A
História da África é conhecida no Ocidente por escritos que datam da
Antiguidade Clássica. O homem passou a estar presente na África durante os
primeiros anos da era quaternária ou os últimos anos da era terciária.
A maioria dos restos de hominídeos fósseis que os arqueólogos encontraram, australopitecos, atlantropos, homens de Neandertal e de Cro-Magnon, em lugares diferenciados da África é a demonstração de que essa parte do mundo é importante no processo evolutivo da espécie humana e indica, até, a possível busca das origens do homem nesse continente. As semelhanças comparáveis da história da arte que vai entre o paleolítico e o neolítico são iguais às das demais áreas dos continentes europeu e asiático, com diferenças focadas em regiões então desenvolvidas. A maioria das zonas do interior do continente, meio postas em isolamento, em contraposição ao litoral, ficaram permanentes em estágios do período paleolítico, apesar da neolitização ter sido processada no início em 10.000 a.C., com uma diversidade de graus acelerados.
A maioria dos restos de hominídeos fósseis que os arqueólogos encontraram, australopitecos, atlantropos, homens de Neandertal e de Cro-Magnon, em lugares diferenciados da África é a demonstração de que essa parte do mundo é importante no processo evolutivo da espécie humana e indica, até, a possível busca das origens do homem nesse continente. As semelhanças comparáveis da história da arte que vai entre o paleolítico e o neolítico são iguais às das demais áreas dos continentes europeu e asiático, com diferenças focadas em regiões então desenvolvidas. A maioria das zonas do interior do continente, meio postas em isolamento, em contraposição ao litoral, ficaram permanentes em estágios do período paleolítico, apesar da neolitização ter sido processada no início em 10.000 a.C., com uma diversidade de graus acelerados.
Mapa do continente africano |
O
Norte da África é a região mais antiga do mundo. A civilização egípcia
floresceu e inter-relacionou-se com as demais áreas culturais do mundo
mediterrâneo, motivos pelas quais essa região foi estreitamente vinculada, há
milhares de séculos, depois que a civilização ocidental foi geralmente
desenvolvida. As colônias pertencentes à Fenícia, Cartago, a romanização, os
vândalos aí fixados e o Império Bizantino influente são os fatores pelos quais
foi deixada no litoral mediterrâneo da África uma essência da cultura que
posteriormente os árabes assimilaram e modificaram. Na civilização árabe foi
encontrado um campo de importância em que foi expandido e consolidada a cultura
muçulmana no Norte da África. O islamismo foi estendido pelo Sudão, pelo Saara
e pelo litoral leste. Nessa região, o islamismo é a religião pela qual foram
sendo seguidas as rotas de comércio do interior da África (escravos, ouro,
penas de avestruz) e estabelecidos encraves marítimos (especiarias, seda) no
Oceano Índico. Simultaneamente, na África negra foram conhecidos vários
impérios e estados que aí floresceram. Estes impérios e estados nasceram de
grandes clãs e tribos submetidos a um só soberano poderoso com características
próprias do feudalismo e da guerra. Entre esses impérios de maior importância
figuram o de Aksum, na Etiópia, que teve sua chegada ao apogeu no século XIII;
o de Gana, que desenvolveu-se do século V ao século XI e os estados muçulmanos
que o sucederam foram o de Mali (do século XIII ao século XV) e o de Songhai
(do século XV ao século XVI); o reino Abomey do Benim (século XVII); e a
confederação zulu do sudeste africano (século XIX).
Mapa físico da África |
Durante
o século XV os exploradores vindos da Europa chegaram primeiramente no litoral
da África Ocidental. O estímulo dado à essa exploração foi uma forma de buscar
novos caminhos para as Índias, após o comércio ser fechado por parte dos turcos
no leste do Mar Mediterrâneo. Os colonizadores de Portugal, da Espanha, da
França, da Inglaterra e dos Países Baixos foram os competidores do novo caminho
a fim de ser dominado por meio de feitorias no litoral e portos de embarque
para comercializar os escravos. Concomitantemente, foram realizadas as
primeiras viagens científicas que adentraram o interior do continente:
Charles-Jacques Poncet na Abissínia, em 1700; James Bruce em 1770, procurando o
local onde nasce o Nilo; Friedrich Konrad Hornermann viajando no deserto da
Líbia sobre a garupa de um camelo, em 1798; Henry Morton Stanley e David
Livingstone na bacia do Congo, em 1879. A partir do século XIX, as potências
europeias interessadas política e economicamente representavam estímulo para
que o interior da África seja penetrado e colonizado. As potências europeias
desejavam a criação de impérios que fossem estendidos de litoral a litoral, mas
isso fez com que o Reino Unido (pelo qual foi conseguida a ocupação de uma
faixa de norte a sul, do Egito à África do Sul, além de demais zonas
colonizadas no golfo da Guiné), a França (que estabeleceu-se no noroeste da
África, em parte do equador africano e em Madagascar) e, em quantidade pequena,
Portugal (Angola, Moçambique, Guiné e uma diversidade de ilhas estratégicas),
Alemanha (Togo, Tanganica e Camarões), Bélgica (Congo Belga), Itália (Líbia,
Etiópia e Somália) e Espanha (parte do Marrocos, Saara Ocidental e encraves na
Guiné) brigassem entre si. A partilha da África foi formalmente consumada na
Conferência de Berlim de 1884-1885, na qual firmou-se o princípio da ocupação
efetiva como forma de legitimar as colônias empossadas.
Devido
ao regime colonialista estabelecido no continente, foram destruídas e
modificadas as estruturas sociais, econômicas, políticas e religiosas da
maioria do território da África negra. As colônias que proclamaram sua
independência, processo emancipatório que iniciou-se após a Segunda Guerra
Mundial e concluiu-se principalmente de 1960 até 1975, estiveram sob ameaça da
gravidade de problemas de integração nacional, que resultaram das fronteiras
arbitrárias como legado do sistema colonialista, além da pobreza (o rápido
crescimento da população africana é mais elevado do que o número de alimentos
produzidos). Como dependem econômica e politicamente das antigas metrópoles, a
ineficiência da administração, as tribos e as ideologias conflitantes entre si,
todos esses fatores agravantes fizeram com que a população das cidades
crescesse. Estas são as principais barreiras que impedem que os novos países
desenvolvam-se. Os governos desses países, majoritariamente com características
de forças armadas ou de presidencialismo, têm tendência à adoção de políticas
de socialização que garantem a libertação dos países das potências
estrangeiras. A cooperação coletiva para a solução desses problemas deu origem
a uma diversidade de organizações supranacionais que baseiam-se na ideia do
pan-africanismo, ou a totalidade dos povos africanos unidos no entorno dos
interesses comuns; a de maior importância é a Organização da Unidade Africana
(OUA).
