Josef
Vissarionovitch Stalin (em russo: Иосиф Виссарионович Сталин; Gori, 18 de
dezembro de 1878 — Moscou, 5 de março de 1953), nascido Iossif Vissarionovitch
Djugashvili (em russo : Иосиф Виссарионович Джугашвили, translit. Ióssif
Vissariónovitch, em georgiano: იოსებ
ბესარიონის ძე ჯუღაშვილი, transliterado Iosseb
Bessarionis dze Djuğashvili).
Foi secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética e do Comitê Central a partir de 1922 até a sua morte em 1953, sendo assim o líder da União Soviética.
Foi secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética e do Comitê Central a partir de 1922 até a sua morte em 1953, sendo assim o líder da União Soviética.
Sob
a liderança de Stalin, a União Soviética desempenhou um papel decisivo na
derrota da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945) e passou a
atingir o estatuto de superpotência, após rápida industrialização e melhoras
nas condições sociais do povo soviético. Durante esse período, o país também
expandiu seu território para um tamanho semelhante ao do antigo Império Russo.
Apesar dos progressos e avanços conquistados, o regime de Stalin também foi
marcado por violações constantes de direitos humanos, massacres, expurgos e
execuções extrajudiciais de milhares de pessoas. Estima-se que entre 20 e 60
milhões de pessoas tenham morrido durante seus trinta anos de governo.
Durante
o XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, em 1956, o sucessor de
Stalin, Nikita Khrushchov, apresentou seu Discurso secreto oficialmente chamado
"Do culto à personalidade e suas consequências", a partir do qual
iniciou-se um processo de "desestalinização" da União Soviética.
Ainda hoje existem diversas perspectivas ao redor de Stalin e seu governo,
alguns o vendo como ditador tirano e outros como líder habilidoso.
Biografia
Nascido
em uma pequena cabana na cidade georgiana de Gori, filho da costureira Ketevan
Geladze (1858-1937) e do sapateiro Besarion Jughashvili (1849 ou 1850 - 1909),
o jovem Stalin teve uma infância difícil e infeliz.
Chegou
a estudar em um colégio religioso de Tiflis, capital georgiana, para satisfazer
os anseios de sua mãe, que queria vê-lo seminarista.
Mas
logo acabou enveredando pelas atividades revolucionárias contra o regime tzarista.
Na juventude, adotou o nome Koba, mas também era conhecido como David,
Nijeradze, Chijikov, Ivanovitch e, antes da I Guerra Mundial, mudou seu nome
definitivamente para Stalin (homem de aço). Era portador de defeitos físicos
(seu pé esquerdo era defeituoso e o braço esquerdo era mais curto que o
direito) por este motivo, foi dispensado do serviço militar, não lutando na
guerra.
Nos
anos de 1901 e 1902, tornou-se membro em Tíflis, em comitês de Batumi do POSDR.
Em 1901, depois de uma manifestação organizada por ele e reprimida
violentamente pelas autoridades, tentou sem sucesso eleger-se líder do já
combalido Partido Operário Social-Democrata Russo de Tíflis. Neste mesmo ano,
foi expulso do partido de forma unânime pelos Mencheviques, acusado de
caluniador e agente provocador. Em 1901, Stalin, enquanto na clandestinidade,
organizava greves e manifestações, agitando os trabalhadores em Baku nas
fábricas de Alexander Mantáshev. Em 1903, aliou-se a Vladimir Lenin e aos
outros Bolcheviques, que planejavam a Revolução Russa.
Entre
1902 e 1913 foi preso seis vezes, fugindo 4 vezes, em 1906 a 1907 supervisionou
as desapropriações no Cáucaso. Segundo alguns historiadores organizou assaltos,
sendo acusado de participar indiretamente na "expropriação do banco de
Tíflis em 1907" na qual 40 pessoas foram mortas, responsável direto foi o
revolucionário Kamó sendo Stalin "Koba" acusado de envolvimento por
uma Menchevique Tatiana Vulikh, de acordo com o livro de Simon Sebag
Montefiore.
Stalin é fichado na prisão em 1908 |
Supostas
acusações de Mencheviques indicam que Stálin seria um agente da polícia secreta
tzarista (Okhrana), o que explicaria suas várias fugas da prisão. Sob diversos
codinomes, trabalharia como agente duplo para o regime tzarista.
Stalin
chegou ao posto de secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética
entre 1922 e 1953 e, por conseguinte, o chefe de Estado da URSS durante cerca
de um quarto de século, transformando o país numa superpotência.
Antes
da Revolução Russa de 1917, Stalin era o editor do jornal do partido, o Pravda
("A Verdade"), jornal que foi fundado por Leon Trotsky como uma
publicação social-democrata e editado em Viena até o dia 12 de abril de 1912,
quando passou a ser editado em São Petersburgo e a sua edição sendo efetivamente
controlada por dia por Molotov e Stalin antes de sua prisão em março de 1913.
Stalin teve uma ascensão rápida, tornando-se em novembro de 1922 o
Secretário-geral do Comitê Central, um cargo que lhe deu bases para ascender
aos mais altos poderes. Após a morte de Lenin, em 1924, tornou-se a figura
dominante da política soviética – embora Lenin o considerasse inapto para um
cargo de comando, ele ignorava a astúcia de Stalin, cujo talento quase
inigualável para as alianças políticas lhe rendera tantos aliados quanto
inimigos. Seus epítetos eram "Guia Genial dos Povos" e "O Pai
dos Povos".
