (em francês: Jeanne d'Arc, la rousse) é uma heroína francesa e santa da Igreja Católica.
É a santa padroeira da França e foi uma chefe militar da Guerra dos Cem Anos, durante a qual tomou partido pelos armagnacs, na longa luta contra os borguinhões e seus aliados ingleses. Foi executada pelos borguinhões em 1431. Camponesa, modesta e analfabeta, foi uma mártir francesa e também heroína de seu povo, canonizada em 1920, quase cinco séculos depois de ter sido queimada viva em um auto de fé.
Segundo
a escritora Irène Kuhn, Joana d'Arc foi esquecida pela história até o século
XIX, conhecido como o século do nacionalismo, o que pode confirmar as teorias
de Ernest Gellner.
Depois
da Revolução Francesa, o partido monárquico reavivou a lembrança da boa lorena,
que jamais desistiu do seu rei. Joana foi recuperada pelos profetas da
"França eterna", em primeiro lugar pelo grande historiador romântico
Jules Michelet. Com o romantismo, o alemão Schiller fez dela a heroína da sua
peça de teatro Die Jungfrau von Orléans, publicada em 1801. Em 1870, quando a
França foi derrotada pela Alemanha, evento que leva à ocupação da Alsácia e da
Lorena pelas tropas alemãs, "Jeanne, a pequena pastora de Domrémy, um
pouco ingênua", tornou-se a heroína do sentimento patriótico francês.
Republicanos e nacionalistas exaltaram aquela que deu a sua vida pela pátria.
Durante a primeira fase da Terceira República, no entanto, o culto a Joana
d'Arc esteve associado à direita monarquista, da qual era um dos símbolos, como
o rei Henrique IV, sendo todavia mal vista pelos republicanos.
A
Igreja Católica francesa propôs ao Papa Pio X a sua beatificação, que se
realizou em 1909, num período dominado pela exaltação do nacionalismo e pelo
repúdio ao não nacional, principalmente ao que provinha de Inglaterra ou da
Alemanha. O gesto do Papa teve como propósito político fazer a Igreja de França
entrar em sintonia política com os dirigentes anticlericais da III República, e
só com a Primeira Guerra Mundial, de 1914 a 1918, Joana deixa de ser uma
heroína exclusiva da direita. Segundo Irène Kuhn, a partir desse período os
"postais patrióticos" mostram Jeanne à cabeça dos exércitos e
monumentos seus aparecem como cogumelos por toda a França. O Parlamento francês
estabelece uma festa nacional em sua honra no 2º domingo de maio.
Em
9 de maio de 1920, cerca de 500 anos depois de sua morte, Joana d'Arc foi
definitivamente reabilitada, sendo canonizada pelo Papa Bento XV, como Santa
Joana d'Arc. A canonização traduzia o desejo da Santa Sé de estabelecer laços
com a França republicana, laica e nacionalista. Em 1922 foi declarada padroeira
de França.
Joana
nasceu em Domrémy, na região de Lorena na França. Posteriormente a cidade foi
renomeada como Domrémy-la-Pucelle em sua homenagem (pucelle; donzela em
português). A data de seu nascimento é imprecisa, de acordo com seu
interrogatório em 24 de fevereiro de 1431, Joana teria dito que na época tinha
19 anos portanto teria provavelmente nascido em 1412. (Não se sabe a idade
correta de Joana pois naquela época não se importavam com a idade exata, por
isso o termo certo a usar seria "mais ou menos". Joana declarou uma
vez que, quando perguntada sobre sua idade, "tenho 19 anos, mais ou
menos").
Filha
de Jacques d'Arc e Isabelle Romée, tinha mais quatro irmãos: Jacques,
Catherine, Jean e Pierre, sendo ela a mais nova dos irmãos. Seus pais eram
agricultores e de vez em quando artesãos. Joana também era muito religiosa, ia muito
à igreja e frequentemente fugia do campo para ir orar na igreja de sua cidade.
Em
seu julgamento, Joana afirmou que desde os treze anos ouvia vozes divinas.