A
discussão deste artigo em linhas gerais é uma referência à história da África.
Para uma história específica dos países em que é dividido o continente, veja os
verbetes sobre cada um deles ou também os verbetes secundários sobre a história
de cada nação. Sobre o papel que a África exerce na atualidade, veja os
verbetes Movimento Não Alinhado, Segunda Guerra Mundial e História do mundo.
África é o berço da humanidade
A
partir dos primeiros tempos da história, a África é o berço da humanidade. A
crença dos cientistas é de que a possibilidade evolutiva do homem vem desde um
dentre a diversidade tipológica de macacos humanoides que têm vagado pelos
prados orientais e centrais da África, há mais de 2 500 000 anos atrás. A
descoberta dos arqueólogos é a primeira prova evidente de uma cultura da Antiga
Idade da Pedra que residia na diversidade de sítios arqueológicos na Grande
Fossa Africana da parte oriental da África. A crença dos arqueólogos é a
distribuição desta forma pré-histórica cultural da Idade da Pedra pela quase
totalidade da África e para os demais continentes. O início da utilização do
fogo pelos seres humanos ocorreu na África há mais de 50 mil, ou 60 mil anos. Há
mais ou menos 35 mil a 40 mil anos teve início o aparecimento do primeiro Homo
sapiens sapiens (o homem moderno) na África. Durante a Média Idade da Pedra, os
homens-macaco estavam ameaçados de serem extintos e somente restou o Homo
sapiens sapiens na África.
Teve
início a introdução da atividade agrícola e do trabalho de domesticar animais
na África por volta de 5000 a.C., quando vieram do Oriente Médio. Os primeiros
agricultores do Saara passaram a conhecer estas atividades na totalidade da
Norte da África e do Saara, que não era ainda considerado uma extensa área
desértica. Os primeiros agricultores do Saara, propriamente ditos, eram
parecidos com os negros do que é hoje a África Ocidental. Entretanto, a
atividade agrícola só foi atingida pela floresta tropical por volta do tempo de
Jesus Cristo. Os povos da parte meridional do Saara não tinham conhecimento dos
povos agricultores da parte setentrional, e não tinham os instrumentos que
necessitavam para cultivar na densidade da floresta da África Central. Além
disso, os produtos que os agricultores cultivavam na parte setentrional
provavelmente não se adequavam aos tipos climáticos com mais umidades da parte
meridional. Também há possibilidade de que a riqueza dos solos da África
Central já fosse propícia à produção de alimento suficiente, com o extrativismo
animal e o extrativismo vegetal.
Em
2500 a.C., o clima africano foi atingindo pela seca e teve início a
transformação do Saara numa extensa área desértica. Os agricultores negros do
Saara tiveram a necessidade de deslocamento para os prados meridionais. Em 2000
a.C., teve início por esses agricultores o cultivo de alimentos a serem
produzidos, como o arroz e alguns tipos de inhame cujos solos tanto dos prados
como das florestas eram propícios a esses tipos de cultivos. Pelos agricultores
das montanhas da Etiópia, na parte oriental da África, teve início o
desenvolvimento de novas culturas razoavelmente na mesma época. Os povos da
parte meridional, atual centro do Quênia, praticavam o trabalho de rebanhar o
gado domesticado, ou seja, a pecuária.
A Idade do Bronze e a Idade do
Ferro
Nos
últimos dois mil anos anteriores à época em que nasceu Jesus Cristo, teve
início o desenvolvimento das cidades e da atividade comercial por mar no Norte
da África. Coisas inventadas pelo homem como o bronze e a escrita tiveram
penetração no Norte da África, quando vieram do Oriente Médio. A parte
meridional do Saara não foi atingida por essas invenções, e por esse motivo,
naquela região da África não existia ainda Idade do Bronze. Mas, a entrada da
região na parte meridional do Saara ocorreu na Idade do Ferro pouco após a
descoberta do trabalho de ser utilizado o ferro no Oriente Médio. A introdução
do trabalho de utilizar o ferro ocorreu desde o Egito para o sul, dirigindo-se
ao Reino de Cuche, onde é hoje o Sudão, por volta de 600 a.C. No tempo em que
viveu Cristo, ocorreu a entrada da Etiópia e da região de savanas da África
Ocidental na Idade do Ferro.
Migrações para o Sul
Os
negros que falavam as línguas bantu, cujas atividades econômicas eram a
agricultura, e que sabiam usar o ferro, ficaram conhecidos por realizarem uma
das maiores correntes migratórias do mundo, ao longo de três milénios, tendo
espalhado línguas bantu (línguas nigero-congolesas) em praticamente toda a
África subsaariana.
Fizeram
o deslocamento desde a área do que é hoje a República dos Camarões, indo para
dentro das florestas com povoamento escasso da África Central, e ali foram
responsáveis pela introdução da atividade agrícola e do trabalho de
instrumentos de ferro. Depois que passaram cerca de mil anos, eles atingiram a
parte meridional, realizando a ocupação da quase totalidade do cone sul da
África. Quando caminharam para a parte meridional, povos caçadores foram
encontrados pelos povos bantos, como os pigmeus, os bosquímanos e os
hotentotes. Os bantos se casavam com os caçadores, ou então os caçadores foram
forçados a fazer a entrada pela floresta ou pelo deserto de Kalahari. Por
certos povos, como os hotentotes, foi adotado o modus vivendi banto e os
hotentotes, propriamente ditos, foram convertidos em agricultores. Entretanto,
à medida da aproximação dos povos bantos em direção ao sul, iam ficando
isolados do desenvolvimento das coisas inventadas pelo homem no Norte da África
e no Oriente Médio. Desde então, sempre se progrediram através das próprias
coisas que inventaram. Enquanto do deslocamento dos povos bantos em direção ao
sul, outros tiveram movimentação das savanas para as florestas do litoral da
África Ocidental.