Lênin
elogiaria Stalin pela sua obra O Marxismo e o Problema Nacional e Colonial.
Nessa obra Stalin estabelecia os fundamentos do programa nacional do Partido
Operário Social-Democrata Russo (POSDR), e citava os problemas nacionalistas de
conflitos interétnicos, de lutas nacionais e revolucionárias na Rússia da
época, e que a Democracia formal ajudava, cujo parlamento era o principal.
Lenin e Salin |
De
acordo com Alan Bullock, uma discordância com Stalin em qualquer assunto
tornava-se não uma questão de oposição política, mas um crime capital, uma
prova, ipso facto, de participação em uma conspiração criminosa envolvendo
traição e a intenção de derrubar o regime Soviético.
Lenin
sofreu um derrame em 1922, forçando-o a semi-aposentadoria em Gorki. Stalin foi
visitá-lo diversas vezes, agindo como seu intermediário com o mundo exterior,
mas a dupla brigou devido divergências políticas e sua relação deteriorou-se.
Lenin ditou cada vez mais notas depreciativas sobre o comportamento político de
Stalin no que se tornaria seu testamento. Ele criticou a visão política de
Stalin, as maneiras rudes, o poder excessivo e ambição, e sugeriu que Stalin
deveria ser removido do cargo de Secretário Geral.
Durante
a semi-aposentadoria de Lenin, Stalin forjou uma aliança com Kamenev e Grigory
Zinoviev contra Trotski. Esses aliados impediram o testamento de Lenin de ser
lido no XII Congresso do Partido, em abril de 1923.
Lenin
morreu de um ataque cardíaco em 21 de janeiro de 1924. Após a morte de Lenin,
uma luta pelo poder começou, que envolveu os sete membros do Politburo: Nikolai
Bukharin, Lev Kamenev, Alexei Rykov, Joseph Stalin, Mikhail Tomsky, Leon
Trotsky, Grigory Zinoviev.
Novamente,
Kamenev e Zinoviev ajudaram a manter o testamento de Lenin de vir a público. A
partir daí, as disputas de Stalin com Kamenev e Zinoviev se intensificaram.
Trotsky, Kamenev e Zinoviev ficaram cada vez mais isolados, e acabaram sendo
expulsos do Comitê Central e, em seguida, do próprio partido. Kamenev e Zinoviev
foram posteriormente readmitido, mas Trotsky foi exilado da União Soviética.
A "Grande Purga" ou
"Grande Expurgo"
Em
1928 iniciou um programa de industrialização intensiva e de coletivização da
agricultura soviética (plano quinquenal), impondo uma grande reorganização
social e provocando a fome - genocídio na Ucrânia (Holodomor), em 1932 - 1933.
Esta fome foi imposta ao povo ucraniano pelo regime soviético, tendo causado um
mínimo de 4,5 milhões de mortes na Ucrânia, além de 3 milhões de vítimas
noutras regiões da U.R.S.S. Nos anos 1930 consolidou a sua posição através de
uma política de modernização da indústria. Como arquiteto do sistema político
soviético, criou uma poderosa estrutura militar e de policiamento. Mandou
prender e deportar opositores, ao mesmo tempo que cultivava o culto da
personalidade como arma ideológica.
A
ação persecutória de Stalin, supõe-se, estendeu-se mesmo a território
estrangeiro, uma vez que o assassinato de Leon Trótski, então exilado no México
é creditado a ele. Por mais que Trótski tomasse todas as providências para
proteger-se de agentes secretos, Ramón Mercader, membro do Partido dos
Comunistas da Catalunha, foi para o México e conseguiu ganhar a confiança do
dissidente, para executá-lo com um golpe de picareta. No momento do
assassinato, Trótski escrevia uma biografia reveladora sobre Stalin. Esta seria
uma das motivações para o crime, uma vez que o dirigente soviético desejava
ocultar seu passado pré-revolucionário.
Desconfiando
que as reformas econômicas que implantara produziam descontentamento entre a
população, Stalin dedicou-se, nos anos 1930, a consolidar seu poder pessoal.
Tratou de expulsar toda a oposição política. Se alguém lhe parecesse
indesejável desse ponto de vista, ele se encarregava de desacreditá-lo perante
a opinião pública.
Em
1934, Sergei Kirov, principal líder do Partido Comunista em Leningrado - e tido
como sucessor presuntivo de Stalin - foi assassinado por um anônimo, Nikolaev,
de forma até agora obscura; muitos consideram até hoje que Stalin não teria
sido estranho a este assassinato. Seja como for, Stalin utilizou o assassinato
como pretexto imediato para uma série de repressões que passaram para a
história como o "Grande Expurgo". No dia 1 de dezembro de 2009 foi
divulgado um diário de Nikolaev. Segundo a qual se supôs, que Nikolaev decidiu se
vingar de sua demissão feita por Kirov do Instituto de História Party, depois
que ele ficou desempregado.