Segundo ela, a primeira vez que escutou a voz, ela vinha da direção da igreja e
acompanhada de claridade e uma sensação de medo. Dizia que às vezes não a
entendia muito bem e que as ouvia duas ou três vezes por semana. Entre as
mensagens que ela entendeu estavam conselhos para frequentar a igreja, que
deveria ir a Paris e que deveria levantar o domínio que havia na cidade de
Orléans. Posteriormente ela identificaria as vozes como sendo do arcanjo São
Miguel, Santa Catarina de Alexandria e Santa Margarida de Antioquia.
A Guerra dos Cem Anos
Desde
que o Duque da Normandia, Guilherme, o Conquistador, se apoderou da Inglaterra
em 1066, os monarcas ingleses passaram a controlar extensas terras no
território francês. Com o tempo, passaram a ter vários ducados franceses:
Aquitânia, Gasconha, Poitou, Normandia, entre outros. Os duques, apesar de
vassalos do rei francês, acabaram tornando-se seus rivais.
Quando
a França tentou recuperar os territórios perdidos para a Inglaterra,
originou-se um dos mais longos e sangrentos conflitos da história da
humanidade: a Guerra dos Cem Anos, que durou na realidade 116 anos, e que
provocou milhões de mortes e a destruição de quase toda a França setentrional.
O
início da guerra aconteceu em 1337. Os interesses mais que evidentes de
unificar as coroas concretizaram-se na morte do rei francês Carlos IV em 1328.
Filipe VI, sucessor graças à lei sálica (Carlos IV não tinha descendentes
masculinos), proclamou-se rei da França em 27 de maio de 1328.
Felipe
VI reclamou em 1337 o feudo da Gasconha ao rei inglês Eduardo III, e no dia 1
de novembro este responde plantando-se às portas de Paris mediante ao bispo de
Lincoln, declarando que ele era o candidato adequado para ocupar o trono
francês.
A
Inglaterra ganharia batalhas como a Crécy (1346) e a Poitiers (1356). Uma grave
enfermidade do rei francês originou uma luta pelo poder entre seu primo João I
de Borgonha ou João sem Medo, e o irmão de Carlos VI, Luís de Orléans.
No
dia 23 de novembro de 1407, nas ruas de Paris e por ordem do borguinhão, se
comete o assassinato do armagnac Luís de Orléans. A família real francesa
estava dividida entre os que davam suporte ao duque de Borgonha (borguinhões) e
os que o davam ao de Orléans e depois a Carlos VII, Delfim de França (armagnacs
ligados à causa de Orléans e à morte de Luís). Com o assassinato do armagnac,
ambos os bandos se enfrentaram numa guerra civil, onde buscaram o apoio dos
ingleses. Os partidários do Duque de Orléans, em 1414, viram recusada uma proposta
pelos ingleses, que finalmente pactuaram com os borguinhões.
Com
a morte de Carlos VI, em 1422, Henrique VI da Inglaterra foi coroado rei
francês, mas os armagnacs não desistiram e mantiveram-se fiéis ao filho do rei,
Carlos VII, coroando-o também em 1422.
Aos
16 anos, Joana foi a Vaucouleurs, cidade vizinha a Domrèmy. Recorreu a Robert
de Baudricourt, capitão da guarnição armagnac estabelecida em Vaucouleurs para
lhe ceder uma escolta até Chinon, onde estava o delfim, já que teria que
atravessar todo o território hostil defendido pelos aliados ingleses e
borguinhões. Quase um ano depois, Baudricourt aceitou enviá-la escoltada até o
delfim. A escolta iniciou-se aproximadamente em 13 de fevereiro de 1429. Entre
os seis homens que a acompanharam estavam Poulengy e Jean Nouillompont
(conhecido como Jean de Metz). Jean esteve presente em todas as batalhas
posteriores de Joana d'Arc.
Portando
roupas masculinas até sua morte, Joana atravessou as terras dominadas por
Borguinhões, chegando a Chinon, onde finalmente iria se encontrar com Carlos,
após uma apresentação de uma carta enviada por Baudricourt.