Continuou
a circulação das ideias nas rotas comerciais rastreadas, através do Saara e no
talvegue do rio Nilo, do norte da África até a região logo na parte meridional
do Saara. Além disso, a navegação feita pelos comerciantes no mar Vermelho e do
o golfo Pérsico até a região onde é hoje o Moçambique tem levado para os povos do
litoral oriental da África as notícias contando que o Norte da África estava se
progredindo. As rotas comerciais fizeram com que os povos logo na parte
meridional do Saara se contatassem com o Império Romano. A totalidade do Norte
da África foi dominada pelo Império Romano após 30 a.C.
Axum e Núbia
O
Império de Axum ou Aksum foi um reino
africano que se tornou conhecido pelos povos da região, incluindo o
Mediterrâneo, por volta do século I. Tinha a sua capital na cidade de Axum, na
atual Etiópia, embora as cidades mais prósperas fossem os portos do mar
Vermelho de Adúlis e Matara, na atual Eritreia. Tal como, mais tarde, os reis
da Etiópia acreditavam ser descendentes do rei Salomão e da rainha de Sabá, os
monarcas axumitas tinham a mesma crença.
Localização do Império de Axum |
A
cidade de Axum foi aparentemente fundada por volta de 100 d.C., mas a região
circundante é habitada há milênios. A terra de Punt, mencionada pelos antigos
egípcios como fonte de mirra, localizava-se possivelmente na zona de Axum. Por
volta de 500 aC surgiu na área uma cultura pré-Axumita, chamada Da'amat, com
ligações culturais com o sul da vizinha península Arábica. De fato, desde o
segundo milênio a.C. até o século IV d.C., a região de Axum foi colonizada por
imigrantes sabeus vindos da península Arábica. A influência da cultura dos
sabeus é vista na arquitetura e na língua do império, o ge'ez.
A
partir deste contexto, Axum foi sede de um dos estados mais poderosos da região
entre o Império Romano do Oriente e a Pérsia, cujo poder estendeu-se do século
I ao XIII d.C. O auge da cidade e do Império de Axum ocorreu no século IV d.C.,
quando o território controlado abrangia a atual Etiópia, o sul do Egito e parte
da Arábia, no sul do atual Iêmen. O comércio marítimo, com rotas que chegavam
até o Ceilão, era realizado através do porto de Adúlis (na atual Eritreia).
Segundo o autor grego anônimo do "Périplo pelo mar da Eritreia",
datado do século I d.C., Adúlis exportava escravos, marfim e cornos de
rinoceronte. Relações comerciais foram mantidas com a então província romana do
Egito desde o século I e com a Índia a partir do século III; o comércio
continuou com o Egito, Síria e o Império Bizantino até o século VII.[2] A área
da cidade chegou a cobrir 250 acres e estima-se que a população alcançou 20.000
pessoas no seu auge. A desaparição do império de Meroé, por volta de 320 d.C.,
pode estar relacionado ao crescimento de Axum, que com isso pôde redirecionar o
comércio de marfim do rio Nilo ao porto de Adúlis. Sinal da importância
econômica da cidade foi a cunhagem de moedas, que começou no século III e
continuou até o século VII.
Durante
os primeiros séculos do primeiro milênio d.C. foram levantados, no campo de Mai
Hedja, grandes estelas de pedra que recordavam grandes reis. Essa prática, que
durou até cerca de 330 d.C., terminou na época do rei Ezana, que converteu-se
ao cristianismo. Em total há 126 obeliscos em Axum, incluído o de maior tamanho
conhecido, quase todos atualmente caídos e partidos em pedaços.
Segundo
a história contada por Teodoreto, que se refere aos eventos como passando na
Índia, um homem de Tiro, interessado em comerciar com a Índia, partiu em viagem
com seus dois sobrinhos. O barco, porém, foi atacado por bárbaros, que mataram
quase todos a bordo. Seus sobrinhos, Edésio (Ædesius) e Frumêncio (Frumentius),
foram levados como escravos ao rei do país, que, percebendo sua inteligência,
os promoveu a superintendentes do reino. Eles eram cristãos, e continuaram
servindo ao reino após a morte do rei e a ascensão ao trono do seu filho. Após
algum tempo, eles pediram para voltar para seu país, e voltaram a território
romano. Edésio foi para Tiro, mas Frumêncio para Alexandria, onde informou que
os indianos estavam ansiosos para ganhar a luz espiritual. Atanásio, o bispo,
disse que não havia ninguém melhor que o próprio Frumêncio para a missão,
nomeou-o bispo, e enviou-o de volta.
Com
base na história de Teodoreto e outras evidências, considera-se que o
cristianismo foi adotado como religião estatal de Axum em 330, o que criou
laços religiosos com o Egito (então cristão) e Constantinopla. O rei Ezana foi
convertido ao cristianismo por Frumêncio, um monge sírio que foi mais tarde
feito bispo pela Igreja Copta egípcia. A partir dessa época, os reis cristãos
de Axum construíram palácios e igrejas, entre estas a primeira Igreja de Santa
Maria, levantada em finais do século IV, segundo uma lenda, na área de um lago
que secou milagrosamente. Achados arqueológicos e antigos textos mostram que a
cidade contou com palácios e casas nobres de pedra com vários andares, mas a
maioria das moradas em Axum eram de barro e cobertas de palha.
Segundo
a tradição religiosa da Igreja Ortodoxa Etíope, recolhida na obra Kebra Nagast
(século XIII), foi de Axum que partiu Makeda, a rainha de Sabá, para visitar o
rei Salomão em Jerusalém. Ainda segundo a tradição, da união entre ambos nasceu
Menelik, que após visitar o pai trouxe à Etiópia a Arca da Aliança, que até
hoje estaria numa capela do complexo da Igreja de Santa Maria de Sião.