Estes
deram-se no período entre 1934 e 1938 no qual Stalin concedeu tratamento duro a
todos que tramassem contra o Estado soviético, ou mesmo supostos inimigos do
Estado. Entre os alvos mais destacados dessa ação, estava o Exército Vermelho:
parte de seus oficiais acima da patente de major foi presa, inclusive treze dos
quinze generais-de-exército. Entre estes, Mikhail Tukhachevsky foi uma de suas
mais famosas vítimas. Sofreu a acusação de ser agente do serviço secreto
alemão. Com base em documentos entregues por Reinhard Heydrich, chefe do
Serviço de Segurança das SS, Tukhachevsky foi executado, além de deportar
muitos outros para a Sibéria. Com isso foi enfraquecido o comando militar
soviético; ou seja, Stalin acreditou nas informações de Heydrich, e sua atitude
acabou debilitando a estrutura militar russa, que no entanto conseguiu resistir
ao ataque das tropas da Alemanha.
O
principal instrumento de perseguição foi a NKVD. De acordo com Alan Bullock, o
uso de espancamentos e tortura era comum, um fato francamente admitido por
Khrushchev em seu famoso discurso posterior à morte de Stalin, onde ele citou
uma circular de Stalin para os secretários regionais em 1939, confirmando que
isto tinha sido autorizado pelo Comitê Central em 1937.
Depurações
Nikolai
Yezhov chefe da NKVD no período 1936-38, foi também vítima do stalinismo em
1940. Este é o detalhe de uma fotografia maior onde Yezhov aparece ao lado de
Stalin. Posteriormente, a fotografia original foi adulterada para remover sua
imagem. Como Chefe da NKVD, ele assinou um decreto que levou ao fuzilamento de
681.000 pessoas no período mais intenso conhecido como "a era
Yezhov". Tinha como objetivo a eliminação de supostos inimigos do governo.
Milhares de cidadãos entre eles políticos e militares foram presos, torturados
e condenados a morte.
A
condenação dos contra-revolucionários nos julgamentos de 1937-38 depois das
depurações no Partido, exército e no aparelho estatal, tem raízes na história
inicial do movimento revolucionário da Rússia.
Milhões
de pessoas participaram no quê acreditavam ser uma batalha contra o czar e a
burguesia. Ao ver que a vitória seria inevitável, muitas pessoas entraram para
o partido. Entretanto nem todos haviam se tornado bolcheviques porque
concordavam com o socialismo. A luta de classes era tal que muitas vezes não
havia tempo nem possibilidades para pôr à prova os novos militantes. Até mesmo
militantes de outros partidos inimigos dos bolcheviques foram aceitos depois
triunfo da revolução. Para uma parcela desses novos militantes foram dados
cargos importantes no Partido, Estado e Forças Armadas, tudo dependendo da sua
capacidade individual para conduzir a luta de classes.
Eram
tempos muito difíceis para o jovem Estado soviético e a grande falta de
comunistas, ou simplesmente de pessoas que soubessem ler, o Partido era
obrigado a não fazer grandes exigências no que diz respeito à qualidade dos
novos militantes. De todos estes problemas formou-se com o tempo uma
contradição que dividiu o Partido em dois campos - de um lado os que queriam
reduzir o socialismo para atuação de fortalecimento da URSS, ou seja,
socialismo em um só país, por outro lado, aqueles que defendiam a ideia de que
o socialismo deveria ser espalhado por todo o mundo e que a URSS não deveria se
limitar a si própria. A origem destas últimas ideias vinha de Trótski, que foi
caçado por Stálin após assumir o poder da URSS.
Trótski
foi com o tempo obtendo apoio de alguns dos bolcheviques mais conhecidos. Esta
oposição unida contra os ideais defendidas pelos marxistas - Stalinistas, eram
uma das alternativas na votação partidária sobre a política a seguir pelo
Partido, realizada em 27 de dezembro de 1927. Antes desta votação foi realizada
uma grande discussão durante vários anos e não houve dúvida quanto ao
resultado. Dos 725.000 votos, a oposição só obteve 6.000 - ou seja, menos de 1%
dos militantes do Partido apoiaram a Oposição trotskista.
Deportações
Antes,
durante e depois da Segunda Guerra, Stalin conduziu uma série de deportações em
grande escala que acabaram por alterar o mapa étnico da União Soviética.
Estima-se que entre 1941 e 1949 cerca de 3,3 milhões de pessoas foram
deportadas para a Sibéria ou para repúblicas asiáticas. Separatismo,
resistência/oposição ao governo soviético e colaboração com a invasão alemã
eram alguns dos motivos oficiais para as deportações.
Durante
o governo de Stalin os seguintes grupos étnicos foram completamente ou
parcialmente deportados: ucranianos, polacos, coreanos, alemães, tchecos,
lituanos, arménios, búlgaros, gregos, finlandeses, judeus entre outros. Os
deportados eram transportados em condições espantosas, frequentemente em
caminhões de gado, milhares de deportados morriam no caminho. Aqueles que
sobreviviam eram mandados a Campos de Trabalho Forçado.