Chegando
a Chinon, Joana já dispunha de uma grande popularidade, porém o delfim tinha
ainda desconfianças sobre a moça. Decidiram passá-la por algumas provas.
Segundo a lenda, com medo de apresentar o delfim diante de uma desconhecida que
talvez pudesse matá-lo, eles decidiram ocultar Carlos em uma sala cheia de
nobres ao recebê-la. Joana então teria reconhecido o rei disfarçado entre os
nobres sem que jamais o tivesse visto antes. Joana teria ido até ao verdadeiro
rei, se curvado e dito: "Senhor, vim conduzir os seus exércitos à
vitória".
Sozinha
na presença do rei, ela o convenceu a lhe entregar um exército com o intuito de
libertar Orléans. Porém, o rei ainda a fez passar por provas diante dos
teólogos reais. As autoridades eclesiásticas em Poitiers submeteram-na a um
interrogatório, averiguaram sua virgindade e suas intenções.
Convencido
do discurso de Joana, o rei entrega-lhe às mãos uma espada, um estandarte e o
comando das tropas francesas, para seguir rumo à libertação da cidade de
Orléans, que havia sido invadida e tomada pelos ingleses havia oito meses.
Munida
de uma bandeira branca, Joana chega a Orleães em 29 de abril de 1429.
Comandando um exército de 4000 homens ela consegue a vitória sobre os invasores
no dia 9 de maio de 1429. O episódio é conhecido como a Libertação de Orleães
(e na França como a Siège d'Orléans). Os franceses já haviam tentado defender
Orleães mas não obtiveram sucesso.
Existem
histórias paralelas a esta que informam que a figura de Joana era diferente.
Ela teria chegado para a batalha em um cavalo branco, armadura de aço, e
segurando um estandarte com a cruz de Cristo, circunscrita com o nome de Jesus
e Maria. Segundo esta outra versão, Joana teria sido apenas arrastada pelo
fascínio sobrenatural de seus sonhos e proposta de missão a cumprir segundo a
vontade divina e sem saber nada sobre arte de guerra comandou os soldados
rudes, com ar angelical, e em sua presença ninguém se atrevia a dizer ou
praticar inconveniências. Ela apresentava-se extremamente disciplinada.
Após
a libertação de Orleães, os ingleses pensaram que os franceses iriam tentar
reconquistar Paris ou a Normandia, e ao invés disto, Joana convenceu o Delfim a
iniciar uma campanha sobre o rio Loire. Isso já era uma estratégia de Joana
para conduzir o Delfim a Ruão.
Joana
dirigiu-se a vários pontos fortificados sobre pontes do rio Loire. Em 11 e 12
de junho de 1429 venceu a batalha de Jargeau. No dia 15 de junho foi a vez da
batalha de Meung-sur-Loire. A terceira vitória foi na batalha de Beaugency, nos
dias 16 e 17 de junho do mesmo ano. Um dia após sua última vitória se dirigiu a
Patay, onde sua participação foi pouca. A batalha de Patay, única batalha em
campo aberto, já se desenrolava sem a presença de Joana d'Arc.
Coroação de Carlos VII
Cerca
de um mês após sua vitória sobre os ingleses em Orleães, ela conduziu o rei
Carlos VII à cidade de Reims, onde Carlos VII é coroado em 17 de julho. A
vitória de Joana d'Arc e a coroação do rei acabaram por reacender as esperanças
dos franceses de se libertarem do domínio inglês e representaram a virada da
guerra.
O
caminho até Reims era considerado difícil, já que várias cidades estavam sob o
domínio dos borguinhões. Porém, a fama de Joana tinha se estendido por boa
parte do território e fez com que o exército armagnac do delfim fosse temido.
Assim, Joana passou sem problemas por sucessivas cidades como Gien, Saint
Fargeau, Mézilles, Auxerre, Saint Florentin e Saint Paul.