A
partir do século VII se inicia a decadência de Axum, primeiro devido à
instabilidade comercial causada pelas disputas entre bizantinos e os persas do
Império Sassânida e, após 632, pela expansão dos domínios dos árabes
muçulmanos. Apesar de que as relações com os muçulmanos foram inicialmente
amistosas, a partir do século VII a ascensão da dinastia omíada causou seu
declínio final. Os árabes dominaram o comércio do mar Vermelho, conquistando
Adúlis e cortando as rotas comerciais do Império de Axum. A produção agrícola
caiu, provavelmente por problemas ambientais e de excessiva exploração da área
circundante da cidade, que nos finais do século VIII foi reduzida a um
vilarejo. As elites abandonaram a cidade, assim como os reis, que transferiram
a capital ao sul. Apesar haver mantido sua importância simbólica, especialmente
religiosa, os líderes da igreja etíope deixaram a cidade na metade do século X.
Após
um longo período de obscuridade, Axum começa a reviver a partir do século XV. A
Igreja de Santa Maria de Sião foi reconstruída em 1404, e novos bairros de
moradia foram criados no século XVI. Porém, em 1535, a cidade foi invadida e
destruída pelo chefe militar somali Ahmad ibn Ibrihim al-Ghazi. Nos séculos
seguintes, Axum foi vítima de pragas de gafanhotos, cólera e fome que dizimaram
a população. A importância simbólica para a religião e realeza etíope, porém,
nunca foi esquecida.
Núbia é a região situada no vale do
rio Nilo que atualmente é partilhada pelo Egito e pelo Sudão mas onde, na
antiguidade, desenvolveu-se na mais antiga civilização negra da África, baseada
na civilização anterior do Alto Egito, e tanto que Napata antes de ser a
capital da Núbia independente da sua metrópole colonial egípcia, era uma mera
colonia egípcia ao sul de Assuã, anexada durante o Médio Império.
A região de Núbia hoje |
Aparentemente
os núbios eram filhos de colonos sul-egípcios com escravas nilóticas, que deu
origem ao Reino de Cuche, que existiu entre o III milênio a.C. e o século IV
d.C. da nossa era. Este reino foi então dominado pelo Reino de Axum e
aparentemente, os núbios formaram novos pequenos estados fora da região
ocupada. Um deles, Macúria tornou-se preponderante na região, assinando um
pacto com o Egito islâmico para conservar a sua religião cristã, que conservou
até ao século XIV, quando foi finalmente submetida aos árabes dominantes, mais
precisamente dominada pelos Turcos Mamelucos por volta de 1315. Eles impuseram
sua religião muçulmana e colocaram no poder um príncipe Núbio convertido ao
Islã.
No
entanto, a parte sul conservou-se independente, como o reino de Sennar, até ao
século XIX, quando o Reino Unido ocupou a região. Com a independência dos
atuais estados africanos, os núbios ficaram divididos entre o Egito e o Sudão.
Nesta região, na grande curva do Nilo, na parte sudanesa, encontram-se as
ruínas das cidades de Napata, perto do monte Gebel Barkal, e Meroé que foram
inscritos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (UNESCO), em 2003, na lista do Patrimônio Mundial.
Na
época do Egito faraônico, a Núbia era uma região que separava esse país da
África subsaariana. Atualmente, seu território se encontra dividido entre o
Egito e o Sudão. Núbia é uma antiga região no nordeste da África, situada ao
longo do rio Nilo, desde a primeira catarata até as proximidades de Khartum, no
atual Sudão. Além do vale do Nilo, incluía as áreas desérticas a leste até o
mar Vermelho e a oeste até o deserto da Líbia.
Habitada
por povos nilóticos negros, a Núbia constituiu ao longo de milênios um ponto de
encontro entre as civilizações egípcias - e, por conseguinte, o mundo
mediterrâneo - e os povos negros da África. Cercada, porém, pelo deserto, num
trecho mais estreito do vale, jamais apresentou produção agrícola e população
comparáveis às do baixo Nilo. Por volta de 3100 a.C., a I dinastia egípcia se
apoderou de parte da Núbia, que passou a abastecer o império de ouro, pedras
preciosas e diorito. A partir de então, a história da Núbia permaneceu ligada à
do Egito, algumas vezes sob o poder dos faraós, outras na forma de um ou vários
reinos independentes.
Por
volta de 2000 a.C., surgiu na região o reino de Cuche, cujos governantes
adotaram a cultura egípcia. O rei Chabaca conquistou todo o Egito entre 713 e
712 a.C. e transferiu sua capital para Mênfis, onde fundou a XXV dinastia. A
invasão assíria separou mais uma vez o Egito da Núbia, que conservou sua
independência. Meroé tornou-se capital do reino de Cuche no início do século VI
a.C. Durante nove séculos, a Núbia permaneceu isolada até que, no século IV da
era cristã, após a destruição de Meroé, os nabateus se estabeleceram na região
e, por volta do ano 540, se converteram ao cristianismo. Embora a partir do
século VII o país tenha sido obrigado a pagar tributo aos novos governantes
muçulmanos do Egito, permaneceu independente e fiel ao cristianismo até o
século XIV, quando sucumbiu ante os exércitos mamelucos.
No
norte da Núbia existem ruínas de monumentos antigos, alguns dos quais correram
o perigo de desaparecer com a construção da represa de Assuã. Uma campanha
internacional permitiu salvar os dois templos situados em Abu Simbel,
transferidos para outro local nas proximidades.
Durante
o século V, o Norte da África foi invadido pelos vândalos, um povo germânico,
dando contribuição para que fosse exterminado o cristianismo romano que
influenciou a África. O reino vândalo declinou-se no século VI, e o Norte da
África passou a pertencer ao Império Bizantino.