Em
fevereiro de 1956, no XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética,
Nikita Khrushchov condenou as deportações promovidas por Stalin, em seu
relatório secreto. Nesse momento começa a chamada desestalinização, que, de
chofre, engloba todos os partidos comunistas do mundo. Na verdade, esta
desestalinização foi a afirmação de que Stalin cometeu excessos graças ao culto
à personalidade que fora promovido ao longo de sua carreira política. Para
vários autores anticomunistas, teria sido somente neste sentido que teria
havido desestalinização, porquanto o movimento comunista na URSS deu
prosseguimento à prática stalinista sem a figura de Stalin. De fato, a
desestalinização não alterou em nada o caráter unipartidário do estado
soviético e o poder inconteste exercido pelo Partido e pelos seus órgãos de
repressão, mas significou também o fim da repressão policial em massa (a internação
maciça de presos políticos em campos de concentração sendo abandonada, muito
embora os campos continuassem como parte do sistema penal, principalmente para
presos comuns), a cassação de grande parte das sentenças stalinistas e o
retorno e reintegração à vida quotidiana de grande massa de presos políticos e
deportados. A repressão política, muito embora tenha continuado, não atingiu
jamais, durante o restante da história soviética, os níveis de violência do
stalinismo, principalmente porque foi abandonada a prática das purgas internas
em massa no Partido. As
deportações acabaram por influenciar o surgimento de movimentos separatistas
nos estados bálticos, no Tartaristão e na Chechênia, até os dias de hoje.
Estimativas do número de vítimas
Antes
do colapso da União Soviética em 1991, os investigadores que tentavam
contabilizar o número de vítimas do regime estalinista produziram estimativas
que oscilavam entre os 3 e 60 milhões. Após a dissolução da União Soviética, os
arquivos históricos passaram a estar disponíveis para consulta. O número
oficial de vítimas de execuções entre 1921 e 1953 foi de 799 455 pessoas ao
qual se juntam 1,7 milhões de pessoas no gulag e 390 000 de deslocações
forçadas. Isto corresponde a um número total de 2,9 milhões de vítimas em todas
as categorias segundo os registos oficiais.
Os
registos oficiais soviéticos não apresentam números detalhados para algumas
categorias de vítimas, como as deportações étnicas ou a dos alemães no período
pós-II guerra mundial. Eric D. Weitz afirmou que, "Por volta de 1948, de
acordo com o Livro Negro do Comunismo, a taxa de mortalidade entre as 600 000
pessoas deportadas do Cáucaso entre 1943 e 1944 atingia os 25%. Entre as
exclusões dos dados do NKVD estão o massacre de Katyn, massacres de
prisioneiros nas áreas e os fuzilamentos em massa de desertores do Exército
Vermelho em 1941. O NKVD executou 158 000 soldados por deserção durante a
guerra e os destacamentos de bloqueio vários milhares. Além disso, as
estatísticas oficiais da mortalidade nos gulag excluem as mortes de prisioneiros
que tivessem ocorrido após a sua libertação, mas que fossem resultado das
condições severas dos campos. Alguns historiadores acreditam que os números
oficiais das categorias registadas pelas autoridades soviéticas são pouco
fidedignos e incompletos.
Os
historiadores que trabalharam com dados divulgados após o colapso da União
Soviética estimaram que o total de vítimas esteja entre os 4 e os 10 milhões de
pessoas, não incluindo aqueles que morreram nas grandes fomes. O historiador
russo Vadim Erlikman, por exemplo, estima os seguintes valores de vítimas: 1,5
milhões por execução; 5 milhões nos gulag; 1,7 milhões nas deportações (de um
total de 7,5 milhões deportados); e 1 milhão de prisioneiros de guerra e civis
alemães. Alguns historiadores também incluem entre as vítimas da repressão de
Estaline a morte de 6 a 8 milhões de pessoas na grande fome de 1932-1933. No
entanto, esta categorização é controversa, uma vez que os historiadores
divergem na questão desta fome ter sido deliberada, enquanto parte da campanha
de repressão contra os kulaks, ou se se tratou apenas de um efeito colateral na
luta pela coletivização forçada. No caso das vítimas da fome de 1932-33 serem
incluídas, estima-se então que possam ser atribuídas ao regime de Estaline, no
mínimo, 10 milhões de mortes – 6 milhões da fome e 4 milhões de outras causas.
Alguns
historiadores recentes sugerem um total provável de 20 milhões de vítimas,
citando totais de vítimas muito mais elevados a partir de execuções, gulags,
deportações e outras causas. Se forem acrescentadas às estimativas de Erlikman
os seis milhões de vítimas da fome de 1932-33, por exemplo, o total estimado de
vítimas será de 15 a 17 milhões. Ao mesmo tempo, o investigador Robert
Conquest, reviu a sua estimativa original de 30 para 20 milhões de vítimas.
Conquest afirma também que, embora os números precisos possam nunca vir a ser
conhecidos, pelo menos 15 milhões de pessoas foram executadas ou forçadas a
trabalhar até à morte nos campos.
Entretanto,
esses números devem ser maiores, pois os arquivos soviéticos são omissos em
vários aspectos: por exemplo, eles não abrangem as várias Transferências
populacionais na União Soviética. Esta é uma omissão relevante, pois, de acordo
com Eric D. Weitz, a taxa mortalidade das mais de 600.000 pessoas deportadas do
Cáucaso entre 1943 e 1944 chegava a 25%, o que acrescentaria mais 150.000
vítimas mortas.