Desde
Gien, foram enviados convites a diversas autoridades para assistir à consagração
do delfim. Em Auxerre chegou-se a pensar em resistência por parte de uma
pequena tropa inimiga que se encontrava na cidade. Após três dias de negociação
foi possível por lá passar sem qualquer problema. O mesmo aconteceu em Troyes,
onde as negociações duraram cinco dias. A chegada a Reims foi em 16 de julho.
Sabe-se
que o dia da consagração definitiva do rei francês em Reims foi em 17 de julho
e não foi a cerimônia mais esplêndida do momento, já que as circunstâncias da
guerra impediam que o fosse. Joana assistiu à consagração de uma posição
privilegiada, acompanhada de seu estandarte.
Teoricamente
Joana já não tinha nada mais que fazer no exército já que havia cumprido sua
promessa perfeitamente, havia cumprido corretamente as ordens que as vozes lhe
haviam dado. Mas ela, como muitos outros, viu que enquanto a cidade de Paris
estivesse tomada pelas tropas inglesas, dificilmente o novo rei poderia ter
claramente o controle do reino de França.
No
mesmo dia da coroação, chegaram emissários do Duque de Borgonha e se iniciaram
as negociações para se chegar a paz, ou a uma trégua, que foi finalmente o que
se pactuou. Não foi a paz que Joana desejava, mas pelo menos ela houve durante
quinze dias. Entretanto a trégua não foi gratuita, já que houve interesses políticos
por trás desta. Carlos VII necessitava tomar Paris para exercer sua autoridade
de rei mas não queria criar uma imagem ruim com uma conquista violenta de
terras que passariam a ser seu domínio. Foi isto que o que motivou a firmar a
trégua com o Duque de Borgonha. Foi uma necessidade de ganhar tempo.
Durante
a trégua, Carlos VII levou seu exército até Île-de-France (região francesa que
abriga Paris). Houve alguns enfrentamentos entre os armagnacs e a aliança
inglesa com os borguinhões. Os ingleses abandonaram Paris dirigindo-se a Ruão
(ou Rouen em francês). Restava então derrotar os borguinhões que ainda ficaram
em Paris e na região.
Joana
foi ferida por uma flecha durante uma tentativa de entrar em Paris. Isto
acelerou a decisão do rei em bater em retirada no dia 10 de setembro. Com a
parada o rei francês não expressava a intenção de abandonar definitivamente a
luta, mas optava por pensar e defender a opção de conquistar a vitória mediante
a paz, tratados e outras oportunidades no futuro.
A morte de Joana d'Arc
Na
primavera de 1430, Joana d'Arc retomou a campanha militar e passou a tentar
libertar a cidade de Compiègne, onde acabou sendo dominada e capturada pelos
borguinhões, aliados dos ingleses.
Foi
presa em 23 de Maio do mesmo ano. Entre os dias 23 e 27 foi conduzida à
Beaulieu-lès-Fontaines. Joana foi entrevistada entre os dias 27 e 28 pelo
próprio Duque de Borgonha, Felipe, o Belo. Naquele momento Joana era
propriedade do Duque de Luxemburgo. Joana foi levada ao Castelo de Beaurevoir,
onde permaneceu todo o verão, enquanto o duque de Luxemburgo negociava sua
venda. Ao vendê-la aos ingleses, Joana foi transferida a Ruão.
A
infanta D. Isabel, filha de D. João I e duquesa de Borgonha (e em cuja honra
foi criada por Filipe, o Bom a Ordem do Tosão de Ouro, em Janeiro de 1430, por
ocasião da chegada de Isabel ao ducado), poderá ter sido a impulsionadora da
perseguição a Joana D'Arc. Não só como Infanta de Portugal, aliada da
Inglaterra e de Borgonha, mas porque Joana D'Arc a submetera a cerco quando
chegara a Borgonha para se casar com Filipe, o Bom. Implacável (como se vê pela
sua atitude perante o seu irmão D. Henrique, o "traidor" da
Alfarrobeira), não desisitiu enquanto Joana D'Arc não pagou pela insolência com
a própria vida.
O processo em Ruão
Joana
foi presa em uma cela escura e vigiada por cinco homens. Em contraste ao bom
tratamento que recebera em sua primeira prisão, Joana agora vivia seus piores
tempos.