OUTROS
IMPORTANTES REINOS AFRICANOS
O Império Kush ( 1700 a.C.- 300
d.C. )
De
3600 a.C. até 1700 a.C., a região da Núbia esteve sob poder egípcio. Mas em
1700 a.C.,os núbios ficaram independentes e criaram uma forte sociedade: o
Império Kush. De 1700 a.C. até 1500 a.C. houve o Primeiro Império Kush. Em 1500
a.C. os egípcios reconquistaram a Núbia, o que fez com que algumas pessoas
migrassem para a cidade de Napata ,no sul
O
Povo Cartaginês ( século VI a.C. a I a.C. )
Entre
os séculos VIII a.C. e VII a.C., o povo fenício criou a cidade de Cartago, onde
hoje fica Túnis, capital da Tunísia. Só que, em V a.C. Cartago ficou
independente da Fenícia, e construiu um sólido império. Seus domínios foram até
o atual Marrocos até o leste da atual Líbia, no golfo de Sidra, além de algumas
ilhas e parte da Sicília. Cartago foi uma grande potência naval militar no
Mediterrâneo.
Império do Gana
O
Antigo Império Gana teve seu apogeu entre os anos 700 e 1200 d.C. Acredita-se
que o florescimento desse império remonte ao século IV. Fundado por povos
berberes, segundo uns, e por outros, por negros mandeus, mandês ou mandingas,
do grupo soninkê. .
O Império do Mali
Os
fundados do Antigo Mali teriam sido caçadores reunidos em confrarias ligadas
pelos mesmos ritos e celebrações da religião tradicional. O fervor com que
praticavam a religião de seus ancestrais veio até bem depois do advento do
Islã. Conquistando o que restara do Antigo Gana, em 1240, Sundiata Keita,
expandiu seu império, que já era oficialmente muçulmano desde o século
anterior. E, o Mali se torna legendário, principalmente sob o mansa (rei) Kanku
Mussá, que, em 1324, empreendeu a peregrinação a Meca com a intenção evidente
de maravilhar os soberanos árabes.
.
Império Songai
A
organização do Songai era mais elaborada ainda que a do Mali. O Império Songai
teria suas origens num antepassado lendário, o gigante comilão Faran Makan
Botê, do clã dos pescadores sorkôs. Por volta de 500 d.C., diz ainda a tradição,
que guerreiros berberes, chefiados por Diá Aliamen teriam chegado à curva norte
do Níger, tomando o poder dos sorkôs. A partir daí, a dinastia dos Diá reina em
Kukya, uma ilha perto do Níger, até 1009, quando o reino se converte
oficialmente ao islamismo e transfere a capital para Goa, onde a dinastia reina
até 1335. Nesse ano, o povo songai se liberta do Antigo Mali, de quem se
tornara vassalo em 1275 e, começa a conquistar as regiões vizinhas.
Império Kanem-Bornu
Outro
grande Estado da África Negra, florescido por essa época, no norte da atual
Nigéria, foi Kanem-Bornu, em torno do ano 800 d.C. As cidades-estados haussás,
situadas entre o Níger e o Chade que se encontram em uma grande encruzilhada.
Constituíram-se por volta do século XII, em redor das vias comerciais que
ligavam Trípolis e o Egito à floresta tropical, por um lado, e, por outro lado,
o Níger ao alto vale do Nilo pelo Darfur. Os haussás ou a classe dirigente são
negros que habitavam muito mais ao norte e a leste do que hoje. Junto com o
Mali e o Songai, um dos mais vastos impérios dos grandes séculos africanos foi
o Kanem-Bornu. A sua influência, no seu período de maior esplendor, estendia-se
da Tripolitânia e do Egito até ao Norte dos Camarões atuais e do Níger ao Nilo.
Nas origens do Kanem encontra-se a conjunção dos nômades e dos sedentários.
Império Iorubá
A
sudeste da atual Nigéria constituíra-se o poderoso e dinâmico grupo Ibo.
Possuía uma estrutura ultrademocrática que favorecia a iniciativa individual. A
unidade sociopolítica era a aldeia. No sudoeste, desenvolveram-se os
principados iorubás e aparentados, entre os séculos VI e XI. As suas origens,
mergulhadas na mitologia dos deuses e semideuses, não nos fornecem, do ponto de
vista cronológico, informações suficientes.
Cultura africana antiga |
A expansão do Islã
A expansão do Islã |
Nos
últimos anos do século VII ocorreu à união de um grupo de árabes volta de um
movimento religioso que Maomé fundou. Maomé chamou a religião de islamismo e
seus seguidores passaram a se conhecerem pelo nome de muçulmanos. Foram
invadidas pelos muçulmanos a riqueza e o povoamento das terras do Egito, do
Iraque, da Palestina, da Pérsia e da Síria. Aí foi fundado por eles um grande
império muçulmano. Suas conquistas foram estendidas no decorrer do litoral do
Norte da África, através da Tunísia e da Argélia, e tiveram penetração na
Espanha. O Império Muçulmano foi fracionado em pequenos Estados, mas os laços
religiosos e comerciais deram continuação à união dos muçulmanos. Foram
juntadas pelos muçulmanos as culturas da Pérsia, da Grécia e de Roma, dando
início à formação de uma nova civilização que como tinha base as pregações que
Maomé ensinava.
A
importância do islamismo passou a influenciar externamente a África na parte
meridional do Saara. Foram convertidos pelos comerciantes muçulmanos que os
povos das cidades portuárias da parte oriental da África adotassem a nova
religião, nos atuais países da Somália, do Quênia e da Tanzânia, e introduzido
o islamismo na África Ocidental na parte oriental do Saara. A língua falada
pelos africanos era suaíli, mas passaram a praticar a escrita em língua árabe.
Impérios da África Ocidental
O
florescimento dos impérios da África Ocidental ocorreu no ano 1000. A opinião
de alguns historiadores é de que eles têm se organizado pouco após o tempo em
que viveu Jesus Cristo. A opinião de outros autores é de que eles são da mais
alta antiguidade. Um dos impérios, que se chamava Kanem, estava localizado nas
imediações do lago Chade. Outro, que se chamava Império Gana, era situado na
extremidade ocidental, onde está localizado o Mali e a parte meridional da
Mauritânia. Takrur estava localizado nos atuais países do Senegal e a
Mauritânia.