Outros
dados que não constam dos arquivos da NKVD incluem o controverso e famoso
Massacre de Katyn, bem como diversos outros de menor repercussão em áreas
ocupadas. Também não constam as execuções de desertores pela NKVD durante a
guerra, que se estima em 158.000 execuções.
Além
disso, as estatísticas oficiais de mortalidade nos Gulags excluem as mortes
ocorridas logo após a libertação dos prisioneiros, mas cuja morte estava ligada
ao tratamento recebido naqueles campos de trabalho forçado.
A
ideia de que os arquivos guardados pelas autoridades soviéticas são incompletos
e não refletem a totalidades das vítimas é apoiada por diversos historiadores,
a exemplo de Robert Gellately e Simon Sebag Montefiore. Segundo eles, além dos
registros não serem abrangentes, é altamente provável, por exemplo, que
suspeitos presos e torturados até a morte durante investigações não sejam
contabilizados como execução (não são contados como vítimas de pena de morte).
Após
a extinção do regime comunista na União Soviética, historiadores passaram a
estimar que, excluindo os que morreram por fome, entre 4-10 milhões de pessoas
morreram sob o regime de Stalin. O escritor russo Vadim Erlikman, por exemplo,
faz as seguintes estimativas:
Quantidade de pessoas
|
Razão da morte
|
1,5 milhão
|
Execução
|
5 milhões
|
Gulags
|
1,7 milhão
|
Deportados¹
|
1 milhão
|
Países ocupados²
|
¹ Erlikman estima um total de 7,5
milhões de deportados.
² Diz respeito aos mortos civis
durante a ocupação russa.
Este
total estimado de 9 milhões, para alguns pesquisadores, deve ainda ser somado a
6-8 milhões dos mortos na fome soviética de 1932-1933, episódios também
conhecidos como Holodomor. Existe controvérsia entre historiadores a respeito
desta fome ter sido ou não provocada deliberadamente por Stalin para suprimir
opositores de seu regime. Muitos argumentam que a fome ocorreu por questões
circunstanciais não desejadas por Stalin ou que foi uma consequência acidental
de uma tentativa de forçar a coletivização naquelas áreas afetadas pela fome.
Todavia, também existem argumentos no sentido contrário, de que a fome foi sim
provocada por Stalin. Para a última corrente, uma prova de que a fome foi
provocada seria o fato de que a exportação de grãos da União Soviética para a
Alemanha Nazista aumentou consideravelmente no ano de 1933, o que provaria que
havia alimento disponível. Esta versão da história é retratada pelo
documentário The Soviet Story.
Sendo
assim, se o número de vítimas da fome for incluído, chega-se a um número mínimo
de 10 milhões de mortes (mínimo de 4 milhões de mortos por fome e mínimo de 6
milhões de mortos pelas demais causas expostas). No entanto, Steven Rosefielde
tem como mais provável o número de 20 milhões de mortos, Simon Sebag
Montefiores sugere número um pouco acima de 20 milhões, no que é acompanhado
por Dmitri Volkogonov (autor de Stalin: Triunfo e Tragédia), Alexander
Nikolaevich Yakovlev, Stéphane Courtois e Norman Naimark. O pesquisador Robert
Conquest recentemente reviu sua estimativa original de 30 milhões de vítimas
para cerca de 20 milhões, afirmando ainda ser muitíssimo pouco provável
qualquer número abaixo de 15 milhões de vidas ceifadas pelo regime de Stalin.
Fome na Ucrânia
As
políticas de fome lançadas sobre a Ucrânia, o chamado Holodomor, foi um
genocídio implementado e arquitetado pelo governo soviético durante o regime de
Stalin, mirando o povo ucraniano com fins políticos e sociais. As estimativas
atuais do número de mortos pela fome na Ucrânia variam de 2,2 milhões de
pessoas[85] [86] até 4 ou 5 milhões.
Em
janeiro de 2010, uma corte ucraniana considerou Josef Stalin e outros líderes
soviéticos culpados de genocídio por "organizar deliberadamente fomes na
Ucrânia entre 1932 e 1933". Porém a corte não buscou outras atitudes
devido ao fato "dos suspeitos já estarem mortos".
Gareth
Jones, um jornalista galês, que foi um dos primeiros a divulgar o Holodomor,
revelou a verdadeira extensão da fome e o fracasso do regime de Stalin para
entregar alimentos a população, enquanto exportava grãos para outros países.
Ele escreveu um relatório, que foi mal recebido por parte da imprensa, já que
alguns intelectuais e jornalistas da época eram supostamente simpatizantes do
Regime Soviético.
Em
31 de março de 1933, o New York Times publicou o depoimento de Jones reescrito
por Walter Duranty confirmando que as mortes por doenças, devido à insuficiente
nutrição, eram altas e que na Ucrânia, no norte do Cáucaso e na região do rio
Volga havia escassez de alimentos, o titulo sensacionalista e irônico foi
"Russos estão com fome, mas não estão famintos". Dois anos após o
artigo ser publicado, Jones foi morto por bandidos chineses no interior da
Mongólia - assassinado, que de acordo com sua família foi uma trama de Moscou
para puni-lo.