Pintura
histórica por Paul Delaroche mostrando o Cardeal
Henrique Beaufort interrogando
Joana d'Arc na prisão.
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O
processo contra Joana teve início no dia 9 de janeiro de 1431, sendo chefiado
pelo bispo de Beauvais, Pierre Cauchon. Foi um processo que passaria à
posteridade e que converteria Joana em heroína nacional, pelo modo como se desenvolveu
e trouxe o final da jovem, e da lenda que ainda nos dias de hoje mescla
realidade com fantasia.
Dez
sessões foram feitas sem a presença da acusada, apenas com a apresentação de
provas, que resultaram na acusação de heresia e assassinato.
No
dia 21 de fevereiro, Joana foi ouvida pela primeira vez. A princípio ela se
negou a fazer o juramento da verdade, mas logo o fez. Joana foi interrogada
sobre as vozes que ouvia, sobre a igreja militante, sobre seus trajes
masculinos. No dia 27 e 28 de março, Thomas de Courcelles fez a leitura dos 70
artigos da acusação de Joana, e que depois foram resumidos a 12, mais
precisamente no dia 5 de abril. Estes artigos sustentavam a acusação formal
para a Donzela buscando sua condenação.
No
mesmo dia 5, Joana começou a perder saúde por causa de ingestão de alimentos
venenosos que a fez vomitar. Isto alertou Cauchon e os ingleses, que lhe
trouxeram um médico. Queriam mantê-la viva, principalmente os ingleses, porque
planejavam executá-la.
Durante
a visita do médico, Jean d’Estivet acusou Joana de ter ingerido os alimentos
envenenados conscientemente para cometer suicídio. No dia 18 de abril, quando
finalmente ela se viu em perigo de morte, pediu para se confessar.
Os
ingleses impacientaram-se com a demora do julgamento. O conde de Warwick disse
a Cauchon que o processo estava demorando muito. Até o primeiro proprietário de
Joana, Jean de Luxemburgo, apresentou-se a Joana fazendo-lhe a proposta de
pagar por sua liberdade se ela prometesse não atacar mais os ingleses. A partir
do dia 23 de maio, as coisas se aceleraram, e no dia 29 de maio, ela foi
condenada por heresia.
A morte
Joana d'Arc sendo queimada viva |
Joana
foi queimada viva em 30 de maio de 1431, com apenas dezenove anos. A cerimónia
de execução aconteceu na Praça do Velho Mercado (Place du Vieux Marché), às 9
horas, em Ruão.
Antes
da execução ela se confessou com Jean Totmouille e Martin Ladvenu, que lhe
administraram os sacramentos da Comunhão. Entrou, vestida de branco, na praça
cheia de gente, e foi colocada na plataforma montada para sua execução. Após
lerem o seu veredito, Joana foi queimada viva. Suas cinzas foram jogadas no rio
Sena, para que não se tornassem objeto de veneração pública. Era o fim da
heroína francesa.
Após a morte de Joana d'Arc
Estátua
de Joana d'Arc na Catedral de Notre-Dame
de Paris.
|
A
revisão do seu processo começou a partir de 1456, quando foi considerada
inocente pelo Papa Calisto III, e o processo que a condenou foi considerado
inválido, e em 1909 a Igreja Católica autoriza sua beatificação. Em 1920, Joana
d'Arc é canonizada pelo Papa Bento XV.
Temos
uma outra versão que informa que vinte anos após a sua condenação à fogueira,
os pais de Joana d'Arc pediram que o Papa da época, Calisto III, autorizasse
uma comissão que, numa pesquisa serena e profunda, reconheceu a nulidade do
processo por vício de forma e de conteúdo. Joana d´Arc desta maneira teve sua
honra reabilitada, e o nome feiticeira, e bruxa foi apagado para que ela fosse
reconhecida por suas virtudes heroicas, provenientes de uma missão divina.
Joana
também enquanto morria era chamada de bruxa, mentirosa, blasfema.
Ela
foi proclamada Mártir pela Pátria e da Fé.