A
aparência política de Gana era a de um Estado que mais se fortaleceu dentre os
impérios durante vários períodos de cem anos, mas seu poder entrou em declínio
no século XI. No século XIII, um império que se chamava Mali, que se localizava
nos atuais países de Guiné e de Mali, substituiu Gana como o império que mais
se fortaleceu na África Ocidental. Nos últimos anos do século XV e primeiros
anos do século XVI, o Império Songai fez a substituição do Império Mali como o
império que mais se fortaleceu.
A
atividade comercial no Saara era uma das coisas mais importantes que esses
impérios se interessavam. Em direção para a parte setentrional ia o ouro e
demais coisas produzidas na África ocidental, que os negociantes trocavam pelo
sal e demais coisas produzidas no Norte da África e na Europa, mais
precisamente nas cidades às margens do Saara. Para que tivessem força, os
impérios da África Ocidental eram obrigados a se responsabilizarem pelo
controle dessas cidades. Eles se tornavam mais fortes quando têm conquistado o
controle das rotas comerciais da extensa área desértica e fronteiras do Norte
da África. Entretanto, quando foram reduzidos à maior fraqueza, os responsáveis
pela pilhagem dos impérios da África Ocidental foram os nômades que caçavam os
ricos valores econômicos da África Ocidental.
Foi
levado pelos mercadores muçulmanos o islamismo à África ocidental, durante
longas viagens pelas rotas comerciais do Saara. Os conquistadores no Oriente
Médio tiveram o islamismo como religião, mas os comerciantes na África
ocidental também tiveram essa religião. A importância exercida pelo islamismo
na África ocidental foi a de influir espiritualmente a população, e foram
trazidas pela religião as coisas novas que se conheciam do mundo de fora e foi
responsável pela introdução do ato de ler e escrever. O árabe tem se tornado
uma língua internacionalmente difundida na época.
Diferente
da concepção artística ocidental, a arte africana possui
um teor e um sentido
mágico religioso.
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Sul das florestas centrais
Na
parte meridional das florestas centrais, foram formados, de 1000 até 1500, reinos
que foram responsáveis pelo controle de áreas que assemelhavam às da maioria
dos países da Europa. O Reino do Congo, que se localizava na foz do rio Congo e
em Angola, era um dos grandes reinos. Era existente ainda o Reino Luba, que se
situava onde é hoje a parte meridional da República Democrática do Congo, e um
grupo de Estados que ficavam ao redor dos grandes lagos dos países que são hoje
Burundi, Ruanda, Tanzânia e Uganda. O Reino do Caranga, que se chamava às vezes
de Império de Muanamutapa, estava localizado onde é hoje o Zimbábue. Sua
capital era a Grande Zimbábue.
Era
vendido pelo Reino do Caranga o ouro para os comerciantes que viviam no litoral
oriental, e era o único reino da parte meridional que se contatava com o mundo
exterior. Foram isolados pelas regiões de clima parcialmente seco e de pouco
povoamento os outros reinos meridionais do fato de contatar com os grandes
centros onde se desenvolvia a África. Assim, estes reinos foram desenvolvidos
sem precisar saber escrever e de outras coisas inventadas que tiveram
importância nas demais partes da África.
Colonização portuguesa
Uma
carta náutica de Fernão Vaz Dourado, da África ocidental extraída do atlas
náutico de 1571, pertencente ao Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa.
Em
oposição ao oceano Índico, onde ocorre a mudança do vento de acordo com as estações,
o oceano Atlântico, no decorrer do litoral da África Ocidental, existe a força
dos ventos e as correntes que percorrem a descida desde a parte meridional
durante o ano inteiro. Até a metade do século XV, os navios europeus não tinham
a possibilidade de descida do litoral da África Ocidental e de retorno à
Europa. Somente após a construção feita pelos portugueses de navios que tinham
capacidade de navegação com retorno pelo litoral da África Ocidental, na metade
do século XV, é que eles tiveram a possibilidade de qualquer ponto da África.
De 1497 até 1498, foi comandada por Vasco da Gama uma expedição portuguesa que
percorreu o contorno do cabo da Boa Esperança com destino às Índias.
Inicialmente,
os portugueses tiveram interesse principal em comerciar o ouro de Gâmbia, da
Costa do Ouro (atual Gana), e do Império Caranga. Também a tentativa feita
pelos portugueses era a conversão ao cristianismo dos governantes dos reinos do
Congo, Benim, no sul da Nigéria, e Jollof, no Senegal. Logo foi descoberto
pelos portugueses que a África tropical era muito perigosa para aqueles que
chegaram recentemente. Frequentemente, mais de 50% dos grupos de colonizadores
vindos da Europa que chegaram recentemente à África perderam a vida dentro de
um ano ou dois, por apresentarem sintomas de doenças tropicais como a malária e
a febre amarela. Nestas situações condicionais, somente que um negócio
comercial que lucrava em grande quantidade teria a possibilidade de atração dos
mercadores europeus. Os escravos e o ouro têm se tornado o único negócio
comercial que lucrava com suficiência para os mercadores europeus serem
atraídos para África.
O Tráfico de Escravos
Na
metade do século XV, teve início a compra e a venda feita pelos portugueses de
alguns escravos na Europa. Entretanto, o tráfico de escravos ganhou real
importância depois que Cristóvão Colombo descobriu a América. A morte dos
habitantes dos povos indígenas da América tropical ocorreu por serem vítimas
pelas doenças europeias, e a opinião dos europeus era de que eles próprios não
tiveram salvação das doenças tropicais da região do Caribe. Assim, foram trazidos
pelos europeus africanos que tinham imunidade parcial à malária e à febre
amarela para servirem como trabalhadores braçais na América. Os europeus tinham
o direito de compra de escravos no litoral da África porque seus prisioneiros
de guerra foram escravizados pelos africanos - como pelos muçulmanos e pelos
cristãos do litoral que viviam no Mar Mediterrâneo, na época.
Teve
crescimento o tráfico de escravos africanos à medida em que o estabelecimento
feito pelos portugueses e pelos espanhóis foi a importância de se plantar
cana-de-açúcar no Brasil e na região do Caribe, durante o século XVI. Na metade
do século XVII, os colonizadores vindos do Reino Unido, dos Países Baixos e da
França têm entrado no tráfico de escravos. De 1450 até 1865, foram trazidos
pelos europeus dez milhões de escravos para a América, que se originaram da
parte do litoral da África Ocidental entre o Senegal e Angola.