Em
1987, Douglas Tottle, ativista sindical publicou um livro sobre o genocídio da
fome soviética de 1932-1933 na Ucrânia, alegando que várias fotos publicadas
originalmente nos anos de 1930 pela imprensa nazista eram fraudulentas e que
tais fotos foram depois divulgados em artigos de jornais como Daily Express de
1934 e também em 1935 pelo Chicago American, sendo fotos da época da fome russa
de 1921 e segundo o ativista sindical é propaganda de anticomunistas,
ex-nazistas e de nacionalistas ucranianos, o livro foi editado em 1987, antes
da extinção do regime comunista e da posterior abertura dos arquivos guardados
pelas autoridades soviéticas que confirmaram o Holodomor. Atualmente há
consenso dos historiadores, relativamente à natureza genocidária do Holodomor.
Atualmente,
quase 40 países, incluindo Brasil, Estados Unidos, Espanha e Argentina,
reconhecem o Holodomor como um genocídio. Já o atual governo russo é sensível
ao assunto e dificilmente emite notas oficiais a respeito.
O Pacto Ribbentrop-Molotov
Stalin
foi caracterizado como sendo um antifascista, de acordo com o trabalho de
diversos historiadores, tais como a historiadora polaco-americana e autora
especialista na história polonesa e russa moderna Anna M. Cienciala, do
historiador italiano Domenico Losurdo e do belga Ludo Martens. No início 1939,
a União Soviética tentou formar uma aliança contra a Alemanha nazista com o
Reino Unido, França, Polónia e Roménia, mas diversas dificuldades, incluindo a
recusa da Polónia e da Roménia de permitir direitos de trânsito pelos seus
territórios das tropas soviéticas, como parte de segurança coletiva, levaram ao
fracasso das negociações.
Vice-Ministro
das Relações Exteriores do Reino Unido Cadogan registrou em seu diário: "O
primeiro-ministro (Chamberlain) afirmou que preferia renunciar a assinar uma
aliança com os soviéticos." O slogan dos conservadores era naquela época: "Para
viver, a Grã-Bretanha, o bolchevismo deve morrer."
Os
soviéticos, com o fracasso das negociações, mudaram a sua posição anti-alemã.
Portanto, em 23 de agosto de 1939, Stalin e Viatcheslav Molotov encontram-se
com Joachim von Ribbentrop, Ministro das Relações exteriores da Alemanha
Nazista, e é celebrado em Moscou um pacto entre a União Soviética e a Alemanha
Nazista, pelo qual os dois países comprometeram-se a não se atacarem
militarmente e não intervirem em caso de invasão a um terceiro. Este pacto de
não-agressão ficou conhecido como Pacto Ribbentrop-Molotov, nome dos Ministros
do Exterior alemão e soviético. O pacto incluía um "protocolo adicional
secreto", hoje público, que traçava um esboço da divisão territorial
posteriormente concretizada na Polônia (considerando os rios Vístula, San e
Narew). Tendo a garantia de que a União Soviética não retaliaria, uma semana
após a celebração do pacto, Adolf Hitler invadiu a Polônia e 16 dias depois
ocorreu a Invasão Soviética da Polónia. Stalin esperava ganhar tempo e
reorganizar a força industrial-militar da qual a União Soviética não poderia
prescindir com vistas a um confronto com a Alemanha Nazista que para alguns
sempre fora inevitável. E Hitler estava ansioso por evitar um confronto
imediato com os soviéticos, pois naquele momento ocupar-se-ia de Reino Unido e
França. O Pacto Molotov-Ribbentrop assegurou em setembro de 1939 a divisão do
território polonês entre os nazistas e os soviéticos.
Mas
a invasão da União Soviética pelas forças alemãs, em 1941, levou-o a aliar-se
ao Reino Unido e depois aos Estados Unidos (após ataque a Pearl Harbor) durante
a Segunda Guerra Mundial. Sob a sua ferrenha direção, o exército soviético
conseguiu fazer recuar os invasores — não sem perdas humanas terríveis — e
ocupar terras na Europa Oriental, contribuindo decisivamente para a derrota da
Alemanha Nazista.
Churchill, Stalin, Harriman |
Seus
críticos, como Leon Trótski, este que não tinha relações próximas com a Alemanha
Nazista, como escudo contra o socialismo soviético, denunciaram o pacto com o
governo nazista como uma traição imperdoável e mais um dos crimes do stalinismo
contra o movimento operário internacional.
Com
a sua esfera de influência alargada à metade oriental da Europa, nos chamados Estados
Operários, Stalin foi um personagem-chave do pós-guerra. Subjugando países como
a República Democrática Alemã, Polônia, Tchecoslováquia, Bulgária, Hungria e a
Roménia, estabeleceu a hegemonia soviética no Bloco de Leste e rivalizou com os
Estados Unidos na liderança do mundo.
Stalin e religião
A
relação de Stalin com a religião é complexa. Por um lado ele adotou a mesma
posição que Lenin e Marx, segundo a qual a religião é um ópio que precisa ser
removido a fim de que a sociedade comunista ideal possa ser construída. Neste
sentido, Stalin promoveu o ateísmo nas escolas, a propaganda antirreligiosa
massiva e editou leis contrárias a religião.
