A Idade Moderna é um período específico da
História do Ocidente. Destaca-se das demais por ter sido um período de
transição por excelência. Tradicionalmente aceita-se o início estabelecido em
29 de maio de 1453 quando ocorreu a tomada de Constantinopla pelos turcos
otomanos, e o término com a Revolução Francesa, em 14 de julho de 1789.
Entretanto,
apesar de a queda de Constantinopla ser o evento mais aceito, não é o único.
Tem sido propostas outras datas para o início deste período, como a Conquista
de Ceuta pelos portugueses em 1415, a viagem de Cristóvão Colombo ao continente
americano em 1492 ou a viagem à Índia de Vasco da Gama em 1498.
Algumas
correntes historiográficas anglo-saxónicas preferem trabalhar com o conceito de
"Tempos Modernos", entendido como um período não acabado,
introduzindo nele subdivisões entre Early Modern Times (mais antiga) e Later
Modern Times (mais recente), ou então procedem a uma divisão entre sociedades
pré-industriais e sociedades industriais. A noção de "Idade Moderna"
tende a ser desvalorizada pela historiografia marxista, que prolonga a Idade
Média até ao advento das Revoluções Liberais e ao fim do regime senhorial na
Europa, devido a ampla ação das Cruzadas, que expandiram o comércio na Europa.
A
dificuldade da delimitação cronológica do período se deve, principalmente, às
divergências de interpretação quanto à origem e evolução do sistema
capitalista. Contudo, o período histórico que vai do século XV ao XVIII é,
genericamente percebido com um "período de transição".
A época
moderna pode ser considerada, exatamente, como uma época de "revolução
social" cuja base consiste na "substituição do modo de produção
feudal pelo modo de produção capitalista".
O
Renascimento Comercial que vinha ocorrendo desde a baixa Idade Média (séculos
XI, XII e XIII), apresentava o seguinte quadro:
no
Mediterrâneo: fazia-se a ligação entre a Europa e Oriente envolvendo as cidades
italianas e os árabes.
no
Norte da Europa: ligando o mar do Norte ao mar Báltico, predominavam os
comerciantes alemães.
no
Litoral Atlântico da Europa: através da navegação de cabotagem, ligava-se o mar
do Norte ao Mediterrâneo.
no
Interior do Continente Europeu: predominam antigas rotas terrestres.
As
feiras, as Cruzadas e o surgimento dos Burgos, ao longo da Idade Média, eram
sinais, também, de que o comércio renascia.
A
partir do século XV o comércio cresceu extraordinariamente, fruto,
naturalmente, de modificações ocorridas no interior das sociedades feudais
europeias (aumento da população, crescimento das cidades, desenvolvimento das
manufaturas, etc).
Esta
época pode-se caracterizar por um desanuviamento da "trilogia negra"
- fomes, pestes e guerras - criando condições propícias às descobertas
marítimas e ao encontro de povos.