Foi
estimulado pelo tráfico de escravos que os governantes africanos realizassem a
venda de prisioneiros a fim de trocar roupas, armas de fogo e ferro da Europa.
Ao invés do aprendizado da fabricação desses produtos, foi considerada pelos
africanos uma facilidade muito grande na obtenção de vender escravos. Dessa
forma, que se deve, em parte, ao negócio de traficar escravos, a África ficou
atrasada em se desenvolver industrialmente em relação à Europa.
Razoavelmente,
de 1780 e 1880, foi iniciado pelos árabes e pelos africanos um negócio de
traficar escravos no litoral da África Oriental. Os escravos da África Oriental
entraram em embarcações marítimas com destino para Zanzibar ou para os países
localizados no mar Vermelho e no golfo Pérsico.
Nos
anos de 1580, foram controladas pelos turcos otomanos muitas partes do Norte da
África, entre o Egito e onde é hoje a Argélia. Entretanto, de 1580 até 1800, o
fato de os otomanos controlarem o Norte da África entrou em declínio, e o
comércio e a força militar dos adeptos europeus do cristianismo teve
crescimento no Norte da África. Foi estabelecido pelos holandeses um entreposto
de comércio localizado na Cidade do Cabo, na parte meridional da África, em
1652. Houve crescimento da população branca no lugar, e seus descendentes
passaram a se conhecer pelo adjetivo de africânderes.
Exceto
o tráfico de escravos, tudo aquilo que a Europa influiu não teve muita grandeza
na África tropical até após 1800. O tráfico de escravos entrou em declínio nos
primeiros anos do século XIX, e teve início na Europa a necessidade de
alimentos produzidos na África como o amendoim e o azeite de dendê, para serem
industrializados. Os agricultores da África Ocidental tiveram o início da
grande dependência de comercialização desses produtos aos europeus do que a sua
dependência anterior com o comércio de escravos.
Após
1800, foi compreendido por alguns daqueles governantes da África que, se forem
copiados os métodos militares europeus, teriam a possibilidade de conquista dos
seus vizinhos. Foram importados pelo Egito armas de fogo e funcionários
europeus para o auxílio na conquista de um grande império, no atual Sudão. Foi
assumido por Zanzibar o fato de controlar uma parte da África Oriental, que
tinha extensão até o ponto de encontro da atual parte oriental da República
Democrática do Congo. Foram conquistados pelos africânderes da parte meridional
da África os africanos da região nas imediações da parte setentrional e foi
fundada a independência de duas repúblicas, que se chamam Transvaal e Estado
Livre de Orange.
Entre
os séculos XII e XIII ocorreu a penetração do islamismo na região dos prados da
África Ocidental, na parte meridional do Saara. Mas pelos governantes desta
área jamais foi imposta totalmente a lei islâmica, de modo que os credos da
mistura feita pelo povo foram as religiões tradicionais africanas e o
islamismo. Nos últimos anos do século XVIII, foi iniciada pelos líderes
muçulmanos da África Ocidental a pregação de reformar a religião e a exigência
de que fossem criados Estados muçulmanos autênticos. A maioria desses líderes
foram comandantes de "guerras santas" em luta contra os governantes
africanos da área e foram fundados novos impérios muçulmanos. Em 1860, os novos
impérios foram os controladores da quase totalidade da região de savanas da
África Ocidental.
Exploração europeia
Teve
início a exploração europeia na década de 1770. Até então, os europeus
permaneceram nas imediações da faixa litorânea, mas o fato de interessarem no
comércio e o trabalho missionário acarretaram gradualmente o deslocamento
forçado para o interior do continente. Na década de 1770, foi financiado pelos
governos e sociedades missionárias e científicas da Europa que as expedições
realizassem explorações na África.
Nos
anos 1880, ocorreu o crescimento do fato de os países europeus serem rivais uns
aos outros. Teve início a reclamação dos governos europeus das partes do
território do litoral da África. O desejo dos governos da Europa foi definido
como a garantia de ter direito às áreas que tiveram maior lucro, antes que isso
fosse feito por seus rivais. Por volta de 1914, os europeus tinham feito a
divisão entre si da totalidade do território africano, deixando somente a
independência nacional da Etiópia e a Libéria. A Bélgica, a França, a Alemanha,
a Grã-Bretanha, a Itália, a Espanha e a Turquia têm feito a sua auto reclamação
de partes da África.
Como
a Europa reconheceu esses territórios reivindicados, teve início o
estabelecimento feito pelos poderes coloniais europeus do seu poder real na
África. Foram reconhecidos por alguns governantes africanos que as armas
europeias são superiores e sua rendição pacífica ao domínio europeu. Mas foram
feitas pelos outras guerras de resistência, que geralmente que os europeus
trataram como rebeliões. O período da conquista europeia foi estendido da
década de 1880 até a década de 1930, mas na metade da década de 1920 foram
controladas pelos europeus já com firmeza muitas das partes da África.
A
duração do domínio colonial sobre muitas das partes da África foi entre 1900 e
1960. Hoje em dia, a consideração feita pelos africanos é a de que esse período
foi uma experiência que humilhou. Mas foi também um período em que se progrediu
muito. Nunca tantos africanos foram educados para que se contatassem com o
restante do mundo. Foi trazido por novas rodovias e ferrovias que a África se
desenvolvesse economicamente, apareceu o surgimento de novas cidades.
Variou
muito o domínio colonial na diferença de partes da África. Na parte meridional
da África, foi tomada pelos colonizadores brancos a excelente qualidade das
terras e foi construída uma sociedade industrial que foi responsável pela
exclusão dos africanos da totalidade das ocupações que não tivessem maior
humildade possível. Na África tropical, os comerciantes ou funcionários
europeus foram os implantadores de seu domínio com os líderes africanos que
ajudaram. De maneira ocasional, os europeus foram os governantes dos países através
da eleição de políticos africanos.