Segundo
Pospielovsky, no final da década de 1930 era perigoso envolver-se publicamente
com qualquer religião na União Soviética, pois havia uma "campanha de
perseguição" movida contra estas.
A
perseguição contínua aos religiosos durante a década de 30 resultou na quase
extinção da Igreja Ortodoxa Russa: vários templos foram demolidos e cerca de
10.000 padres, monges e freiras foram perseguidos e executados. Estima-se ainda
que mais de 100.000 religiosos foram mortos durante as purgas de 1937-1938.
Apesar
de tudo isto, alguns historiadores, como Vladislav Zubok e Constantine
Pleshakov, sugerem que "o ateísmo de Stalin manteve-se enraizado em alguma
vaga ideia de Deus da natureza". Apontam como evidência disto vários
fatos, por exemplo: Stalin reabriu as igrejas russas durante a Segunda Guerra
Mundial seguindo um sinal que ele acreditava ter recebido dos céus. Ainda,
Stalin nunca foi contra a religião fora da União Soviética e por várias vezes
chegou a apoiar facções religiosas no exterior, como foi o caso dos
separatistas muçulmanos de Uyghur Ili, que fundaram uma teocracia islâmica no
Turquestão.
Morte
Na
manhã de 1 de março de 1953, depois de um jantar que durou a noite toda e ter
visto um filme, Stalin chegou à sua casa em Kuntsevo, a 15 km a oeste do centro
de Moscovo com o Ministro do Interior, Lavrentiy Beria, e os futuros ministros
Georgy Malenkov, Nikolai Bulganin e Nikita Khrushchev, retirando-se para o
quarto para dormir. À tarde, Stalin não saiu do quarto.
Embora
os seus guardas estranhassem que ele não se levantasse à hora usual, tinham
ordens estritas para não o perturbar e deixaram-no sozinho o dia inteiro. À
cerca das 22 horas Peter Lozgachev, o Commandante de Kuntsevo, entrou no quarto
e viu Stalin caído de costas no chão perto da cama, com o pijama e ensopado em
urina. Assustado, Lozgachev perguntou a Stalin o que aconteceu, mas só obteve
respostas ininteligíveis. Lozgachev usou o telefone do quarto para chamar
oficiais, dizendo-lhes que Stalin tinha tido um ataque e pedia que mandassem
doutores para a residência de Kuntsevo imediatamente. Lavrentiy Beria foi
informado e chegou algumas horas depois, mas os doutores só chegaram no início
da manhã de 2 de março, mudando as roupas da cama e deitando-o. O acamado líder
morreu quatro dias depois, em 5 de março de 1953, Stalin morreu de hemorragia
cerebral (derrame), em circunstâncias ainda hoje pouco esclarecidas, com 74
anos de idade, sendo embalsamado a 9 de março. Avtorkhanov desenvolveu uma
detalhada teoria, publicada inicialmente em 1976, apontando Beria como o
principal suspeito de tê-lo envenenado. Todavia, outros historiadores ainda
consideram que Stalin morreu de causas naturais.
Stalin no caixão
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Nikita
Khrushchov escreveu em suas memórias que, imediatamente após a morte de Stalin,
Lavrenty Beria teria começado a "vomitar seu ódio (contra Stalin) e a
zombá-lo", e que quando Stalin demonstrou sinais de consciência, Beria
teria se colocado de joelhos e beijado as mãos de Stalin. No entanto, assim que
Stalin ficou novamente inconsciente, Beria imediatamente teria se levantado e
cuspido com nojo.
Em
2003, um grupo de historiadores russos e americanos anunciaram sua conclusão de
que Stalin ingeriu varfarina, um poderoso veneno de rato que inibe a coagulação
sanguínea e predispõe a vítima à hemorragia cerebral (derrame). Como a
varfarina é insípida ela provavelmente teria sido o veneno utilizado. No
entanto, os fatos exatos envolvendo a morte de Stalin provavelmente nunca serão
conhecidos.
O
período imediatamente anterior ao seu falecimento, nos meses de fevereiro-março
de 1953, foi marcado por uma atividade febril de Stalin nos preparativos de uma
nova onda de perseguições e campanhas repressivas, exceção até para os padrões
da era stalinista. Tratava-se do conhecido complô dos médicos: em 3 de janeiro
de 1953, foi anunciado que nove catedráticos de medicina, quase todos judeus e
que tratavam dos membros da liderança soviética, tinham sido
"desmascarados" como agentes da espionagem americana e britânica,
membros de uma organização judaica internacional, e assassinos de importantes
líderes soviéticos.
Tratava-se
da preparação de um novo julgamento-espetáculo, desta vez com claros traços de antissemitismo,
que certamente levaria a um pogrom nacional, e que implicaria, segundo Isaac
Deutscher, na auto-destruição das próprias raízes ideológicas do regime, razão
pela qual a morte de Stalin pareceu a muitos ter sido provocada pelos seus
seguidores imediatos, claramente alarmados diante da iminente fascistização
promovida por Stalin. O fato de que Beria estivesse alheio à preparação deste
novo expurgo fez com que ele fosse apresentado como possível autor intelectual
do suposto assassinato de Stalin; o fato é, no entanto, que Stalin era idoso e
que sua saúde, desde o final da Segunda Guerra Mundial, era precária; aqueles
que tiveram contato pessoal com ele nos seus últimos anos lembram-se do
contraste entre sua imagem pública de ente semidivino e sua aparência real,
devastada pela idade. Simon Sebag Montefiore considera que, apesar de Stalin
haver recebido assistência atrasada para o derrame que o vitimaria, a
tecnologia médica da época nada poderia fazer por ele em termos terapêuticos.
Seu
corpo ficaria exposto no mesmo salão que Lenin até o XX Congresso do Partido
Comunista da União Soviética (PCUS), realizado as portas fechadas em fevereiro
de 1956, no qual Nikita Khrushchov, seu sucessor, denunciou no chamado
"relatório secreto" as práticas stalinistas, particularmente o
chamado "culto à personalidade".
Malenkov
assume o governo após a morte de Stalin mas, devido às posições que defendia,
foi forçado a renunciar à liderança do Partido em 13 de março, sendo sucedido
por Nikita Khruschev em setembro.
Após
o XX Congresso do PCUS o corpo de Stalin foi enterrado próximo aos muros do
Kremlin, sendo o túmulo mais visitado ali. Seu epíteto era "O Pai dos
Povos".
Uma
década após a morte de Stalin, sua política seria defendida e até seguida em
parte por parte do novo secretário-geral, Leonid Brejnev, que após a saída de
Khrushchov, tentaria "reabilitar" o nome de Stalin.
“Não devemos encobrir os erros,
mas também não devemos encobrir os méritos, portanto, respeitemos Stálin.”
— Leonid
Brejnev, 1965
Em
1965, em uma comemoração dos vinte anos da Grande Guerra Patriótica, sob
aplausos, citou pela primeira vez positivamente o nome de Stálin após sua
morte, e disse que iria usar o mesmo título que usava o antigo líder,
Secretário-Geral, o que na época era algo intolerável; realmente, Brejnev fora
impedido por forças maiores de realizar a reabilitação de Stálin, mas seguiu
uma política que se estruturava bastante nas raízes do Stalinismo, chamada Brejnevismo,
que defendia a burocracia no estado, o culto da personalidade, a hegemonia
soviética e o expansionismo do país, uma das poucas diferenças, era a invocação
da paz pela parte desta doutrina; ficaria conhecida como
"neostalinismo" e "doutrina Brejnev".
Em
1979, centenário de seu nascimento, a mando de Leonid Brejnev, seu túmulo foi
reformado e um busto do antigo líder erguido sobre ele, tornando-se um túmulo
de herói nacional.
veneração do túmulo na Praça
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Família
A
primeira esposa de Stalin, Ekaterina Svanidze, morreu em 1907, apenas quatro
anos após seu casamento. Eles tiveram um filho, Yakov Dzhugashvili, que atirou
em si mesmo por causa do tratamento duro de Stalin sobre ele, mas sobreviveu.
Depois disso, Stalin disse: "Não consegue sequer atirar direito." Yakov
serviu no Exército Vermelho durante a Segunda Guerra Mundial e foi capturado
pelos alemães. Eles ofereceram trocá-lo pelo Marechal de Campo Friedrich
Paulus, que havia se rendido depois da Batalha de Stalingrado, mas Stalin
recusou a oferta. Depois, alega-se que Yakov morreu, em uma cerca elétrica no
campo de concentração de Sachsenhausen, pelos guardas que vigiavam o campo,
quando tentava escapar. Alguns dizem que cometeu suicídio, mas isso não foi
provado. Yakov teve um filho, Yevgeny, que foi recentemente notável por
defender o legado de seu avô em tribunais russos. Yevgeny é casado com uma
mulher georgiana, tem dois filhos, e netos.
Stalin com filhos Vassili e Svetlana
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Sua
segunda esposa foi Nadezhda Alliluyeva que morreu em 1932, oficialmente de
doença. Ela pode ter cometido suicídio, atirando-se depois de uma briga com
Stalin, deixando uma nota de suicídio que, segundo a sua filha era "em
parte pessoal, em parte política." De acordo com Biografia A&E, há
também uma crença entre alguns russos que Stalin assassinou sua esposa após a
briga, o que aparentemente aconteceu em um jantar em que Stalin sarcasticamente
acendeu cigarros pela mesa para ela. Os historiadores também afirmam que a
morte da esposa, finalmente, "cortou sua ligação da realidade". Com
ela, Stalin teve um filho, Vasily Dzhugashvili, e uma filha, Svetlana Alliluyeva.
Vasily
seguiu carreira militar na Força Aérea Soviética, morrendo em consequência do
abuso de álcool em 1962, no entanto, isto ainda está em discussão.
Distinguiu-se na Segunda Guerra Mundial como um hábil aviador.
Segundo
Svetlana, a morte da mãe "afastara da alma de Stalin os últimos vestígios
de calor humano." Deixou a URSS em 1967 para visitar a Índia, onde
solicitou asilo político na embaixada americana em Nova Deli. A KGB elaborou um
plano para assassiná-la que não foi levado adiante. Adotou o nome Lana Peters e
morreu em 2011 nos Estados Unidos.
A
mãe de Stalin, cujo funeral ele não compareceu, morreu em 1937. Alega-se que
Stalin guardava rancor de sua mãe por obrigá-lo a entrar no seminário.