Problemas pós-coloniais
Um
dos resultados do colonialismo é o da dificuldade de cooperação entre os novos
Estados africanos. Um dos problemas é a questão das fronteiras arbitrárias, que
em sua maioria assinalam a extensão das conquistas coloniais ou da expansão
imperial e que geralmente não têm qualquer relação com as fronteiras naturais,
geográficas ou étnicas. O colonialismo gerou também uma identificação política
e econômica com a metrópole colonial, particularmente forte no caso das
ex-colônias francesas, e que persiste até hoje, resultando inclusive um certo
grau de dependência.
Muitos
líderes africanos têm-se esforçado por promover soluções pan-africanas para os
problema do continente. Um dos principais resultados desses esforços foi a
criação, em maio de 1963, da Organização da Unidade Africana (OUA) com sede em
Adis Abeba. A Organização da Unidade Africana foi substituída pela União Africana
em 9 de julho de 2002. A OUA teve êxito na mediação da disputa entre Argélia e
Marrocos (1964-65), e nos litígios de fronteiras entre Etiópia e Somália (que
tornaram a eclodir em 1977) e entre Quênia e Somália (1965-67), fracassando,
porém, em impedir a guerra civil na Nigéria (1968-70).
Movimento de independência
O
início do movimento de independência remonta ao período anterior aos últimos
anos do século XIX.[44] Os povos africanos do Egito, da Costa do Ouro (hoje
Gana), da Nigéria e da África do Sul tiveram início da grande exigência
governamental de serem livres. Entretanto, o que se exigia de governo próprio
só foi convertido num movimento africano de massa após a Segunda Guerra Mundial
(1939-1945). Quando isto foi dado, os poderes coloniais eram obrigados a fazer
escolha entre suas colônias tornarem-se independentes, ou declaração de uma
guerra cara para a continuação de suas colônias a serem controladas. A luta dos
franceses foi durante mais de oito anos para a continuação da Argélia a ser
controlada, mas a Argélia proclamou sua independência em 1962. Outras colônias
francesas tornaram-se independentes pacificamente. A Bélgica e o Reino Unido
deram o estatuto de país independente às muitas de suas colônias por em 1961.
O
mais importante movimento de autogoverno problemático era a parte meridional da
África. A África do Sul declarou por completo a sua independência do Reino
Unido em 1931, mas somente os brancos tinham direito de voto e de exercício de
altos cargos públicos. Na opinião dos africanos, isto era um colonialismo
especial. Na ex-Rodésia (atual Zimbábue), a tentativa dos brancos era
continuidade de controlar do país declarando a sua independência da Reino Unido
em 1965. Entretanto, a consideração dos países africanos e o Reino Unido é que
o fato de declarar um país independente é uma ilegalidade. A luta de Portugal
contra os movimentos africanos de resistência ocorreu durante a década de 1960
e primeiros anos da década de 1970, para a continuidade de controlar suas
colônias. A Guiné Portuguesa (atual Guiné-Bissau) declarou-se independente em
1974. Angola e Moçambique, e mais as colônias portuguesas das ilhas de Cabo
Verde e São Tomé e Príncipe, obtiveram sua independência em 1975.
Pela
independência não foram resolvidos a totalidade dos problemas africanos. Na
maioria das novas nações não existiam líderes com experiência própria. No Congo
(Leopoldville), atual República Democrática do Congo, o governo teve queda
imediata depois que o país declarou-se independente, em junho de 1960. Pediu
para que a Organização das Nações Unidas ajudasse para o restabelecimento da
ordem, depois da declaração de independência da província congolesa de Katanga,
em julho de 1960. Entre 1960 e 1965, o Congo teve uma diversidade de revoltas
armadas, e foram estabelecidos a maioria dos governos provisórios, até a tomada
de posse feita pelos líderes militares do controle do governo. Ocorreu a tomada
de posse feita pelos líderes militares do governo numa variedade dos demais
países da África. Os grupos políticos e culturalmente diferenciados têm causado
guerras civis numa variedade de países.
Foi
trazido pelos anos 1970 um novo sentimento de nacionalismo à maioria das nações
da África. Gana, Uganda e uma diversidade de outros países estavam engajadas no
empenho de libertação em relação aos estrangeiros que influenciaram, dando a
expulsão a muitos estrangeiros que residiam. Certos países como a atual
República Democrática do Congo, têm feito campanhas para a substituição dos
nomes estrangeiros de lugares e de pessoas por nomes africanos.
Nos
últimos anos da década de 1960 e primeiros anos da década de 1970, as escassas
chuvas foram o agente causador do drama de uma crise na vastidão de uma área na
parte meridional do Saara. Nesta área, que se chama Sahel, estão incluídas
partes do Chade, do Mali, da Mauritânia, do Níger, do Senegal, do Sudão, de
Burkina Fasso, e outras nações.
Na
metade da década de 1970, foi agravado o fato de que os brancos e negros
conflitaram entre si na África do Sul e na ex-Rodésia e foi intensificado o que
antigamente se exigia que o domínio da África do Sul eliminasse o território do
Sudoeste Africano. Em 1976, anunciou-se um plano para que esse território
declarasse independente. Mas, nas eleições que se realizaram em dezembro de
1978, foi rejeitada pela África do Sul que a Organização das Nações Unidas
supervisionasse, a qual foi denunciado o plano de independência, alegando que a
pretensão daquele país era a continuidade de influir e a restrição do fato de
que os namíbios participassem do governo. Na Rodésia, tomou posse, em maio de
1979, um governo majoritariamente negro embora a oposição de nacionalistas
negros deu veto ao acordo que o novo governo e a minoria branca negociaram. Os
negros e brancos mantiveram a continuidade de lutar até os últimos dias de 1979,
quando pelos representantes do governo e das forças guerrilheiras, depois do
patrocínio feito pelo Reino Unido do conversarem diplomaticamente, foi aceito
um governador inglês para a organização de outros períodos eleitorais e a
direção do país até que o novo governo empossasse. Este, uma coalizão dos dois
mais relevantes partidos políticos de guerrilha, empossou em março de 1980 e,
em abril, foi proclamada a independência da ex-Rodésia com o nome de República
do Zimbábue.